Facebook
Threads
Pinterest
WhatsApp
Email

Neil Peart: os livros lidos pelo melhor baterista do mundo

No dia 07 de janeiro, perdemos Neil Peart, da banda canadense Rush, considerado por muitos o melhor baterista do mundo. E quem escreve este post é alguém que concorda com esse título e que ainda não assimilou tamanha perda.

Rush entrou na minha vida por acaso, acredito que em 2007, quando vi o videoclipe de Far Cry em algum canal de música. Achei o visual do vídeo muito interessante: uma pegada dark,  com um personagem meio andrógino na tela. Mas o que me agarrou e me fez querer mais foi a música em si, a letra repleta de angústia e paradoxos, e, principalmente, a bateria poderosa.

Sempre gostei de bateria, apesar de sempre me achar incompetente para tocá-la. E quando conheci o trabalho de Neil Peart atrás dos tambores e pratos, vi que realmente não é para qualquer um. E Peart não era qualquer um. Era, além de músico, um letrista incrível, um estudante ávido, um viajante apaixonado e um sobrevivente.

Foi por meio dos livros, músicas e viagens que Neil Peart superou uma tragédia familiar: em 1997, perdeu sua filha, Selena, em um acidente de trânsito e, dez meses depois, sua esposa, Jackie, que sofreu com um câncer agressivo e com a própria depressão pela perda da filha. Em luto, sozinho e se considerando aposentado do Rush, Peart pegou sua moto e se dispôs a viajar por 90 mil quilômetros sem rumo.

As estradas o trouxeram de volta à banda e à vida e nos legaram um dos livros mais bonitos que já li: Ghost Rider – A estrada da cura. Foi este livro que também me ajudou no processo de cura em um dos momentos mais difíceis da minha vida, ao lado das músicas do Rush (menção honrosa para The Pass e Bravado).

Então, falando sobre livros, uma paixão do Neil Peart, que eu gostaria de homenageá-lo por aqui, deixando a lista de livros que ele fazia questão de manter em seu site pessoal*. Algumas obras possuem resenhas feitas pelo baterista que valem a pena serem lidas.

Lista de livros do Neil Peart (ou do clube de leitura do Bubba)

O mundo se despedaça, de Chinua Achebe

The Man With the Golden Armde Nelson Algren

Inés da minha alma, de Isabel Allende (resenha)

Scattered Suns, de Kevin J. Anderson (resenha)

Metal Swarm, de Kevin J. Anderson (resenha)

Resurrection Inc, de Kevin J. Anderson

The Beautyful Ones Are Not Yet Born, de Ayi Kwei Armah

Deer Hunting with Jesus: Dispatches from America’s Class War, de Joe Bageant (resenha)

The Book of Ten Nights and a Night, de John Barth

Every Third Thought: A Novel in Five Seasons, de John Barth

More Die of Heartbreak, de Saul Bellow (resenha)

Henderson, o Rei da Chuva, de Saul Bellow

As aventuras de Augie March, de Saul Bellow

Humboldt’s Gift, de Saul Bellow

The Inner Circle, de T.C. Boyle

Drop City, de T.C. Boyle

Louis Riel, de Chester Brown

Bill Bruford: The Autobiography, de Bill Bruford (resenha)

Breve história de quase tudo, de Bill Bryson

A Salty Piece of Land, de Jimmy Buffett (resenha)

A arte de viajar, de Alain de Botton (resenha)

The Amazing Adventures of Kavalier & Clay, de Michael Chabon (resenha)

The Mysteries of Pittsburgh, de Michael Chabon

Manhood for Amateurs: The Pleasures and Regrets of A Husband, Father, and Son, de Michael Chabon

Telegraph Avenue, de Michael Chabon

The Republic of Nothing, de Lesley Choyce

The Antagonist, de Lynn Coady

O agente secreto, de Joseph Conrad (resenha)

Lord Jim, de Joseph Conrad

Coração das Trevas, de Joseph Conrad

Vitória, de Joseph Conrad

Eleanor Rigby, de Douglas Coupland

The Deptford Trilogy, de Robertson Davies (resenha)

Underworld, de Don DeLillo

Os irmãos sisters, de Patrick deWitt

The Old Curiosity Shop, de Charles Dickens

Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski

Os irmãos Karamazov, de Fiódor Dostoiévski

The Brothers K, de David James Duncan (resenha)

