E de repente é inverno, há dois cobertores sobre minhas pernas e meus dedos das mãos estão gelados porque escrevo. Chega a ser poético imaginar que se eu continuar a escrever, o calor das palavras, a magia do texto, irá esquentar minhas mãos, tão frias.
Nas últimas semanas tive um período de leitura intensa. Li Clarice Lispector, dois livros dela; em seguida teve O frágil toque dos mutilados, livro do Alex Sens; e depois Drummond. Os três escritores, tão diferentes entre si, de alguma maneira me tocaram de uma forma igual. A culpa é toda minha, claro, pois acredito mesmo que conforme o momento da vida do leitor é que se dá a compreensão (ou não) da leitura. Essa forma igual que digo é sobre o tal existencialismo, esses escritores adoram isso e eu também!
Mas eu quero dizer que quando chega o inverno é preciso recolher os casacos mais pesados do canto do guarda-roupa e levá-los para o sol. É preciso também manter as mãos aquecidas e principalmente o coração.
Se tudo está aquecido, tudo bem. Que o frio fique apenas lá fora na janela ou quando eu caminhar até a padaria e comprar pães quentinhos, para esquentar minhas mãos durante a volta.
Ah! O inverno! Fico tão mais feliz com ele. De alguma forma é um momento de pensar mais em si mesmo, de viver um pouco mais no próprio casulo, admirar a vida lá fora, dar um tempo, relaxar, tomar um café e ler um bom livro…
Respostas de 6
Como tu falou, também acho que o inverno é um momento mais introspectivo; e, com isso, gosto de livros que me freiam. Acho meio estranho esse pensamento, mas é bem isso. Não sei se tens a mesma sensação, mas quando eu pego um livro da Virginia, por exemplo, sinto o ambiente que ela desenvolve, junto com seus personagens, meio que diminuem meu ritmo do cotidiano. Parece que sou transportado para o ritmo da sociedade da época. É o tipo de coisa que também sinto nos livros da Lionel, parece que eles me trazem certa lentidão. Posso me sentir a vontade pra saborear as palavras, sentir os personagens…
Mas agora to bem no oposto. Minha leitura atual é Jurassic Park ehehehehe
Lindo texto, Fran! ^_^
Aqui não temos muito inverno, né? Você já sabe como é o esquema daqui, mas entendo o sentimento. Risos.
Beijo!
Obrigada, Eduarda!
hahaa sei bem como é… quando morei aí uma das coisas que eu mais sentia falta (além da família) era o inverno! hahaha
Bjão!
Entendo sim. A leitura, apesar de precisar apenas dos olhos, se conseguimos um ambiente mais aconchegante, é possível um envolvimento maior com a história. Eu adoro quando acontece algo muito importante no livro e eu posso tomar um longo gole de café ou de chá, pois esses elementos líquidos parece que representam a compreensão da história. O líquido desce pela garganta e aquece, como a história também vai atingindo o leitor por inteiro (quando é uma boa história).
Jurassic Park, se como os filmes que já vi, em vez de aquecer e acolher, dá mais vontade de sair correndo mesmo! hahaa
Bjo!
Que delícia de texto! Eu também adoro o inverno, fico mais disposta. Li muita coisa ultimamente, Dois Irmãos do Hatoum, e também a HQ, um livro chamado Subliminar, Guerra dos Tronos (que super combina com o inverno! kkk), um livro de um colega poeta e agora estou lendo Grandes Esperanças, com a certeza de que é um bom livro. Você já viu aquela biografia da Clarice feita pela Nádia Battella Gotlib? Acho que você vai gostar.
Ah não li… a única que li dela foi aquela lançada pela CosacNaify em 2013 (acho)… Vou procurar essa tb <3
Bjão!