Assim que vi “Virginia Woolf – a medida da vida” nas prateleiras das livrarias virtuais, meus olhos mandaram a informação para o meu coração que conclui junto com o cérebro que eu realmente precisava do livro, afinal era a vida dela, da minha escritora favorita lá: esmiuçada, detalhada, recontada, retraçada, remontada, redesenhada e com muitas ideias e algumas conclusões que eu nunca havia pensado.
Escrita por Herbert Marder, um professor universitário especialista em feminismo e, claro, Virginia Woolf, a nova biografia woolfiana saiu pela CosacNaify no final de 2011 e possui mais de 570 páginas que contam a rotina da família Woolf com foco nos últimos dez anos de vida da grande dama da literatura inglesa. A tradução é de Leonardo Fróes, o mesmo que traduziu “Contos Completos”, lançado há alguns anos atrás.
Cada leitura é um aprendizado, a gente aprende com o conteúdo e se prestarmos um pouco mais atenção, aprendemos também com a forma, e sobre esse segundo ponto eu posso afirmar que Herbert Marder tem uma escrita muito clara e objetiva, cada capítulo condiz ao nome do primeiro parágrafo ao último, como se fosse uma música que ele estivesse tocando há muito tempo – decorou as escalas musicais e fez a gostosa brincadeira com o ritmo.
E sobre o conteúdo, ele, sabiamente, não se importou com exclusividade sobre os motivos que levaram Virginia Woolf ao suicídio, o texto não é uma busca para tentar explicar o que fazia de Virginia Woolf, tão inteligente e sábia, triste e deprimida. Pois este conceito de Virginia Woolf é passado com superficialidade, ela não era triste e deprimida, ela ria, se divertia, tinha um ótimo (e sofisticado) senso humor e se encantava com as coisas mais simples da vida.
Os últimos dez anos de vida de Virginia Woolf estão entre 1931 a 1941 e foi nesse período que ela escreveu: As Ondas, O leitor comum – 2º volume, Flush, Os Anos e Entre os Atos. Marder dá mais importância ao período em que ela escreveu Os Anos, acredito que foi uma preferência pessoal e outra característica importante do livro é a forte contextualização social e política. Sobre Flush, por exemplo, temos pequenas passagens onde ele informa que o livro sobre um cachorrinho não era importante, discordo. Enfim, a leitura valeu muito à pena, foram meses com o livro ao lado de minha cama onde eu pude conhecer um pouco de Herbert Marder e, o que me deixa mais feliz, conhecer um pouco mais sobre Virginia Woolf, a majestosa Virginia Woolf.
Onde Comprar Virginia Woolf – a medida da vida:
Amazon
Americanas
Livraria Cultura
Submarino
Estou em duvida sobre qual biografia comprar: esta ou “sou dona da minha vida”. Qual vc me indicaria?
Se vc já leu outras biografias dela (aquelas mais básicas), recomendo esta “A Medida da Vida”. Das básicas (porém não menos importantes ou de pouco conteúdo), gosto muito da “Virginia Woolf por Monique Nathan” https://95p.477.myftpupload.com/2011/01/10/virginia-woolf-monique-nathan/
🙂 E desculpe a demora em responder, só vi agora…rs