Em O Xangô de Baker Street, Sherlock Holmes vem ao Brasil, para o Rio de Janeiro, acompanhado de Watson para descobrir quem roubou um violino Stradivarius de uma das amigas íntimas do Imperador Dom Pedro II.
O britânico e intrépido detetive e seu fiel e desconfiadíssimo esculápio vivem então no Rio de Janeiro a aventura de Sherlock Holmes que Conan Doyle se escusou de contar – por motivos que ficarão bastante óbvios -, mas que para felicidade do leitor brasileiro Jô Soares resgata neste romance implacável e impagável.
O Xangô de Baker Street (Companhia das Letras) foi o primeiro livro do Jô que li. Sempre gostei do programa do Jô, mas nunca tive interesse por seus livros, que misturam criminalística com humor. Comprei o box da Companhia das Letras com os quatro livros do apresentador, uma vez que pretendia ler todos para um desafio literário. Li este e As Esganadas. Adorei! Ri demais da conta!
Jô Soares não é nenhum gênio literário, mas seus livros são bem escritos, divertidos, detalhados na medida certa e impactantes. Prendem a atenção do leitor. As tiradas são incríveis, inteligentes. Jô sabe arrancar gargalhadas do leitor.
Um violino e pessoas reais
Em O Xangô de Baker Street, Sherlock Holmes vem ao Brasil, para o Rio de Janeiro, acompanhado de Watson para descobrir quem roubou um violino Stradivarius de uma das amigas íntimas do Imperador Dom Pedro II. Chegando por essas bandas, envolve-se em outro mistério: há um assassino perambulando pela cidade. Este, mata mulheres atraentes, arranca suas orelhas e deixa como lembrança uma corda de violino envolta nos pêlos pubianos dos cadáveres. Holmes só precisa descobrir quem é o tal assassino, e para isto, conta com a ajuda do delegado Pimenta.
Personalidades famosas, como Chiquinha Gonzaga e Oswald de Andrade são personagens cativantes na obra de Jô e além de enriquecerem a narrativa, também são suspeitos. A culinária e paisagens do Brasil também são bem trabalhadas no livro.
Acredito que o Sherlock de Jô é mais atrapalhado e excêntrico do que o original de Doyle, mas, mesmo assim, é irresistível. Leiam!
Uma resposta
Aline, o Jô escreve muito bem. Ele é uma figura meio fanfarrona mesmo né? Rsrs…também fiquei com receio antes de ler, mas ele realmente se saiu muito bem como escritor. Vale a pena conferir! Beijos.