Com programação virtual e integrada, as bibliotecas das Fábricas de Cultura Brasilândia, Capão Redondo, Diadema, Jaçanã, Jardim São Luís e Vila Nova Cachoeirinha realizam diversas atividades literárias, de contação de histórias e sobre a arte africana contemporânea no mês de agosto. As exibições ocorrem pelo canal do YouTube do Fábricas de Cultura, programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, com gerenciamento da Poiesis. Para participar não é necessária inscrição.
Na primeira terça-feira de agosto, dia 4, a partir das 11h, a Cia. Oya Ó apresentará Contos Populares em uma contação de história inspirada no Auto do Boi, brincadeira popular em diversos estados do país e conhecida por diferentes nomes, entre eles, Bumba-meu-boi no Maranhão, Boi de Mamão em Santa Catarina e Boi Bumbá no Amazonas. As diferenças e semelhanças entre elas também serão abordadas.
Aretha Sadick, performer, drag queen e atriz, apresentará As grandes mães africanas no Brasil em 6 de agosto, quinta-feira, das 15h às 16h. A atividade tem o objetivo de compartilhar Itans (lendas) das três orixás femininas mais conhecidas no Brasil: Yemanjá, a grande mãe; Oxum, sua filha e protetora das crianças; e Nanã, a mais velha de todas e relacionada com a origem humana na Terra.
A multiartista realizará uma construção poética e imagética sobre três pilares de uma cultura matriarcal presente nas religiões de matriz africana, com uma perspectiva atemporal de presente, passado e futuro para demonstrar que os povos negros têm um passado e vivem o presente propondo novas perspectivas de futuro, além de novas construções familiares por meio dessas orixás.
No dia 7 de agosto, sexta-feira, das 15h às 16h, é a vez do Encontro com o autor Israel Neto, também conhecido como Mano Réu, que traz como temática a escrita negra e afrofuturista com dicas do processo de escrita, pesquisa e caminhos para a autopublicação. Além de músico e produtor musical, Mano Réu tem livros autorais como “O Amor Banto em Terras Brasileiras” e “Os Planos Secretos do Regime”, o qual que se concentra em uma distopia futurista sobre o período da ditadura militar brasileira com uma trama que narra quando os militares tomaram o poder e tiveram acesso à tecnologia de ponta.
Importante figura da cultura brasileira será o foco de uma atividade com curiosidades e fatos sobre a trajetória como poeta, compositor e cantor cearense. Trata-se de A poesia política em Patativa do Assaré, no dia 13 de agosto, quinta-feira, às 11h. Poemas do autor serão lidos e comentados como forma de destacar sua a obra que ampliou a divulgação da cultura nordestina pelo país, como as improvisações pelo repente.
No campo das artes visuais, percebe-se que a arte europeia é popularizada. Mas e a arte do continente africano? A fim de descolonizar o conhecimento cultural, o bate-papo Arte África funcionará como alternativa ao público que deseja conhecer artistas africanos contemporâneos, entre eles, o fotógrafo nigeriano J.D. Okhai que se dedicou a fotografar os penteados originais do seu país, Emo de Medeiros, artista de Benin que explora linguagens híbridas, e Peju Alatise, artista interdisciplinar e arquiteto nigeriano. O encontro será no dia 14 de agosto, sexta-feira, das 11h às 12h.
No dia 18 de agosto, terça-feira, das 11h às 12h, ocorrerá uma mediação sobre a importância de escritores negros em Mãos pretas na literatura. Diversas áreas do conhecimento contam com forte contribuição da população negra. Na literatura, nomes como Lima Barreto, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo e Cuti trazem reflexões sobre a importância das próprias trajetórias para a literatura brasileira, para os debates identitários, além de estimular a leitura da população.
Em Nossas Crianças, o público poderá recuperar recordações da infância como caminho para viver de forma mais equilibrada durante o distanciamento social causado pela pandemia do coronavírus. A atividade está programada também para o dia 18/08, às 15h. Com o corte repentino das relações, o objetivo é buscar na memória a forma que as crianças veem o mundo e como isso muda o nosso olhar.
O livro “Casa das Estrelas”, de Javier Naranjo, servirá de base, já que a obra reúne perspectivas de vida dos pequenos alunos definindo o que são algumas palavras para eles. Outra abordagem será sobre as percepções e situações já vividas na biblioteca da Fábrica de Cultura Jaçanã, destacando a importância da fala das crianças e a escuta ativa dos adultos.
No formato de podcast pelo canal das Fábricas de Cultura no SoundCloud, as Histórias das bibliotecas no Brasil será uma atividade no dia 20 de agosto, quinta-feira, às 11h. Será apresentado um panorama desde o surgimento das primeiras bibliotecas, durante o período conhecido como Brasil Colônia, até a realidade do século XXI que causa adaptações nesses espaços frente à era digital.
Com a mediação do livro “Minhas contas”, do autor Luiz Antonio e com grafismos e ilustrações de Daniel Kondo, o encontro Legado ancestral: Minhas contas conta a história de Pedro e Nei, dois amigos inseparáveis que veem a amizade abalada pelo fato de Nei andar com fios de contas no pescoço. No dia 27 de agosto, quinta-feira, às 15h, o público encontrará a forma poética pela qual Luiz Antonio debate o preconceito existente contra as religiões de matriz africana, apropriação cultural e o legado da ancestralidade. A obra direcionada às crianças ficou entre as finalistas de Melhor Livro Infantil do Prêmio Jabuti 2009.
Fechando o mês, Heroínas negras brasileiras traz um apanhado de informações sobre o livro “Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”, da escritora e cordelista Jarid Arraes, no dia 28 de agosto, sexta-feira, entre as 15h e 16h. Por meio da literatura de cordel, Arraes resgata a história de diversas mulheres negras que marcaram a história do Brasil, por exemplo, Maria Felipa, reconhecida por ter comandado grupo de mulheres que lutaram pela independência da Bahia; Tia Ciata, conhecida como a mãe do samba; e Esperança Garcia, considera a primeira advogada no país.
A programação completa está disponível no hotsite da Poiesis e nas redes sociais das Fábricas de Cultura (Facebook e Instagram).