Não há fórmula mágica, porém aprender e conversar auxilia na a arte de começar um texto. Este, por exemplo, começou comigo sentada no sofá, vendo um jogo de futebol e fuçando o Skoob, vi a capa desse livro e a frase montou-se na minha cabeça. Não há fórmula mágica, mas entender um pouco mais sobre como começar uma história facilita a vida do escritor. Cá estou começando.
Há vários livros que tratam desse assunto tão temido, como em “Para Ler Como Um Escritor”, que comentei várias vezes aqui, mas hoje o assunto é “E a história começa”, do escritor Amós Oz (adoro esse nome, estiloso demais). Nesse livro, lançado pela Ediouro em 2007, com tradução de Adriana Lisboa, há observações interessantes sobre o começo de dez clássicos da literatura mundial, escolhidos por ele e, claro, devem ser os seus preferidos.
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Confesso que poucos livros comentados por Amós Oz me chamaram atenção, mas foram as palavras dele, a conversa literária que o livro proporciona, que me faz classificar esse livro como excelente! Nós, amadores, em busca da melhor frase, da pontuação correta e da inspiração mágica, temos muito a aprender com os grandes nomes da literatura: é importante ler, é importante discutir, é importante permitir que novas ideias surjam e não há outra fórmula para isso que não seja querer conhecer. Eu ainda não conheço a produção literária de Amós Oz, este é o meu primeiro livro dele, gostei. Me sinto como uma garota que trocou os primeiros olhares com o novo amigo e que está muito interessada numa maior aproximação.
Amós Oz é um escritor israelense nascido em 1939 e também co-fundador do movimento pacifista Paz Agora, seus livros percorrem o mundo e no Brasil vários deles foram lançados pela Companhia das Letras: A Caixa Preta, De Amor e Trevas, Conhecer uma Mulher, De Repente nas Profundezas do Bosque, Pantera no Porão, entre outros.
Em “E a história começa”, de forma informal e muito próxima do leitor ele busca dissecar as primeiras frases de clássicos da literatura e constrói um elo entre escritor (ele), escritor (clássico) e escritor (leitor): estamos todos ali numa sala confortável conversando sobre nosso assunto preferido: literatura. A meta não é chegar a um resultado, a uma fórmula secreta, é criar uma estrutura segura onde o eco da aprendizagem pulsa na cabeça toda vez que você for produzir um texto. Estou assim agora. Salve Amós Oz.