Qual imagem vem à sua mente quando você pensa no inferno? Pecadores sofrendo penas eternas? O Diabo, com um tridente em mãos, espetando os traseiros de seus inquilinos? Pois bem, no livro de contos “Inverno, Inferno”, do autor curitibano Daniel Felipe, as coisas são um pouco diferentes – ainda que não menos mágicas, é importante frisar.
“Inverno, Inferno” é um espaço-tempo onde tudo está prestes a explodir, já que a porta de entrada para o submundo está aberta. A todo momento, o leitor cruza a fronteira do ordinário rumo ao fantástico e ao fabular. O inferno em questão é um estado de espírito, compartilhado por cidadãos tão terríveis quanto moralistas, componentes da ecologia mesquinha e banal de uma cidade nublada e provinciana. Daniel Felipe criou uma cultura, onde o individual e o coletivo se apresentam sempre em tensão.
No livro, recém lançado, o leitor conhecerá um rol de personagens sombrios, e tramas que emergem do sinistro cotidiano. Pessoas que se chocam no trânsito – seja a pé, num carro, num ônibus ou numa bicicleta – em meio a um estado marcial. Humanos ínfimos, que se comportam como células cancerígenas prontas para pôr o planeta abaixo. Enfim, gente absurdamente falível – algumas das quais, em busca de redenção.
Sinopse do livro de Daniel Felipe
Do outro lado do muro, um inimigo animalesco se prepara para dar o bote. Nas ruas, máquinas metálicas separam humanos do mundo exterior, o que as obriga a travarem contato com seus pensamentos pouco ou nada belos.
Trajetórias individuais se delineiam em meio a um estado marcial. Os moralistas do subúrbio tentam pôr o planeta abaixo. Tudo pode explodir a qualquer momento, já que a porta de entrada para o submundo é logo ao lado. Inverno, Inferno é um cronotopo — ora fantástico, ora fabular, quase sempre em ebulição — onde convivem personagens terrivelmente falíveis, em contato com suas sombras e, às vezes, em busca de redenção.
Sobre o autor
Daniel Felipe nasceu em 1988. É formado em jornalismo pela PUCPR e realizou pesquisa de doutorado no PPGMPA-ECA da Universidade de São Paulo, onde estudou a obra multimídia de Valêncio Xavier. Reside em Curitiba, sua cidade natal. Inverno, Inferno é sua estreia na ficção.
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