A Editora Moinhos, fundada em 2016, é uma casa editorial independente que surge com o objetivo de publicar livros dos mais diversos gêneros. Sua proposta inclui o resgate de grandes clássicos da literatura brasileira e estrangeira, buscando viabilizar obras ainda inéditas no país.

A missão da Editora Moinhos é fomentar a produção literária nacional e promover o diálogo entre autores brasileiros e leitores, buscando novas vozes e perspectivas dentro do cenário literário contemporâneo. A editora tem um compromisso com a valorização dos escritores brasileiros e procura publicar tanto autores consagrados quanto novos talentos.
Idealizada por Nathan Matos (do portal LiteraturaBr) e Camila Araújo, a editora possui um catálogo muito interessante e abaixo você encontra uma lista com 12 livros da Editora Moinhos para ler agora!
Obras de ficção da Editora Moinhos
1. Efuru (Flora Nwapa)

Efuru é o nome da protagonista que dá título à obra. A história da personagem demonstra os dilemas desta diante do casamento e da maternidade, pilares do papel social da mulher igbo na comunidade igbo tradicional de então. Como Efuru negocia este papel e, para isso, mobiliza a cosmogonia de seu povo, é o que o leitor irá encontrar nas páginas dessa obra. Essa cosmogonia, ou seja, o modo como se percebe o mundo, a criação e a relação entre o homem e o universo que o cerca, reserva um lugar de centralidade ao deus supremo que rege todas as coisas (Chukwu), ao chi (uma espécie de força criadora ou espírito pessoal de cada indivíduo) e aos espíritos dos ancestrais. São eles que regem a vida e alicerçam os valores de cada homem e mulher igbo que são retratados na escrita de Flora. + AMAZON
2. O que pesa no norte (Tiago Germano)

O que pesa no Norte é uma narrativa sobre os valores e os arbítrios da classe média brasileira, especialmente a do Nordeste. Uma narrativa que põe o dedo na ferida de práticas que perduram, que passam de geração a geração, projetando para o presente valores de um passado patriarcal. A busca de Ricardo por Guilherme, indo da Paraíba para São Paulo atrás de resgatar para o núcleo familiar o seu filho que “se perdeu”, é dramática. Ricardo, um pai autoritário, áspero, com a sua carga de valores, é de fato um peso para a família, especialmente para o filho Guilherme. Estudante de direito, Guilherme quebra as expectativas paternas quando resolve optar pelas artes cênicas. Ana, a esposa de Ricardo, tem valores opostos aos do marido – é afetiva, protetora dos filhos. + AMAZON
3. Sacrifícios humanos (María Fernanda Ampuero)

De certa maneira, cada um de nós pode ser o demônio do outro. Podemos acabar sendo o sacrifício humano do outro. Neste livro de contos, o leitor ou a leitora passará a compreender a atmosfera que ronda a literatura de María Fernanda Ampuero, uma voz imprescindível da literatura latino-americana contemporânea. A podridão, a hostilidade e a violência marcam as nossas vidas, assim como a das diversas personagens de Sacrifícios Humanos. + AMAZON
4. Space Invaders (Nona Fernandéz)

“Em fins de 2019, a poeta e cantora Patti Smith em turnê no Brasil realizou um encontro público no Sesc Pompeia, em São Paulo, no qual falou sobre suas paixões, inspirações e também de suas leituras. Era a primeira vez em que eu ouvia falar em Nona Fernández, uma das mais prestigiosas ficcionistas chilenas da atualidade, e em Space Invaders, agora traduzido pela Editora Moinhos. Movida pelo entusiasmo de Patti e pelo desejo de conhecer a obra de Fernández, não sosseguei até ter um exemplar dessa novela e fui surpreendida por uma narrativa não apenas inventiva e de grande refinamento estético, mas que agregando contundência e leveza (entendida aqui como o valor proposto por Ítalo Calvino em suas lições) fala das profundas marcas da ditadura de Pinochet ainda hoje e em como o ato violento é um petardo altamente destrutivo lançado em direção ao futuro.” + AMAZON
5. Agosto (Romina Paula)

Narrado em segunda pessoa e em um tom de oralidade e intimidade, como merecem as promessas de amor eterno, Agosto, livro lançdo em 2021 pela Editora Moinhos, parece estar entre uma extensa carta endereçada à amiga morta, um diário de viagem, e também a finalização de um longínquo processo de luto. Distante espacialmente da cidade onde vive e temporalmente dos anos 1990 em que viveu intensamente a adolescência, a narradora se vê sem pertencimento e o leitor é convidado a ser olhos, ouvidos e seu ombro-amigo. + AMAZON
6. Os escritores que eu matei (Marco Severo)

A partir da epígrafe, já se pode notar a que veio o livro de crônicas de Marco Severo. Os escritores que eu matei é uma deliciosa leitura sobre o universo da literatura e suas descobertas, e também um livro que provoca com seu humor peculiar, que fala diretamente ao leitor através de seu estilo movediço, dinâmico, reflexivo. As crônicas – parte delas publicadas anteriormente em blogs na internet e retrabalhadas para este volume, aliadas a outras inéditas – são o resultado de quase quatro anos contribuindo com o pensar e o fazer literário, aqui elevados à potência máxima, culminando com seis novas crônicas escritas especialmente para esta nova edição revista e ampliada, e que atestam a vigorosa escrita do autor, que tem a capacidade de nos fazer querer caminhar com ele por este universo de encantamentos que é a literatura, virando página após página, seduzidos pelos labirintos da palavra. + AMAZON
7. O abismo entre nós (Cris Vazquez)

