A literatura alemã possui uma rica e diversificada tradição que abrange séculos de criação literária. Desde a sua formação inicial nas antigas sagas e poesias medievais, passando pelo Renascimento e a literatura barroca, até o florescer do romantismo e a influência do Iluminismo, a literatura alemã sempre se destacou pela profundidade temática, a busca pela expressão da alma humana e a reflexão sobre questões filosóficas e sociais.

    Através de autores icônicos como Goethe, Schiller e Kafka, a literatura alemã presenteou o mundo com obras de inegável valor artístico e intelectual, que abordam desde os dilemas individuais até as grandes questões universais, deixando um legado duradouro na cultura e no pensamento global.

    Confira abaixo uma seleção com 18 clássicos da literatura alemã para ler urgente!

    1. “Os Sofrimentos do Jovem Werther” (1774) – Johann Wolfgang von Goethe

    literatura alemã

    Ao escrever Werther, em 1774, Johann Wolfgang Goethe alcançava sua primeira obra de sucesso e, de quebra, dava início à prosa moderna na Alemanha. Werther não é, simplesmente, um romance em cartas assim como Nova Heloísa de Rousseau ou Pamela de Richardson. Esta que é uma das mais célebres obras de Goethe é o romance de uma alma, uma história interior. Dilacerante, arrebatada é a história de uma paixão literalmente devastadora. Com enorme repercussão quando do seu lançamento, Werther foi um testemunho de como a literatura tinha poder de agir na sociedade. Não foram poucos os suicídios atribuídos ao romance. + AMAZON

    2. “Fausto” (1808) – Johann Wolfgang von Goethe

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    Obra-prima da literatura alemã, é um poema trágico, escrito mais para ser lido do que encenado, com versos rimados, numa linguagem flexível e moderna se comparado a outros trabalhos de sua época. Goethe nos brinda com uma variedade e uma precisão de formas poéticas, imagéticas e conceituais, que apelam intencionalmente à imaginação teatral do leitor. + AMAZON

    3. Maravilhas do conto alemão – Heinrich Von kleist (coletânea)

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    Nesta edição de “Maravilhas do Conto” reunimos cinco histórias de Heinrich von Kleist (1777-1811), considerado um dos maiores escritores góticos da literatura alemã. Cada história é uma obra-prima que oferece uma jornada emocionante e intensa ao leitor, com reviravoltas surpreendentes e personagens complexos e intrigantes. “O Terremoto no Chile” e “A Mendiga de Locarno” são duas histórias que apresentam o lado mais sombrio e perturbador de Kleist, explorando temas como a violência e a injustiça. “O Enjeitado” é uma história emocionante sobre maldade, enquanto “A Marquesa de O.” é uma história romântica que explora os limites da moralidade e da honra. Por fim, “O Duelo” é uma história intensa sobre um duelo mortal que testa a coragem e a lealdade de seus personagens. Kleist é conhecido por ser um mestre em criar enredos envolventes e personagens complexos. Este livro é uma excelente introdução ao trabalho de Kleist e um bibliografia indispensável para os amantes de contos dramáticos. + AMAZON

    4. “Os Bandoleiros” (1781) – Friedrich Schiller

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    Juntando seus conheci­mentos a respeito do pietismo, da mitologia grega, da Bíblia e da medicina, Schiller deu à luz uma obra selvagem, drástica e – em certo sentido e em algumas passagens – paradoxal, mas cheia de dinamismo, vigor e ímpeto. A força da peça foi tão grande, seu impacto tão intenso, característico e subjetivo, que a imagem de Schiller ficou para sempre ligada à imagem de sua primeira obra. Embora tenha professado o classicismo de Weimar – junto com Goethe, na fase tardia de sua obra –, Schiller seria sempre lembrado pelo fulgor juvenil e titânico d’Os bandoleiros, pela fúria selvagem, pelo ímpeto e pelo desespero de suas primeiras páginas. + AMAZON

    5. O Tambor (1959) – Günter Grass

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    O tambor é considerado por muitos o melhor romance sobre o dilaceramento do mundo alemão no pós-guerra. O livro conta a história de um anão que, ao tocar seu tambor, ressuscita suas lembranças, as de sua família e de seu país, agitando um universo grotesco e misterioso cuja lógica não é deste mundo. Publicado originalmente em 1959, o romance de estreia de Günter Grass tornou-se um best-seller e trouxe reconhecimento internacional ao autor, que mais tarde ganharia o prêmio Nobel de Literatura. + AMAZON

    6. “O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos” (1816) – E.T.A. Hoffmann

