Graffiti contra a depressão e o suicídio

Graffiti e a arte em prol da campanha do setembro amarelo

A depressão infelizmente tem sido uma doença recorrente a muitas pessoas atualmente, atingindo diferentes faixas etárias e classes sociais. Definitivamente, não é uma tarefa fácil lidar com esse problema. Há quem diga que “a depressão seja a doença do século”. O acúmulo de stress do dia a dia tem afetado drasticamente o emocional e o psicológico das pessoas, com isso tem crescido o índice de suicídios e de pessoas adoecidas emocionalmente. É bastante preocupante constatar que os jovens e adolescentes fazem parte dessa lista que vem crescendo no Brasil e no mundo.

A campanha brasileira SETEMBRO AMARELO tem por objetivo prevenir o suicídio e alertar sobre a importância e a valorização da vida. Uma campanha extremamente importante, pois propõe uma abordagem delicada e imprescindível a fim de transformar uma perspectiva negativa em positiva. Outra ferramenta muito indicada pelos profissionais da área de saúde, em casos de tratamento e de prevenção à depressão e ao suicídio, é a arte.

O graffiti que salva

Em entrevista com o grafiteiro e artista plástico Léo Shun, descobrimos que o tema central de suas pinturas é a FELICIDADE sob diferentes pontos de vista. Com isso, o convidamos para falar sobre suas inspirações dentro de uma perspectiva emocional e também sua opinião sobre como a arte do graffiti pode contribuir positivamente em casos de depressão e suicídio.

Graffiti de Léo Shun
Arte d grafiteiro Léo Shun. Foto: Lorena Crist.

Conhecido por ser um grafiteiro que deixa suas marcas artísticas através de frases motivacionais e seus desenhos multicoloridos, Shun ousa afirmar que pinta a felicidade e grafita frases que gostaria de ouvir, frases que ele mesmo cria baseado nos seus valores éticos e morais.

“A felicidade é o maior objetivo do ser humano, todo mundo busca ser feliz. Porém o que percebo é que a maioria das pessoas tenta enxergar a felicidade em coisas exteriores enquanto, na verdade, a felicidade está dentro de nós. Na minha arte busco expressar a felicidade a partir dessa percepção”, diz Léo Shun.

O contato com a arte, em muitos casos, serve como um grande aliado para a prevenção e também no tratamento contra a depressão. O graffiti, por ser uma arte de rua, certamente irá esbarrar com as pessoas por acaso, sem um encontro marcado. A pessoa pode simplesmente estar passando por aquele local e se deparar com um muro com mensagens que a façam bem.

Foto: Lorena Crist.

O graffiti tem sim um papel social maior do que se possa imaginar, ele pode transformar a vida de milhares de pessoas de forma muito sutil e mágica. É comprovado cientificamente que quando estamos expostos a bons estímulos, o nosso corpo responde positivamente. Portanto, estar diante de uma boa arte, apreciá-la e envolver-se a ponto de se permitir ser tocada e transformada por ela, além de ser muito agradável, é também algo saudável para o emocional. E o graffiti, que é uma arte popularmente conhecida por ser parte de uma cultura urbana, cumpre esse papel.

O pedido de ajuda contra a depressão

Mas o que será que tem acontecido com a nossa sociedade? Como podemos contribuir para ajudar essas pessoas? Muitos são os questionamentos que surgem, porém o fato é que nem sempre a pessoa que está deprimida assume esse problema. Muitas vezes, ela se sente retraída e até mesmo constrangida para desabafar e pedir ajuda, ou talvez nem saiba identificar o próprio drama que está vivendo. Atualmente, é fácil encontrarmos alguém que passa ou já passou por esse problema, mas como podemos identificar e alertar a pessoa que sofre de depressão?

Geralmente a pessoa começa a demonstrar algumas alterações comportamentais, pode ser que o individuo fique mais introspectivo. O desânimo, a impaciência, o nervosismo, a irritabilidade podem ser algumas características inerentes a pessoas que estão atravessando uma fase depressiva, porém não existe uma regra. O melhor a se fazer é procurar um profissional da área para diagnosticar e tratar os sintomas, podendo ser ele um psicólogo, psiquiatra, neurologista ou psicanalista, aquele que a pessoa se sentir mais à vontade.

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Pedir ajuda é fundamental e, nesses casos, é sempre a melhor solução. Definitivamente, pedir ajuda não significa um sinal de fraqueza; muito pelo contrário, é um sinal de muita coragem tomar essa iniciativa que envolve o autocuidado, autoconhecimento, tratamento e cura de feridas emocionais e psicológicas.

Léo Shun afirma que o seu papel como artista vai além da beleza e da estética:

“Tenho um compromisso social, tenho dentro de mim vida em forma de arte querendo nascer, quando pinto um muro ou uma tela sinto que minha arte é livre para ir se comunicar com quem ela quiser e desejo que ela vá rumo a caminhos surpreendentes, desejo que ela estimule e salve vidas. Afinal, esse é o papel da arte”.

Para cada graffiti existe um objetivo, uma linguagem e cores específicas. Para cada pintura, Léo Shun desenvolve um projeto com uma temática diferente; seus desenhos são originais, acompanhados de beleza e de uma proposta reflexiva. Definitivamente, a partir dessa entrevista é possível compactuar com a ideia de que olhar para um graffiti na rua não se resume a olhar para cores e traços, mas sim enxergar a emoção e a possibilidade de envolver-se e alimentar-se daquele estimulo visual, a ponto de absorver mensagens profundas incutidas naquela arte.

Para conhecer mais sobre o artista e grafiteiro Léo Shun, é só acompanhá-lo nas redes sociais Léo Shun e Shun Graf (suas páginas no Facebook) @galeriabangubyshun @shungraf e @leoshun_rj (Instagram), e no site da sua empresa www.shungraf.com

* Texto e fotos por Lorena Crist.

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