Ler A gente mira no amor e acerta na solidão, de Ana Suy, é participar de uma conversa franca sobre o amor — e suas inevitáveis ausências.
Com linguagem simples e olhar psicanalítico, a autora nos faz enxergar o amor como um espaço de encontro e desencontro, onde ser amado é também suportar o que falta.
Neste post, selecionamos 20 frases do livro, acompanhadas de breves interpretações, para quem busca refletir sobre a complexa arte de amar.

Conheça 20 frases do livro acompanhadas de uma interpretação:
1. “Não queremos ser amados apenas pela presença, mas queremos ser amados especialmente pela nossa falta.”
Interpretação: Ana Suy revela o paradoxo do amor: desejamos ser lembrados mesmo quando não estamos. Amar é querer permanecer no outro — mesmo no vazio que deixamos.
2. “Amar é algo que aprendemos sendo amados.”
Interpretação: O amor é aprendizagem e espelho. Antes de amar alguém, precisamos ter experimentado o que é ser acolhido — ainda que de forma imperfeita.
3. “Os amantes estão com frequência a pedir palavras uns dos outros. Porque são as palavras que fazem ponte entre a solidão de um e a solidão do outro no amor.”
Interpretação: O amor é diálogo entre solidões. As palavras funcionam como pontes frágeis: sem elas, cada um permanece isolado no próprio silêncio.
4. “Ao encontrar um amor, a gente não encontra a parte que nos faltava até então. A gente encontra a metade que fará falta a partir dali.”
Interpretação: A autora desmonta o mito da “metade da laranja”: o amor não completa, mas inaugura novas faltas. Amar é aceitar o risco do desamparo.
5. “Quem sou eu para além do que já sei? É a pergunta que nos fazemos na vida, e a pessoa do nosso amor tende a ser aquela que nos dá alguma pista de que tem alguma resposta.”
Interpretação: Amar é também se perguntar quem somos no olhar do outro. É nesse espelho emocional que descobrimos partes de nós que ainda não conhecíamos.
6. “Quando perdemos alguém, então, não perdemos bem esse alguém fora de nós, mas perdemos muito especialmente quem éramos para o outro.”
Interpretação: A dor do luto é dupla: sofremos pela ausência do outro e pela perda da versão de nós mesmos que só existia naquele vínculo.
7. “Amor é um misto de bancar a solidão com ter sorte, atravessado por um encanto com um outro que insiste.”
Interpretação: Amar exige coragem para sustentar a própria solidão — e sorte para encontrar alguém disposto a permanecer, mesmo diante dela.
8. “É que o outro é sempre outro, especialmente quando é ele mesmo. Aliás, é sobretudo quando o outro é ele mesmo que ele nos interessa.”
Interpretação: Aceitar o amor é aceitar o mistério do outro. O verdadeiro encontro acontece quando deixamos de moldar o outro à nossa imagem.
9. “A gente não ama o outro porque ele é nosso espelho, a gente ama o outro na notícia que ele dá de que há um mundo para além do nosso umbigo.”
Interpretação: O amor rompe o narcisismo: amar é descobrir o mundo que começa onde o nosso reflexo termina.
10. “Ah, se eu não tivesse criado expectativas não teria me frustrado.”
Interpretação: A autora mostra que a frustração é inseparável do desejo. Amar sem expectativa seria deixar de desejar — e, portanto, deixar de viver.
11. “Falamos porque somos sós e precisamos proferir palavras para dar notícias de nós.”
Interpretação: A fala é o gesto que combate o isolamento. No amor, é através das palavras que existimos para o outro e para nós mesmos.
12. “Sim, estou dizendo que nós inventamos a pessoa amada.”
Interpretação: A paixão cria ficções. Idealizamos o outro até que ele, sendo humano, caia do pedestal. O amor maduro começa quando suportamos essa queda.
13. “Tendemos a pensar que, quando o amor acaba, encontramos a confirmação de que não houve amor.”
Interpretação: O fim não anula o que foi vivido. O amor pode acabar — e ainda assim ter sido verdadeiro.
14. “Talvez nada seja mais humano do que o medo de perder o outro, ou melhor, o medo de se perder perdendo o outro.”
Interpretação: A perda amorosa é também perda de identidade. Amar é se ver no outro; perder é ter de se reconstruir do zero.
15. “O jogo de sedução está justamente na possibilidade de alguém brincar com seu semblante, como aquilo que é-mas-não-é.”
Interpretação: A sedução é jogo de presença e ausência. O fascínio está no intervalo entre o que mostramos e o que escondemos.
16. “Miramos no amor e acertamos na solidão, porque no amor encontramos sempre algum desencontro ao vermos que o outro não é nosso reflexo.”
Interpretação: O amor não apaga a solidão — ele a torna compartilhável. É no desencontro que o amor se revela humano.
17. “Ninguém sai imune da família que tem.”
Interpretação: A autora retoma a psicanálise: nossos padrões afetivos nascem no lar. Toda história de amor ecoa a infância.
18. “Ninguém sai ileso de uma mãe, de um pai, dos irmãos. Nosso lugar de ocupar um espaço mais ou menos precioso para alguém servirá como bússola nas escolhas da vida.”
Interpretação: Aprendemos o amor a partir das relações fundadoras. Ser amado — ou não — na infância orienta nossos afetos adultos.
19. “Ao encontrar um amor, a gente não encontra a parte que nos faltava até então. A gente encontra a metade que fará falta a partir dali.”
Interpretação: Repetida como refrão, essa frase mostra a circularidade da obra: amar é se refazer continuamente diante da perda e do desejo.
20. “O amor de alguém nos funda na vida. É sempre por amor que vivemos, mesmo que seja um amor meio torto.”
Interpretação: Mesmo o amor imperfeito é força vital. É ele que nos dá chão, mesmo quando nos desequilibra.
Sobre a autora:
Ana Suy é psicanalista, professora universitária e escritora. A gente mira no amor e acerta na solidão tornou-se referência por aproximar o público da psicanálise com uma escrita sensível e acessível. Suas reflexões são hoje debatidas em cursos, podcasts e clubes de leitura em todo o Brasil.
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