    O Quebra-Nozes e o rei dos camundongos foi um conto de Natal escrito por E. T. A. Hoffmann em 1816, tornando-se sua obra mais famosa e muito presente em listas de livros sobre a literatura alemã. Na noite de Natal, entre todos os presentes, a pequena Marie Stahlbaum se encanta com o boneco Quebra-Nozes. Ela o guarda carinhosamente junto aos outros brinquedos. No meio da noite, um exército de ratos invade a casa e os bonecos ganham vida para uma batalha, que fará Marie viver uma grande aventura. + AMAZON

    7. A montanha mágica (Thomas Mann)

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    Este clássico da literatura alemã, Mann renova a tradição do Bildungsroman – o romance de formação – a partir da trajetória do jovem engenheiro Hans Castorp. Durante uma inesperada estadia em um sanatório para tuberculosos, Hans relaciona-se com uma miríade de personagens enfermos que encarnam os conflitos espirituais e ideológicos que antecedem a Primeira Guerra Mundial. Um dos grandes testamentos literários do século xx e uma das obras inesgotáveis da ficção ocidental escritas por Thomas Mann, um gênio. + AMAZON

    8. Novelas insólitas (Stefan Zweig)

    O inusitado, o aparentemente pequeno magistralmente transformado em literatura por Zweig Considerada freudiana, edipiana, autobiográfica, Segredo ardente foi a primeira obra de ficção de Zweig a apresentar essa espreita pelo inusitado, sua marca registrada. A bela Confusão de sentimentos, uma de suas novelas mais celebradas, trata com naturalidade e forte emoção a relação afetiva entre um aluno e seu mestre. Sempre atento ao aspecto humano, Zweig faz da inflação descontrolada na Alemanha dos anos 1920 o mote e o pano de fundo para a tocante A coleção invisível. Inesperadas também são Júpiter e Foi ele?, novelas-irmãs de finais opostos, protagonizadas por cachorros. Em Xadrez, uma novela, partida organizada como passatempo torna-se um exercício sobre a abdicação como forma de posicionamento político. + AMAZON

    9. O lobo da estepe (Hermann Hesse)

    O lobo da estepe conta a história de Harry Haller, um homem de 50 anos que acredita que sua integridade depende da vida solitária que leva em meio às palavras de Goethe e às partituras de Mozart; um intelectual tentando equilibrar-se à beira do abismo dos problemas sociais e individuais, ante os quais sua personalidade se torna cada vez mais ambivalente e, por fim, estilhaçada. A primeira parte do livro é o pesadelo do lobo Haller, sua depressão e sua incapacidade de se comunicar que está na base da crueldade e da destruição. Na segunda, o lobo se humaniza, através da entrada em cena de Hermínia, que tenta reaproximá-lo do mundo, no caso uma comunidade simplória, com salas de baile poeirentas e bares pobres. O lobo da estepe foi escrito quando Hesse tinha 50 anos, como seu personagem, e estava profundamente influenciado pela psicanálise. O estilo adotado, altamente revolucionário para a época, foi elogiado por Thomas Mann, para quem, como novela experimental, O lobo da estepe era tão genial quanto Ulisses, de James Joyce. Um clássico da literatura alemã! + AMAZON

    10. Vertigem (1990) – W.G. Sebald

    Em outubro de 1980, um narrador anônimo abandona a Inglaterra, onde vivera durante o último quarto de século, para tentar escapar a um período particularmente difícil de sua vida. É assim, sob o signo da fuga, da viagem perene, que começa o périplo de Vertigem: da Inglaterra ao continente, de Viena a Veneza, Verona, Milão, Riva e finalmente à aldeia alemã W. A viagem do protagonista se multiplica em outras: ele passa a refazer trajetos empreendidos em outros tempos por viajantes inquietos como Casanova, Stendhal, Kafka, que narra no tom minucioso de um historiador ou biógrafo. Com isso, seu trajeto vai aos poucos se fragmentando numa verdadeira câmara de espelhos, um espaço tão palpável quanto metafórico, teatro que é tanto o da memória íntima quanto o da história europeia do século XX. A verdadeira viagem do narrador, afinal, será a experiência de uma redescoberta dolorosa do passado.

