Um pouco de Jack Kerouac

Jack Kerouac, franco-canadense, nasceu em 12 de março de 1922. Perdeu o seu irmão Gerard com nove anos e estudou na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Até que ele conheceu Neal Cassady e aí a historia interessante começa, pois esse encontro é o começo do livro mais famoso de Jack, On the Road, considerado “A Bíblia Beat”, o livro conta como a vida de Jack (no livro usando o pseudônimo Sal Paradise) através de viagens, encontros e experiências, saiu do status quo e se tornou inspiradora. Sendo assim a famosa “prosa espontânea”, em que ele nos poupa muitas vezes de pontos e vírgulas e conta uma ação em cima da outra, como se realmente estivéssemos ali, na estrada com ele.

Jack Kerouac

Acredito que a tentativa de Jack era registrar tudo que fosse possível (inclusive os seus sonhos), e como ele mesmo diz, essas histórias são muito boas para não serem contadas. Em livros como Satori em ParisOs Vagabundos IluminadosViajante Solitário e Os Subterrâneos ele nos conta sobre outras viagens, a importância de ficar sozinho, conhecer a si mesmo e até a importância de ler livros.

Pessoas isoladas ficam famintas por livros.

E eu até diria mais, se você leu um livro do Kerouac e gostou, ficará faminto por mais livros escritos por ele. O poder com que, através da prosa espontânea, nos aproximamos do personagem é simplesmente incrível! E ele ainda nos delicia mais ainda quando “resolve” escrever prosa poética: Os Subterrâneos. A palavra resolve está entre aspas porque essas coisas não eram simplesmente planejadas, elas aconteciam com Jack e ele as passavam para o papel, o puro sentimento do momento.

Além dos livros já citados podemos encontrar Cidade pequena, Cidade Grande, primeiro romance de Jack; Anjos da DesolaçãoVisões de Cody, também considerado a obra-prima do autor e até alguns diários. E em 2012 tivemos o lançamento do filme On the Road, dirigido por Water Salles e como grande fã do livro de Jack, não deixou a desejar.

On the road e Big Sur

Sempre que falo um pouco de Jack Kerouac, é preciso definir dois pontos importantes: On the Road e Big Sur. E a dica é: Não leia Big Sur antes de ter lido On the Road. No primeiro vemos a juventude, no segundo vemos Jack um pouco mais velho, com uma maturidade diferente e o que sempre me emociona é o recado que Jack nos deixa logo no começo:

Minha obra encerra um livro de vastas proporções como o de Proust, com a diferença que as minhas memórias são escritas na corrida em vez de mais tarde doente numa cama. Por conta das objeções das minhas editoras eu não pude usar o mesmo nome para o mesmo personagem em obras diferentes. On the Road, Os Subterrâneos, Os vagabundos Iluminados, Doctor Saz, Maggie Cassady, Tristessa, Desolation Angels, Visões de Cody e os outros, incluindo este Big Sur, são apenas capítulos na grande obra que eu chamo de A lenda de Duluoz. Na minha velhice, pretendo juntar toda a minha obra e reinserir meu panteão de nomes regulares, encher a prateleira de livros e morrer feliz. Tudo isso forma uma enorme comédia vista pelos olho do pobre Ti Jean (eu), também conhecido como Jack Duluoz, o mundo de ação frenética e loucura e também de gentil doçura vista pela fechadura de seu olho.

Quando se fala de Kerouac sempre se comenta sobre o uso de drogas e essas coisas que foram meio “consequências” para a sua morte. Mas por outro lado, penso que escritores bons vão sobreviver até que seus livros sejam esquecidos, então para mim Kerouac continua bem vivo, principalmente porque não o conheci por completo ainda. Mas o que já conheci mudou a minha maneira de ver o mundo e minha vida em si. E se minha experiência com o autor foi tão forte, por que não compartilhar isso com todos e assim, talvez, mais pessoas possam sentir algo parecido?

Pois é, não consigo falar um pouco de Jack Kerouac sem ser pessoal. Escritores que você conhece muito até parece que se tornam íntimos. E assim como Eduardo Bueno (tradutor) registrou no posfácio de On the Road, “só o que tenho a dizer é: ‘Thanks Jack’”.

Confira as resenhas sobre os livros de Jack Kerouac:

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