“O abismo entre nós” fala de amor. Não apenas do amor romântico e sensual, próprio dos amantes. Cris Vazquez nos presenteia com um texto elegante onde escreve sobre o amor à literatura, à arte, ao rock e a um ideal a ser perseguido. Já foi dito, e escritores concordam, sobre a angústia de carregar uma história que quer ser contada. Com Florence não é diferente. E escritores conhecem o limite, o momento da dúvida, em que desistem porque não se sentem mais aptos a criar uma obra relevante. Como acontece com Horácio. Ao longo do livro, o embate entre Florence e Horácio transforma-se numa analogia do que ocorre dentro da cabeça de um autor. As frases que estimulam a escrita em abismo, os trechos dos diários, as críticas ácidas, correspondências e as situações de encontros e desencontros entre as personagens são ricos materiais para compreender as nuances que compõem o fazer literário. + AMAZON
8. Até que passe um furacão (Margarita G. Robayo)

As praias do Caribe são destinos cobiçados pelos turistas, mas quando se observa do ponto de vista de seus habitantes, a história muda de figura. A pobreza, o descaso e o baixo (ou nulo) investimento em infraestrutura para os moradores locais faz com que estes só queiram uma coisa: melhorar de vida. E a melhora que têm em vista é o também cobiçado “sonho americano”. Em Até que passe um furacão, a protagonista está disposta a fazer de tudo para se desvencilhar da terra onde nasceu, da lama que invade os bairros da cidade onde vive, para ter a vida que imagina merecer fora de seu país. Encontra no trabalho de comissária de bordo uma rota de fuga, mas sabe que também é preciso utilizar outros meios para alcançar o desejado, meios que aprendeu desde cedo, em uma inocência roubada. + AMAZON
9. Manhã submersa (Vergílio Ferreira)

Finalmente Vergílio Ferreira, um dos maiores ícones da literatura portuguesa, por diversas vezes nomeado ao prêmio Nobel de literatura, é publicado no Brasil. Autor de contribuição vasta e inspiradora, é neste Manhã submersa, romance publicado em 1954, que ele aprofunda um viés narrativo que perduraria ao longo de toda a sua obra: o existencialismo como forma de compreender as grandes questões humanas. Manhã submersa conta a história de António Lopes, jovem de origem humilde que, enviado ao pequeno Seminário da Diocese da Guarda contra a sua vontade, vê-se às voltas com descobertas intensas que terminarão por moldar sua vida e seu futuro. + AMAZON
Obas de não ficção da Editora Moinhos
10. Nem todos os meninos são azuis (George M. Johnson)

*Nem todos os meninos são azuis* é uma poderosa obra, uma memória-manifesto de George M. Johnson, ativista negre LGBTQ+ e não-binárie Jornalista por profissão, George explora por meio da memória a sua infância, adolescência e os seus anos de faculdade, narrando como foi crescer sob a dualidade de ser negre e queer. Das memórias de ter seus dentes arrancados por valentões aos cinco anos de idade ao relacionamento afetuoso com a avó, à primeira experiência sexual, as histórias tratam de uma pessoa que está sempre em um não-lugar enquanto cresce. Com triunfo e tragédia, as história de George M. Johnson cobrem tópicos como identidade de gênero, masculinidade tóxica, irmandade, família, desigualdade , consentimento e alegria negra. Este é um livro dolorido, afetuoso, que amplifica o nosso modo de ver a sociedade em que vivemos, seja nos Estados Unidos ou no Brasil. + AMAZON
11. O lugar das palavras (Vanessa Ferrari)
Ser editora é dizer não; e alguns sim. Mas com base em que critérios? As escolhas das editoras são justificáveis? O dito feeling pode ser aprendido? Vanessa Ferrari é uma profissional experiente que já analisou centenas de originais. Neste livro ágil e envolvente, ela revela segredos do ofício, começando pela leitura de obras que pretendem ser publicadas. Na sequência, a autora – aqui ocupando o outro lado da mesa, isto é, foi lida, examinada, respondida e editada – propõe cinco tipos de narrador e suas características, mostrando, com fartura de exemplos, as armadilhas estilísticas dos primeiros rascunhos, das frases prontas e, em uma escala mais ampla, desmonta o que o senso comum entende como escrita literária. No final, depois de suas palavras honestas à guisa de considerações finais, Vanessa Ferrari sugere obras que contribuem para uma formação consistente aos que desejam editar e seguir uma carreira literária. + AMAZON
12. É possível dissociar a obra do autor? (Gisèle Sapiro)
A obra da socióloga francesa Gisèle Sapiro vai, aos poucos e ainda bem, sendo traduzida no Brasil e se tornando incontornável. Conhecida por suas investigações de inspiração bourdiana sobre traduções, autorias e os estudos da edição, neste livro que ora a editora Moinhos publica, Sapiro aborda, com coragem e profusão de exemplos, temas como a associação (ou não) entre vida e obra, biografia e literatura ou cinema, em casos amplamente conhecidos não apenas na França, mas no mundo. Escritores, cineastas, filósofos e outras figuras intelectuais são postas em xeque diante de suas escolhas políticas, ideológicas ou da declaração de seus preconceitos, a despeito de terem produzido obras consagradas e/ou premiadas. + AMAZON