Demorei para fazer este post, talvez não seja o momento porque 2017 começou e já temos o dia mais triste do ano, segundo uma pesquisa… porém, li feliz as diversas listinhas das melhores leituras de 2016 dos amigos e me inspirei.
Em relação às minhas leituras, 2016 foi o ano que eu menos li. Acredite, foram apenas 26 livros! Comparado aos outros anos, foi uma vergonha, praticamente!
- 2013 – 30 livros lidos
- 2014 – 39 livros lidos
- 2015 – 46 livros lidos
- 2016 – blé
Escrevo este post num dia chuvoso – o meu preferido. É terça-feira, tenho muita coisa para fazer e acho melhor finalizar logo essa “dívida” de 2016. Aí está a minha lista dos melhores de 2016, com link para as resenhas, os videos, etc. E aquela velha ideia de que qualidade é melhor que quantidade, prevalece:
Contos do Nascer da Terra – Mia Couto
Aforismos, construções diferentes, muitas metáforas, comparações incomuns. Um texto rico, sobre simplicidades da vida. Ter no mundo escritores como ele é como uma grande oportunidade para entender o ser humano, mas de um jeito muito efêmero, pois no final de cada conto do livro Contos do Nascer da Teraa, o leitor fica um pouco atordoado, como se tivesse entendido tudo, mas ao mesmo tempo lhe foge a compreensão pelas palavras, pois é um preenchimento que envolve a cabeça e o coração, que avisa a descoberta de algo muito especial, como uma pedra preciosa. Ler Mia Couto é mergulhar em um espaço silencioso e completo.
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Quarto de Despejo – Carolina de Jesus
Todos os dias. Todos os dias a luta pela comida. Isso fere o leitor diretamente. Não é uma suposta história que alguém contou, sobre outra pessoa, que contou para outra, etc. É uma favelada contando diretamente para quem lê. A sua dor, o seu nervosismo, a sua depressão, o seu desespero não chega até nós com um filtro bonito, poético ou até mesmo suave. É forte. É chocante. É dolorida a constante repetição dos dias de Carolina e o seus filhos. Todos os dias é preciso comer, mesmo que seja o alimento encontrado no lixo.
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Cem Anos de Solidão – Gabriel García Márquez
As mulheres é um outro ponto forte na obra. Todas elas possuem uma história muito particular. Mulheres fortes, loucas, belas, putas, cartomantes, tem de tudo. Úrsula, a principal, sem dúvida, por conta dos obstáculos tão difíceis que enfrenta sozinha, é como se representasse todas as mulheres, assim como o seu marido representa todos os homens. A luta por sobrevivência e uma vida alimentada pelo próprio impulso de viver, faz de Cem Anos de Solidão uma história linda e forte sobre o latino-americano, com direito a revoluções, golpes, mortes, crimes, a vida, costumes antigos, superstições e solidão como um estado de espírito, eterno.
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Desmundo – Ana Miranda
Dentro de Oribela e as outras mulheres da história há uma vida triunfante, no sentido que não se deixa vencer por essas agruras do mundo: agradar homens, agradar a igreja, agradar uma cultura, servir-se de objeto, slienciar-se. No fundo, em Oribela, tão violentada, mas tão violentada… mora cada mulher que todos os dias se descobre um pouco mais livre.
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Os Miseráveis – Victor Hugo
Victor Hugo expõe em sua obra algo muito importante nos dias de hoje: empatia pelo diferente, por aqueles que estão à margem, que não vivem no mesmo grupo social, que não possuem os mesmos anseios. Além da aula de literatura, técnica, estilo e genialidade, ensina o leitor a se colocar no lugar do outro.
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Ufa.