“Je ne parle pas français. Esse foi o seu canto de cisne para mim”
Um bom conto pode ser definido como uma história curta capaz de causar a mesma satisfação que a leitura de um grande romance. Afirmo isso porque leio Katherine Mansfield (1888 – 1923) e cada vez gosto mais, cada vez é uma nova descoberta, principalmente nas segundas, terceiras ou quartas leituras de um mesmo conto, como o caso de Je ne parle pas français, que li pela 4ª vez, mas pela 1ª vez a edição da Editora Revan, traduzido por Julieta Cupertino.
O cenário inicial do conto é um café francês onde um escritor narra sua história a partir da lembrança de um bilhete onde está escrito “je ne parle pas français” (eu não falo francês). Mas para chegar na história em si, é como se o leitor fizesse parte do cenário, pois ele está sentado na mesma mesa que o escritor, que faz questão de se apresentar e mostrar quem é, para depois contar sua triste história. Triste, porém com algumas pitadas de humor, uma característica de Katherine Mansfield.
Outra evidência muito forte é o caminho do texto até chegar ao clímax, que geralmente parece estar camuflado no campo narrativo e, de repente, surge à nossa frente como um desenho muito bem traçado. Emocionante.
Por fim, não quero avançar muito nos comentários para não estragar a delicada, triste, confusa surpresa e reflexão que o conto traz, mas quero deixar registrado aqui que esse conto é um de meus preferidos.
O livro, além do conto comentado neste post, contém: Na Praia, A Casa de Bonecas, Cenas, O Homem Indiferente (adoro esse!) e A Mosca, que já comentei por aqui.
Uma resposta
Teste.