Você já se aventurou pelos vastos campos da literatura russa? Conhecida por suas obras profundas, complexas e emocionantes, a literatura russa tem desempenhado um papel crucial na formação do cânone literário mundial. Neste post, embarcaremos em uma jornada fascinante pelos corredores da literatura russa, explorando seus mestres e obras-primas que cativaram leitores ao redor do globo.
O início da Literatura Russa
A literatura russa teve seu início marcante no século XIX, com autores renomados como Fiódor Dostoiévski e Lev Tolstói moldando o cenário literário do país. Influenciada por eventos históricos e culturais, a literatura russa reflete as complexidades da sociedade e as mudanças políticas. As obras do período inicial, como “Crime e Castigo” e “Guerra e Paz”, exploram profundamente as questões existenciais, a moralidade e as complexidades das relações humanas, estabelecendo as bases para o desenvolvimento literário russo.
Principais características da Literatura Russa
A literatura russa é conhecida por suas características distintivas, como o realismo psicológico, que mergulha nas profundezas da psique humana, e o realismo social, que retrata vividamente a vida em diferentes estratos sociais. A riqueza dos detalhes e a construção complexa dos personagens são marcas registradas, proporcionando aos leitores uma imersão única nas narrativas. Além disso, o uso magistral de simbolismo e metáforas enriquece as histórias, conferindo-lhes camadas de significado que continuam a ressoar ao longo do tempo.
A influência global da Literatura Russa e seu legado duradouro
A literatura russa não se limita às fronteiras do país; suas influências transcenderam fronteiras culturais, deixando uma marca indelével na literatura mundial. Autores russos como Dostoiévski, Tolstói e Tchekhov inspiraram escritores em todo o mundo, contribuindo para movimentos literários globais. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, permitindo que as vozes russas ecoem em diferentes culturas. O impacto duradouro da literatura russa reside na capacidade de abordar temas universais, conectando-se com leitores em diversas partes do planeta e perpetuando um legado literário que continua a influenciar gerações.
Conheça abaixo 22 livros da Literatura Russa para desbravar toda sua complexidade e beleza
1. “Crime e Castigo” – Fiódor Dostoiévski
Publicado em 1866, Crime e castigo é a obra mais célebre de Fiódor Dostoiévski. Neste livro, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petersburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História. Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para preservar sua dignidade contra as várias formas da tirania. COMPRE NA AMAZON
2. “Guerra e Paz” – Lev Tolstói
A saga épica de personagens aristocráticos russos durante as Guerras Napoleônicas. Publicado entre 1865 e 1869, ‘Guerra e Paz’ traça um painel da sociedade russa de 1805 (ano da vitória de Napoleão na batalha de Austerlitz) a 1812 (quando ocorrerram a célebre retirada dos franceses durante o inverno e o incêndio de Moscou). Como fio condutor, temos a vida, as misérias e os amores de duas grandes famílias aristocratas. Uma multidão de personagens retrata as diversas camadas do mundo russo, dos camponeses ao tsar.
Leia: Guerra e Paz, de Tolstói: quais heroísmos e grandezas extraordinárias resistem?
3. “Anna Kariênina” – Lev Tolstói
Publicado originalmente em forma de fascículos entre 1875 e 1877, antes de finalmente ganhar corpo de livro em 1877, Anna Kariênina continua a causar espanto. Como pode uma obra de arte se parecer tanto com a vida? Com absoluta maestria, Tolstói conduz o leitor por um salão repleto de música, perfumes, vestidos de renda, num ambiente de imagens vívidas e quase palpáveis que têm como pano de fundo a Rússia czarista.
Nessa galeria de personagens excessivamente humanos, ninguém está inteiramente a salvo de julgamento: não há heróis, tampouco fracassados, e sim pessoas complexas, ambíguas, que não se restringem a fórmulas prontas. Religião, família, política e classe social são postas à prova no trágico percurso traçado por uma aristocrata casada que, ao se envolver em um caso extraconjugal, experimenta as virtudes e as agruras de um amor profundamente conflituoso, “feito de sombra e de luz”. COMPRE NA AMAZON
4. “A Dama do Cachorrinho” – Anton Tchekhov
Um conto emocionante sobre um homem casado cuja vida é transformada por um encontro casual.
