O que é um conto?
O que difere um conto de outros tipos de texto?
E o que faz esse gênero ser tão interessante?
Um conto pode ser definido como aquele momento em que sentamos ao lado de alguém para ouvir uma boa história. Ou quando contamos para alguém alguma história. Isso se dá porque o conto parte de um sentido de narrativa oral, ou seja: um conto é sobre ser possível colocar no papel uma história oral, causando um efeito semelhante.
Mas partindo de uma definição mais técnica sobre o gênero conto, temos:
“Gênero narrativo com larga tradição histórica e cultural, o conto é um relato quase sempre breve, onde se narra, de forma concentrada, uma história sem grande complexidade, envolvendo um número relativamente pequeno de personagens e decorrendo num tempo também não muito alargado. (…) um reduzido elenco de personagens, um esquema temporal restrito, uma ação simples ou pelo menos apenas poucas ações separadas, e uma unidade de técnica e de tom (…) que o romance é muito menos capaz de manter.”
Carlos Reis. Dicionários de Estudos Narrativos. p. 66/67
Conto é uma narrativa curta. Mas curta quanto?
Quando falamos de narrativa curta é primordial não se apegar ao número de páginas, pois isso se relaciona mais com o tamanho da fonte e a diagramação de um livro a qualquer outra coisa. Portanto, um conto é uma narrativa curta por conta de sua composição técnica e não está relacionada ao número de páginas ou quantidade de palavras. Ou seja: o caminho que a personagem principal percorre na história, o seu conflito interior/exterior, o momento de tensão e o desfecho são colocados de uma forma “enxuta”, mas que mesmo assim pode causar um efeito arrebatador (como um romance ou novela).
Exemplos de contos
- Os contos longuíssimo da Alice Munro, ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura;
- Os contos curtos de Katherine Mansfield mas totalmente carregados de tensão e profundidade;
- As experimentações em formas de conto de Virginia Woolf;
- Os contos de terror (bem longos) de Stephen King;
- As maravilhas que Machado de Assis escreveu em forma de contos;
- As narrativas curtas de Edgar Allan Poe que abriram as portas para a literatura policial entre tantos outros.
A magia que mora nos contos
Contos funcionam como qualquer literatura bem feita funciona. A sua magia está no quanto é democrático por conseguir atingir diferentes públicos. Funciona para um jovem leitor e também para um leitor mais experiente. Pode ser sobre um vazio existencial, mas também pode conter muita ação, como em um filme do gênero. Pode ser mais curtinho para os apressados e novos no universo da leitura; ou pode ser mais longo para a alegria dos escritores e também dos leitores mais ávidos.
Em um conto tudo é possível, se você gosta de terror, de fantasia, de contemporaneidades, de desconstruções… tudo, tudo tudo pode morar dentro de um bom conto.