Descubra as lições atemporais e encantadoras nas 10 fábulas de Esopo mais lindas, onde a sabedoria e a moralidade se encontram em contos simples, mas profundos, que cativam gerações há séculos.

Esopo foi um escritor da Grécia antiga. Mundialmente conhecido, até hoje suas fábulas traduzem comportamentos humanos nas figuras de animais e produzem um efeito de ensinamento que funcionam para crianças, jovens e adultos. Abaixo você encontra as 10 mais belas fábulas de Esopo:

1. A águia e a raposa

Uma Águia, procurando alimento para os seus filhotes, deitou as unhas a dois raposinhos. A Raposa, vendo isso, implorou-lhe que lhe desse os filhos; mas a Águia, lá do alto, zombou das suas súplicas e disse que não deixaria de lhos comer.
A raposa, magoada, começou logo a juntar, ao pé da árvore onde a Águia tinha o ninho, muitas palhas, arbustos e ramos secos, e arranjou-os de tal maneira que, chegando-lhe fogo, fez uma fogueira muito grande.
Viu-se a Águia muito apoquentada com o fumo e a labareda, e com o receio de que ardesse a árvore toda, lançou-lhe os raposinhos sem lhes tocar, e quase ficou chamuscada pela astúcia da Raposa.

Moral: Se alguém presumir ser Águia na força e ter vantagem em relação aos outros, nem por isso afronte nem importune o fraco e pequeno que não possa vingar-se do maior. Deus ajuda os humildes e resiste aos soberbos; e quis que o Leão temesse o Galo, e o Rato pudesse inquietar o Elefante.

As fábulas de Esopo estão presentes em diversas coletâneas, como essa da Companhia das Letras. Conheça.

2. A lebre e a tartaruga

A Lebre costumava fazer troça da Tartaruga por ela ser tão lenta.
— Tu alguma vez chegas ao teu destino? — perguntou-lhe um dia zombando dela.
— Sim — replicou a Tartaruga—, e chego mais depressa do que pensas. Vamos fazer uma corrida e provar-to-ei.
A Lebre achou graça ao desafio da Tartaruga, e, para se divertir, resolveu aceitar. A Raposa, designada como júri, estabeleceu a distância, alinhou os corredores e deu o sinal de partida.
Em breve, a Lebre ficou longe da vista, e, para demonstrar o ridículo do desafio, deitou-se para dormir uma sesta até que a Tartaruga a alcançasse.
Entretanto, lenta mas persistentemente, a Tartaruga ultrapassou o local onde a Lebre dormia profundamente e foi-se aproximando da linha de chegada. Quando acordou, a Lebre viu que a Tartaruga estava já muito perto da meta e começou a correr o mais depressa que pôde, tentando ainda ultrapassá-la, mas não conseguiu.
Moral: devagar se vai ao longe.

3. O galo e a pérola

Andava um Galo a esgravatar no chão, para achar migalhas ou bichos que comer, quando encontrou uma pérola. Exclamou:
— Ah, se te achasse um joalheiro! A mim porém de que vales? Antes uma migalha ou alguns grãos de cevada.
Dito isto, foi-se embora em busca de alimento.

Moral: “Os ignorantes, desprezando os ensinamentos proveitosos e a doutrina moral que sob das Fábulas se esconde, fazem o que fez este Galo; buscam coisas sem valor, cevada e migalhinhas.”

4. A raposa e as uvas

Uma raposa passou por debaixo de uma parreira carregada de lindas uvas. Ficou logo com muita vontade de apanhar as uvas para comer.

Deu muitos saltos. Tentou subir na parreira, mas não conseguiu. Depois de muito tentar, decidiu ir embora e disse:

— Ah! Eu não estou nem ligando para uvas, pois elas estão verdes mesmo!

Moral: desprezar o que não se alcança não é uma atitude digna. É importante reconhecer nossas fraquezas.

5. O leão e o burro

Vinha o burro pelo caminho, como sempre, tranquilo e sereno. De repente, ele se deparou com um leão.

— Saia já da minha frente! – disse o burro com a presunção dos tolos.

O leão olhou bem para o burro e pensou: “Seria fácil demais dar uma lição nesse infeliz, mas não vou sujar minhas garras e meus dentes”. E continuou seu caminho sem se importar com o burro.

Moral: muitas vezes não é confiança ou coragem. E sim desprezo.