    11. A Honra Perdida de Katharina Blum (1974) – Heinrich Böll

    Breve e extraordinariamente contundente, A honra perdida de Katharina Blum, trata dos mecanismos de difamação e violência psicológica a que estão submetidos cidadãos comuns mesmo em democracias estabelecidas como a Alemanha Ocidental dos anos 1970. Escrito nessa época (1974), é um relato seco que, se nunca perdeu fôlego, ganha novas dimensões com o atual domínio dos meios de comunicação digitais, em particular o fenômeno das fake news. Sua atualidade e precisão são um desdobramento coerente da obra do autor, Heinrich Böll (1917-1985), prêmio Nobel de Literatura de 1972 e dono de uma percepção crítica e impiedosa de seu tempo. + AMAZON

    12. O compromisso (Herta Muller)

    Com certa regularidade, uma simpática ex-operária da indústria têxtil é chamada para prestar depoimento ao major Aldu, da polícia secreta da Romênia, durante o regime totalitário de Nicolae Ceausescu (1918-1989), que governou o país entre 1974 e 1989. O trabalho do oficial é descobrir mulheres que traem a pátria. A jovem está sob suspeita desde que foram descobertos bilhetes enfiados nos bolsos das calças de ternos masculinos que ela costurou e que seriam enviados para a Itália. Nas mensagens, ela escreveu a frase “case comigo”, junto com seu endereço. São, na verdade, desesperados pedidos de socorro para que algum desconhecido se sensibilize e venha tirá-la do mundo de opressão em que vive. A convocação é sempre para o mesmo local e horário, às 10 horas da manhã. Quando isso ocorre, significa para a garota uma noite de tormento, com insônia e pesadelos… + AMAZON

    13. Poemas completos (Antologia) – Rainer Maria Rilke

    Rainer Maria Rilke (Praga, 1875 – Valmont, 1926) foi um escritor austríaco que escrevia na língua alemã e francesa e o poeta de língua alemã mais relevante e influente da primeira metade do século 20. Esta coletânea contendo centenas de poemas e fragmentos de Rilke, oferece uma ampla visão do enorme talento desse escritor, bem como uma maior compreensão da sua vida e obra. São poemas extraídos de obras como: Primeiros Poemas, O livro das Imagens, Livro das Horas, Requiém… além de poemas avulsos. Rilke: Poemas Completos destila o melhor desse extraordinário poeta. + AMAZON

    14. Contos dos irmãos Grimm

    Seja por meio de livros ilustrados, desenhos animados ou até de antigos disquinhos coloridos, todo mundo conhece Branca de Neve, Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho e A Gata Borralheira (hoje mais famosa como Cinderela), só para citar algumas das muitas histórias dos irmãos Grimm. Nem todos, no entanto, sabem da origem e do profundo significado cultural dessas narrativas populares. Talvez seja esse o maior mérito desta edição de ‘Contos dos irmãos Grimm’, que traz 53 histórias acompanhadas de belas ilustrações do mestre vitoriano Arthur Rackham (1867-1939) e apresentadas pelo prefácio da analista junguiana Clarissa Pinkola Estés. + AMAZON

    15. Poesia (Bertold Brecht)

    A poesia-crítica de Brecht, sem propriamente situar-se no âmago das poéticas pautadas pelo experimentalismo, tem, no entanto, alto nível de escrita e singularidade. Não só merece como precisa ser reconsiderada, porque volta a ser necessário ouvir as vozes contestatárias que realimentem o anseio de liberdade e de lucidez do ser humano, e os poemas de Brecht não afagam nem perdoam a injustiça, a hipocrisia e a indiferença. + AMAZON

    16. O Processo – Franz Kafka

    A história de Josef K. atravessa os anos sem perder nada do seu vigor. Ao contrário, a banalização da violência irracional no século XX acrescentou a ela o fascínio dos romances realistas. Na sua luta para descobrir por que o acusam, por quem é acusado e que lei ampara a acusação, K. defronta permanentemente com a impossibilidade de escolher um caminho que lhe pareça sensato ou lógico, pois o processo de que é vítima segue leis próprias: as leis do arbítrio. + AMAZON

    17. A metamorfose – Franz Kafka

    A metamorfose (Die Verwandlung, em alemão) é uma novela escrita por Franz Kafka, publicada pela primeira vez em 1915. Nessa obra, Kafka descreve o caixeiro viajante Gregor Samsa, que abandona as suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais. Numa certa manhã, Gregor acorda metamorfoseado num inseto monstruoso. + AMAZON

    DICA: conheça os contos de Franz Kafka

    18. Nada de Novo no Front (Erich Maria Remarque)

    Paul Baumer é filho de uma humilde família alemã durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Convencido de seu dever patriótico por adultos e professores, abandona os bancos escolares e junta-se às trincheiras de soldados alemães. Em pouco tempo, Paul se vê cercado por um ambiente de horror, vê meninos como ele perecerem e percebe que trocou a sua juventude por uma única e cruel certeza: a do absurdo da guerra, esteja-se do lado que se estiver. O clássico Nada de novo no front foi escrito pelo alemão Erich Maria Remarque (1898-1970) a partir das lembranças da sua participação na guerra, durante a qual foi ferido três vezes. Publicado primeiramente em folhetim e, em 1929, em livro, o romance atingiu um sucesso imediato, vendendo 500 mil exemplares somente na Alemanha. + AMAZON

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