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Empreendedorismo & o que aconteceu com nossos castelos?

Se pensarmos na simplicidade do empreendedorismo, nós, quando crianças, empreendíamos a todo momento, quando criávamos nossos castelos de areia, quando construíamos casas para nossas bonecas, quando inventávamos novas regras para algum jogo na rua etc. Assim, o que me pergunto é quando e por quê, de repente, o empreendedorismo deixa de fazer parte da nossa vida. Porque, quando crescemos, as obrigações da vida, os comportamentos que nos são impostos e a dificuldade (de boa parte do povo brasileiro) de simplesmente colocar comida na mesa todos os dias, se torna tão mais importante que qualquer ideia nova. Assim, boas ideias são destruída antes mesmo de ser um pensamento mais intenso.

E hoje, o Empreendedorismo pode cair em uma armadilha de não considerar algo muito importante, sobre sua própria capacidade de agregar ou desagregar. Paulo Freire, o educador e filósofo brasileiro mais citado em pesquisas na área da Educação no mundo inteiro nos colocou a seguinte reflexão: “todos são orientados por uma base ideológica. A questão é: sua base ideológica é inclusiva ou excludente?”

Assim, empreender é um ato social e político. A partir do momento que você está colocando em prática a sua ideia, o mundo poderá sofrer abalos positivos ou negativos em função de sua construção.

E, por falar em construção, no livro “Memorial do Convento“, escrito por José Saramago, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1998, você pode conhecer a história das pessoas que colaboraram para a construção de um convento e, liderado por pessoas excludentes, o livro consegue abordar momentos históricos muito tristes e ao mesmo tempo mostrar o quanto a luz está nos trabalhadores, nas pessoas que estão dispostas e acreditam em uma ideia; mesmo que em muitos momentos vivam à margem. Em certo momento, o autor nos faz perceber que grandes empreendimentos de nada adiantam se não forem feitos para e com as pessoas; aquelas mesmas que um dia deixaram de sonhar para apenas conseguir sobreviver. Porque, de repente, pelos mistérios do amor, da empatia e algo divino, aquelas crianças que um dia deixaram de sonhar ainda são capazes de grandes realizações.

No livro, os personagens principais são: Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas. Eles são trabalhadores e se amam. Uma das passagens mais bonitas, e que podemos guardar para a vida, está na página 137, e eu irei citá-la agora:

“Quando o tempo levantou, passada uma semana, partiram Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas para Lisboa, na vida tem cada um sua fábrica, estes ficam aqui a levantar paredes, nós vamos a tecer vimes, arames e ferros, e também a recolher vontades, para que com tudo junto nos levantemos, que os homens são anjos nascidos sem asas, é o que há de mais bonito, nascer sem asas e fazê-las crescer (…).”

p. 137

Que todo empreendedorismo seja inclusivo!

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