The River Why, de David James Duncan

Quarteto de Alexandria, de Lawrence Durrell (resenha)

A visita cruel do tempo, de Jennifer Egan

O que é o quê, de Dave Eggers (resenha)

Uma comovente obra de espantoso talento, de Dave Eggers

You Shall Know Our Velocity, de Dave Eggers

How We Are Hungry, de Dave Eggers

Zeitoun, de Dave Eggers (resenha)

Um holograma para o rei, de Dave Eggers

Middlemarch, de George Eliot

The Mill on the Floss, de George Eliot

Enquanto agonizo, de William Faulkner

O último magnata, de F. Scott Fitzgerald

O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald

Tudo se ilumina, de Jonathan Safran Foer

Canadá, de Richard Ford

Tremor, de Jonathan Franzen

Floresta Noturna, de Charles Frazier

O condenado, de Graham Greene (resenha)

Journey Without Maps, de Graham Greene

The Lawless Roads, de Graham Greene

O cerne da questão, de Graham Greene

O poder e a glória, de Graham Greene

Our Lady of the Forest, de David Guterson (resenha)

Neve sobre os cedros, de David Guterson

Rebuilding the Indian, de Fred Haefele (resenha)

Late Nights On Air, de Elizabeth Hay (resenha)

As neves do Kilimanjaro, de Ernest Hemingway (resenha)

Ter e não ter, de Ernest Hemingway

As ilhas da corrente, de Ernest Hemingway

Green Hills of Africa, de Ernest Hemingway

Paris é uma festa, de Ernest Hemingway

O jardim do Éden, de Ernest Hemingway

Pike’s Folly, de Mike Heppner (resenha)

The Egg Code, de Mike Heppner

The Man Talking Project, de Mike Heppner (resenha)

Uma longa queda, de Nick Hornby (resenha)

Alta fidelidade, de Nick Hornby

About a Boy, de Nick Hornby

Como ser legal, de Nick Hornby

Songbook, de Nick Hornby

Febre de bola, de Nick Hornby

The Polysyllabic Spree, de Nick Hornby (resenha)

Uma longa e estranha viagem: rota dos exploradores norte-americanos, de Tony Horwitz (resenha)

Também o cisne morre, de Aldous Huxley (resenha)

Frank Lloyd Wright, de Ada Louise Huxtable (resenha)

Until I Find You, de John Irving (resenha)

A Prayer for Owen Meany, de John Irving

O mundo segundo Garp, de John Irving

As regras da casa de sidra, de John Irving

Em uma só pessoa, de John Irving

The Colony of Unrequited Dreams, de Wayne Johnston (resenha)

The Custodian of Paradise, de Wayne Johnston (resenha)

A World Elsewhere, de Wayne Johnston

Ulysses, de James Joyce

Critique of Religion and Philosophy, de Walter Kaufmann (resenha)

A Lacuna, de Barbara Kingsolver (resenha)

The Poisonwood Bible, de Barbara Kingsolver

The Bean Trees, de Barbara Kingsolver

High Tide in Tucson, de Barbara Kingsolver

Verão pródigo, de Barbara Kingsolver

Flight Behavior, de Barbara Kingsolver

O sol é para todos, de Harper Lee (resenha)

This Is Your Brain on Music: The Science of A Human Obsession, de Daniel J. Levitin (resenha)

O chamado selvagem, de Jack London

Caninos brancos, de Jack London

O lobo do mar, de Jack London

Martin Eden, de Jack London

The Way the Crow Flies, de Ann-Marie MacDonald (resenha)

De joelhos, de Ann-Marie MacDonald

Every Love Story is a Ghost Story: The Life of David Foster Wallace, de D.T. Max

Onde os velhos não têm vez, de Cormac McCarthy (resenha)

Child of God, de Cormac McCarthy

Blood Meridian, or, The Evening Redness in the West, de Cormac McCarthy

The Border Trilogy, de Cormac McCarthy

Reparação, de Ian McEwan

Long Way Round: Chasing Shadows Across the World, de Ewan McGregor

The Good Life, de Jay McInerney (resenha)

Bright Lights, Big City, de Jay McInerney

The Story of My Life, de Jay McInerney

Uncommon Carriers, de John McPhee (resenha)

Greasy Rider: Two Dudes, One Fry-oil-powered Car, and A Cross-country Search for A Greener Future, de Greg Melville (resenha)