Conheça: A ilha de sacalina (Anton Tchékhov): narrar acima de tudo
5. “O Capote” – Nikolai Gógol
Humorista, dramaturgo, prosador e polemista, Nikolai Vassílievitch Gógol (1809-1852) teve papel fundamental no desenvolvimento da literatura russa a partir do século XIX, o que levaria Dostoiévski a afirmar: “Todos nós saímos do Capote de Gógol”. COMPRE NA AMAZON
6. “As Almas Mortas” – Nikolai Gógol
Chichikov, um vigarista, viaja pela Rússia comprando “almas mortas” para obter riqueza.
“Almas Mortas” é uma obra-prima da literatura russa, escrita por Nikolai Gogol e publicada em 1842. A história é ambientada na Rússia czarista do século XIX e segue a trajetória de Chichikov, um golpista astuto que viaja pelo país comprando almas mortas, ou seja, as listas de camponeses que já morreram, para usá-las como garantia para empréstimos bancários.
Ao longo da narrativa, Gogol apresenta uma crítica feroz à sociedade russa da época, marcada pela corrupção, hipocrisia e desigualdade social. Chichikov é um personagem ambíguo e fascinante, que oscila entre momentos de astúcia e ingenuidade, e cujas intenções não ficam claras até o final da trama.
7. “Meninas” – Liudmila Ulítskaia
Meninas reúne seis contos que formam um ciclo de histórias perfeitamente arquitetado pela autora. Ambientados em Moscou no período próximo à morte de Stálin, em 1953, os contos são protagonizados por meninas de 9 a 11 anos de idade, que aparecem e reaparecem na peculiar sequência das narrativas. COMPRE NA AMAZON
8. “Vozes de Tchernóbil” – Svetlana Aleksiévitch
Embora seja uma autora bielorrussa, Svetlana Aleksiévitch retrata testemunhos e histórias impactantes do desastre de Tchernóbil. Leia a resenha
9. “As últimas testemunhas: Crianças na Segunda Guerra Mundial” – Svetlana Aleksiévitch
Neste livro doloroso e potente, a Nobel de literatura Svetlana Aleksiévitch reuniu os relatos francos de vários sobreviventes da Segunda Guerra que, quando crianças, testemunharam horrores que nenhum ser humano jamais deveria experimentar. COMPRE NA AMAZON
5 motivos para ler Svetlana Aleksiévitch
10. “Os Sete Enforcados” – Leonid Andreiev
O novelista russo Leonid Andreiev traz uma obra emocionante e sombria, cujo personagem principal é a morte. A trama envolve o polêmico tema da pena de morte, nos moldes de um regime ditatorial sanguinário. Discutindo o sentido da vida a partir do cárcere, a história dramática de homens e mulheres condenados à forca arrebata o leitor, que se torna testemunha das incertezas e angústias do ser humano diante do fim iminente. + AMAZON
11. “Pais e filhos” – Ivan Turguêniev
Publicado em 1862, Pais e filhos continua a refletir o confronto entre gerações e as expectativas de um tempo anterior que se choca com as atitudes e os ideais dos momentos seguintes, esquecendo-se da potência transformadora da juventude. COMPRE NA AMAZON
12. “A Morte de Ivan Ilitch” – Lev Tolstói
Uma meditação sobre a vida e a morte, centrada na vida de Ivan Ilitch, um juiz respeitado. Nesta novela – considerada uma das mais perfeitas já escritas, Tolstói narra a história de Ivan Ilitch, um juiz de instrução que, depois de alcançar uma vida confortável, descobre que tem uma grave doença. A partir daí, este passa a refletir sobre o sentido de sua existência, numa experiência-limite de rara força poética, que só a grande literatura consegue traduzir. COMPRE NA AMAZON
13. “O professor de Letras ” – Anton Tchekhov
O professor de letras é um conto simples, sobre um homem chamado Nikítin, que se vê apaixonado por um mulher, mas tímido, demora um pouco para pedir a mão da donzela em casamento. Leia a resenha aqui
14. “Dias Malditos” – Ivan Búnin
