Começo as minhas contribuições nesse cantinho com o primeiro filme queniano a ser exibido em Cannes. Lançado em agosto de 2019 aqui no Brasil e dirigido por Wanuri Kahiu, Rafiki chegou a ser censurado em seu país de origem, onde “práticas homossexuais” são consideradas criminosas.
Sinopse: “Boas meninas quenianas tornam-se boas esposas quenianas”, diz o ditado. No entanto, Kena e Ziki querem algo mais. Apesar da rivalidade política que existe entre suas famílias, as garotas resistem, continuam amigas e se ajudam a perseguir seus sonhos, mesmo em uma sociedade conservadora. Quando o amor entre elas floresce, as duas se veem obrigadas a escolher entre a felicidade e a segurança.
O longa é baseado no conto Jumbala Tree, de Monica Arac de Nyeko, e conta a história de duas adolescentes que queriam muito mais do que o comum, que queriam ser diferentes de todos aqueles lá em baixo. Assim, Kena e Ziki são como uma versão lésbica de Romeu e Julieta, filhas de inimigos políticos, as jovens percebem o interesse e o amor nascendo das trocas de olhares, dos encontros (nem tão) escondidos e dos looks com cores coordenadas – o que pode parecer besteira, mas deixou a libriana que mora em mim completamente encantada, risos.
Com a ajuda de uma bela estética, um roteiro comovente e uma trilha sonora incrível, Rafiki mostra uma história de amor proibida com todos os seus dramas e lágrimas, mas também traz a leveza e os clichês que mulheres que amam mulheres querem e merecem ver nas telonas.