As fábulas de Esopo estão presentes em diversas coletâneas, como essa traduzida por Ruth Rocha. Conheça:

6. O rato e a rã

Um rato desejava passar por um rio, mas não sabia nadar. Ele pediu ajuda para uma rã. O combinado foi que a rã se prendesse ao pé do rato para ajudá-lo na travessia do rio. Em comum acordo, os animais se prenderam por uma corda e saltaram na água.

A rã com segundas intenções, tentava mergulhar para que o rato se afogasse. E o rato fazia muita força para não ser puxado pela rã. E os dois ficaram nesse embate durante todo o caminho.

Um gavião que sobrevoava o local, avistou a briga entre o rato e a rã e, com precisão, partiu em direção aos dois animais briguentos devorando-os rapidamente.

Moral: muitas vezes há males maiores que os mesquinhos não enxergam e acabam morrendo.

7. O leão e os outros animais

Estava um Leão doente e fraco de velho, e veio um javali que lhe lembrou ter sido por ele maltratado noutros tempos e deu-lhe uma forte trombada. Veio um Touro e deu-lhe uma cornada, e muitos outros animais, para se vingarem, maltrataram o Leão. Por fim veio um asno, e deu-lhe dois coices, com que o deitou por terra.
Chorava o Leão dizendo:
— Tempos houve em que todos estes só com o meu bramido tremiam, e não havia nenhum tão forte que não fugisse de se encontrar comigo.
Agora que me veem fraco, todos querem vingar-se e não há quem não me maltrate.

Moral: Os que desempenham cargos e ofícios grandes não façam mal aos outros, temam o que aconteceu a este Leão; porque quando o seu poder enfraquecer e deixarem o ofício, também qualquer pobre poderá vingarse deles e atacá-los, ou por obras, ou por palavras.

8. O rei dos macacos e dois homens

Tendo perdido o caminho, dois companheiros que caminhavam, depois de terem andado muito, chegaram à terra dos Macacos. Foram, então, levados ante o rei, que vendo-os disse: – Em vossa terra, e dos lugares de onde vindes, o que dizem de mim e de meu reino? Um dos homens respondeu:

—- Dizem que sois um rei grandioso, de gente sábia e culta.

O outro, que gostava da verdade, respondeu:

— Toda vossa gente são macacos, portanto irracionais e, sendo assim, vós que sois o rei também é um macaco.

Ouvindo isso, o rei mandou que o matassem e, ao primeiro, ordenou que o tratassem muito bem.

Moral: Com um Rei ignorante não há sábios nem virtuosos, apenas chocarreiros e aduladores.

As fábulas de Esopo estão presentes em diversas coletâneas. Conheça a edição da editora Principis:

9. O cão e a sombra

Um Cão levava na boca um pedaço de carne quando, ao passar por um riacho, viu no fundo da água a sombra da carne que parecia maior. Soltou a que levava nos dentes para tentar pegar a que via na água. O riacho levou para sua correnteza a verdadeira carne e a sombra, ficando o Cão sem uma nem outra.

Moral: Devemos valorizar e cuidar do que temos e não devemos querer tudo de uma só vez. 

10. O rato da cidade e o rato do campo

Um Rato que morava na Cidade aceitou o convite para jantar de um Rato que vivia no Campo. Em sua cova, comeram raízes, ervas e frutos, produtos do Campo. Em dado momento, o Rato da Cidade disse:

— Amigo, notei que vives na miséria, pelo que tenho dó. Por isso, convido-o a morar na Cidade, onde verás a riqueza e a fartura que lá desfrutamos.

Combinaram e para lá foram, numa casa grande e rica. Estavam na despensa, saboreando comidas sofisticadas quando, de súbito, entra um fiscal com dois gatos. Na correria, fugiram os Ratos. O Rato da Cidade achou logo seu esconderijo enquanto o Rato do Campo, continuando a correr, disse:

— Fiques com a tua fartura, que eu quero mesmo é viver comendo os frutos da terra sem medo de homens, gatos e ratoeiras. Lá no Campo tenho um prazer inigualável que é a liberdade com a tranquilidade.

Moral: É tua a decisão de escolher dispor de certos luxos e vantagens que sempre vão unidos a sustos e dificuldades, ou viver um pouco mais austeramente, mas com serenidade. 

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