Considerado um grande estilista, Búnin foi o primeiro escritor russo a ganhar o prêmio Nobel, em 1933. Em Dias Malditos, sua escrita poética dá lugar a registros marcados pela urgência, num mosaico de notícias de jornais, fatos testemunhados e informações de boca a boca. O tom é de inconformismo. As notícias e rumores são apavorantes: saques, fuzilamentos, massacres de judeus, julgamentos sumários, bebedeiras, escassez de alimentos. Em dado momento, o próprio escritor se vê no meio de um fogo cruzado quando sai para a rua. COMPRE NA AMAZON
15. “O valete de espadas” – Borís Akunin
Moscou final do século XIX. Erast Fandórin encarregado de missões especiais junto ao governador da cidade vê-se obrigado a socorrer a polícia moscovita ridicularizada por um simpático trapaceiro autodenominado Valete de Espadas. Com a ajuda do distraído Anissi e de seu criado japonês Massa Fandórin inicia com o multiforme adversário um verdadeiro duelo movido por achados geniais provocações cada vez mais ousadas reviravoltas e revanches até que o jogo começa a ficar complicado. COMPRE NA AMAZON
16. “A pobre Lisa” – Nikolai Karamzin
A personagem central da história é Lisa, uma moça muito pobre que vende flores em Moscou. Um dia, ela conhece um homem e se apaixona por ele. E nisso não mora nenhuma novidade para os leitores do século XXI. No entanto, é o narrador que torna o conto admirável. Leia a resenha aqui.
17. “Os Irmãos Karamazov” – Fiódor Dostoiévski
Último romance de Dostoiévski, Os irmãos Karamázov representa uma síntese de toda sua produção e é tido por muitos como sua obra-prima. Um marco da literatura universal, influenciou pensadores como Nietzsche e Freud – que o considerava “o maior romance já escrito” – e sucessivas gerações de escritores em todo o mundo. + AMAZON
18. “Os Demônios” – Fiódor Dostoiévski
Uma análise profunda da sociedade russa do século XIX, destacando os efeitos do niilismo e do radicalismo. Impressionado com o assassinato de um estudante por um grupo niilista, Dostoiévski concebeu este livro como um protesto contra os que queriam transplantar a realidade política e cultural da Europa ocidental para a Rússia. + AMAZON
19. “O Jogador” – Fiódor Dostoiévski
A história de um jovem tutor que se envolve no vício do jogo, explorando temas de obsessão e redenção. Compre na Amazon
20. “O Mestre e Margarida” – Mikhail Bulgákov
Uma obra-prima satírica que mistura realismo e fantasia, explorando a natureza do mal e da liberdade.
Espécie de Fausto russo, inspirado na obra de Goethe e na ópera homônima de Charles Gounod, O mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov, é considerado um dos grandes romances do século XX. Situado na Moscou dos anos 1930, o livro narra as peripécias de satã na cidade acompanhado de um séquito infernal, composto por um gato falante e fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador. COMPRE NA AMAZON
21. “O Idiota” – Fiódor Dostoiévski
A história do Príncipe Míchkin, um homem benevolente e inocente, em meio à sociedade corrupta da Rússia.
Publicado originalmente em 1868, este é um desses livros em que o leitor reconhece de imediato a marca do gênio. Nele, o autor russo constrói um dos personagens mais impressionantes de toda a literatura mundial ― o humanista e epilético príncipe Míchkin, mescla de Cristo e Dom Quixote, cuja compaixão sem limites vai se chocar com o desregramento mundano de Rogójin e a beleza enlouquecedora de Nastácia Filíppovna. Entre os três se agita uma galeria de personagens de extrema complexidade, impulsionados pelos sentimentos mais contraditórios ― do amor desinteressado à canalhice despudorada ―, conferindo a cada cena uma intensidade alucinante que nunca se dissipa nem perde o foco. COMPRE NA AMAZON
22. Noites Brancas – Fiódor Dostoiévski
Em Noites brancas, o jovem Dostoiévski mostra a sua versatilidade como escritor de gênero breve ao abordar um encontro inesperado entre um homem e uma mulher que se repetirá por quatro noites. Leia a resenha aqui