Moby Dick, ou A Baleia, de Herman Melville

Unfinished Journey: Twenty Years Later, de Yehudi Menuhin (resenha)

Os filhos do imperador, de Claire Messud (resenha)

A Fine Balance, de Rohinton Mistry (resenha)

Atlas de nuvens, de David Mitchell

Fool, de Christopher Moore (resenha)

Lamb: The Gospel According to Biff, Christ’s Childhood Pal, de Christopher Moore

French Revolutions, de Tim Moore

Paradise, de Toni Morrison (resenha)

Fogo pálido, de Vladimir Nabokov

The Big Year, de Mark Obmascik

Going After Cacciato, de Tim O’Brien

The Things They Carried, de Tim O’Brien

In the Lake of the Woods, de Tim O’Brien

This Is Your Life, de John O’Farrell (resenha)

Na pele de um leão, de Michael Ondaatje (resenha)

There’s a Trick With a Knife I’m Learning To Do, de Michael Ondaatje

Coming Through Slaughter, de Michael Ondaatje

O paciente inglês, de Michael Ondaatje

A mesa da ralé, de Michael Ondaatje

The Motor Cycle Chums of the Northwest Patrol, de Howard Payson

Special Topics in Calamity Physics, de Marisha Pessl

The Perfect Vehicle: What It Is About Motorcycles, de Melissa Holbrook Pierson

Zen e a arte da manutenção de motocicletas: uma investigação sobre os valores, de Robert Pirsig

Pássaros amarelos, de Kevin Powers

Zen and Now: On the Trail of Robert Pirsig and the Art of Motorcycle Maintenance, de Mark Richardson (resenha)

A versão de Barney, de Mordecai Richler (resenha)

The Apprenticeship of Duddy Kravitz, de Mordecai Richler

St. Urbain’s Horseman, de Mordecai Richler

Birdwatcher: The Life of Roger Tory Peterson, de Elizabeth J. Rosenthal (resenha)

A sombra do vento, de Carlos Ruiz Zafon

Uma música constante, de Vikram Seth (resenha)

Jupiter’s Travels, de Ted Simon

So You Wanna be a Rock and Roll Star, de Jacob Slichter (resenha)

A arte de correr na chuva, de Garth Stein (resenha)

O inverno da nossa desesperança, de John Steinbeck (resenha)

As vinhas da ira, de John Steinbeck

A leste do Éden, de John Steinbeck

Steinbeck: A Life in Letters, editado por Elaine Steinbeck e Robert Wallsten

Darkness Visible: A Memoir of Madness, de William Styron

Blinding Light, de Paul Theroux (resenha)

The Tao of Travel: Enlightenments From Lives on the Road, de Paul Theroux

Uma bondade complicada, de Miriam Toews (resenha)

As aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain

Rabbit, Run, de John Updike

A Good Man, de Guy Vanderhaeghe

A Supposedly Fun Thing I’ll Never Do Again, de David Foster Wallace (resenha)

The Broom of the System, de David Foster Wallace

Graça infinita, de David Foster Wallace

The Architects Are Here, de Michael Winter (resenha)

Que lista, não? Não é à toa que as letras escritas por Neil são tão ricas e transitam pela filosofia, literatura, fantasia, política e muito mais…

Descanse em paz, Professor! Que a viagem seja tranquila e bela…


Leia também: Os 100 livros favoritos de David Bowie


* A lista de Neil Peart também está disponível no site da New York Public Library.

Se você gostou, compartilhe!
Facebook
Threads
Pinterest
WhatsApp
LinkedIn

Continue por aqui...

Respostas de 2

  1. Oi Bruna! Neil tinha uma avidez por livros, eram como alimento para ele! Logo que ingressou no Rush, seus colegas Alex e Geddy perceberam que ele lia muito e por isso acharam que ele teria potencial para escrever as letras das canções. E como tinha, não é? Sua visão de vida e sia analise do mu do, da sociedade e de relacionamentos é algo impressionante. Um legado que o mestre nos deixa, para a eternidade. Obrigado por condensar a lista aqui. Muitos títulos eu já tinha visto lá no Clube de Leitura do Bubba, mas aqui estao todos eles juntos, excelente!

  2. Oi, Mario. Tudo bem? Muito obrigada pelo seu comentário. E, sim, a profundidade das músicas do Rush só foi possível graças a união de três grandes mentes e corações. E ao amor de Neil pela literatura, claro!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *