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Macbeth (Shakespeare): loucura e poder

A discussão clássica em torno de Macbeth é a loucura causada pelo poder. Nota-se claramente ao longo dos diálogos que, com os acontecimentos, as coisas vão ficando diferentes e os discursos dos personagens vão mudando.

Já li outras obras de Shakespeare, mas ainda não tinha me aventurado em Macbeth. O interesse surgiu ao assistir a minissérie “Som e Fúria”, que foi ao ar em 2009 na Globo, mas que vi integralmente no ano passado. O enredo gira em torno das apresentações dos Clássicos no Teatro Municipal, com destaque para Hamlet, Romeu e Julieta e Macbeth. Achei a qualidade dos episódios fantástica, linda a fotografia e, além das pitadas de humor trágico, me tocou ao ponto de dar vontade de fazer aulas de teatro. Recomendo!

Empolgada com a minissérie, parti para o livro. Macbeth é escrito em forma de atos e cenas, uma peça de teatro. Tratada como a “obra maldita” de Shakespeare, tem como temais centrais a traição, a culpa, o poder e a loucura. Apesar de ser um livro curtinho, exige um pouco mais de atenção na leitura do que o normal, já que, além de ter sido escrito por volta de 1605, as sentenças são construídas muitas vezes de forma inversa e são repletas de metáforas e outras figuras de linguagem.

Os 15 melhores sonetos de William Shakespeare

 “Não haverá de existir por este inferno inteiro
Nenhum ser tão diabólico, de tanta maldade
Como Macbeth. Não”

 (Macduff, Ato Quarto, Cena III)

Basicamente é a história de Macbeth, general do exército do rei da Escócia (Duncan), que certo dia ouve de feiticeiras uma profecia: ele seria rei. Mas como não sabe quando isso acontecerá, resolve cumpri-la à sua própria maneira. Para isso, está disposto a matar o próprio rei, todos os herdeiros e derrubar todos os possíveis obstáculos.

Em minha opinião, o personagem mais interessante é Lady Macbeth, esposa de Macbeth, que está sempre por trás dos crimes, mexendo com as ideias e opiniões de seu marido. Não consegui captar se ela faz isso por loucura, pra alcançar seus próprios objetivos ou simplesmente por amor, mas no fim a verdade é que, para Macbeth, não faz a menor diferença.

 “Débil vontade! Entrega-me esses punhais.
O sono e a morte são maquiagens. Nada mais.
Somente a uma criança é que o demônio pintado
Amedronta. Se o rei sangra, ainda manchado
Com o sangue sujarei o rosto de seus guardas.
Que seja deles o crime.”

(Lady Macbeth, Ato Segundo, Cena II)

Loucura e poder em Macbeth

A discussão clássica da obra é a loucura causada pelo poder. Nota-se claramente ao longo dos diálogos que com os acontecimentos as coisas vão ficando diferentes e os discursos dos personagens vão mudando.

Apesar de ser uma tragédia, achei bastante poético e fiquei encantada com diversas falas, muitas coisas para refletir.

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Respostas de 4

  1. ‘Tô adorando essas fotos com as unhas pintadas. E eu adoro a MArtin Claret. e_e Eu vivia comprando coisas dela quando eu era menorzinho. Minha editora de infância. Sim, adoro as capas, mesmo feias.

  2. Alister! Eu também não sou muito fã dessas capas, mas os livros são super em conta e às vezes tem alguns títulos que são difíceis de achar por aí em outras editoras 😉 E as fotos com os esmaltes… bem, é que eu tenho um blog só sobre isso, daí não resisto e acabo juntando as duas coisas haha ^^

  3. Lembro que na época em que fiz teatro, todas as atrizes queriam ser a Lady Macbeth! Ela é uma personagem interessantíssima, forte, misteriosa, má!

    Eu preciso voltar a ler Shakespeare! Ainda mais porque ele era um dos escritores preferidos da Virginia Woolf 🙂

  4. Lady Macbeth é uma personagem muito marcante, li o livro há muitos anos e tenho a mesma sensação que você quando leio as peças de Shakespeare, que demoro mais do que o normal, mesmo sendo livros pequenos por causa do “formato”.

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