A cidade e as estrelas (Arthur C. Clarke)

A cidade e as estrelas é uma história de ficção científica escrita por Arthur C. Clarke (1917 – 2008), que além de escritor, foi também um importante cientista na área das telecomunicações. No livro, lançado em 1956, vamos conhecer o futuro do planeta Terra quando boa parte de suas riquezas naturais acabaram e os seres humanos são bem diferentes que hoje, pois além de diferenças físicas, a vida possui uma forma de ser eterna por meio de um computador central que controla tudo.

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Neste mundo futurista que Arthur C. Clarke criou, além da eternidade, há presença de elementos muito interessantes, como a telepatia e o holograma, porém, também faz parte do cenário um gigante deserto que domina quase todo o planeta Terra, e, o mais estranho, um país onde não há crianças.

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O protagonista

O protagonista da história chama-se Alvin, um jovem diferente dos padrões de comportamento de sua cidade, uma vez que ele não se sente satisfeito com o mundo a qual pertence – considerado perfeito.

Há dentro de Alvin um desejo muito forte de saber como o mundo é além dos limites de Diaspar, o país perfeito, mas com moradores que não costumam olhar para fora, no sentido literal mesmo, pois acreditam que na superfície da Terra ainda seja possível encontrar seres que devastaram o planeta há muitos séculos atrás, numa gigante guerra intergaláctica.

Mas para Alvin, um jovem garoto que a pouco tempo “nasceu” pelo computador central, é muito estranho acreditar que lá fora ainda possa existir algo de ruim, portanto, ele vai desbravar o mundo que é tanto temido pelos seus amigos.

Uma história sobre descobrimento…

Diferente do que o leitor pode esperar de um livro de ficção científica, A Cidade e As Estrelas não é uma história sobre guerra e poder, mas sim uma história sobre descobrimento. Alvin, um desbravador nato, não tem medo do que é incompreensível e, assim, com o seu amigo Hilvar, um robô e uma magnífica nave espacial, percorre os lugares mais obscuros das galáxias pelo desejo da descoberta científica.

Em Diaspar, todas as pessoas possuem um bom conhecimento das ciências, a religião não existe mais, tampouco a mentira e o desejo pelo poder de controlar o povo, a gana pelo dinheiro, etc. Tudo já é administrado perfeitamente pelos computadores, cabendo às pessoas apenas a vida em si, a busca em ajudar uns aos outros e o desejo de encontrar um grande amor.

Apesar de todas as maravilhas tecnológicas presentes na história, fica uma angústia por imaginar a vida nas “mãos” de um computador, pois as definições sobre o comportamento de cada pessoa que vive em Diaspar também são controladas por ele.

O próprio Alvin, um jovem corajoso, destemido, foi programado exatamente assim pelo computador. Ou seja, a sua vontade em ser um revolucionário é também parte das configurações da máquina, o que causa um enorme espanto até mesmo nos leitores mais céticos.

Ao final do livro, o que fica são diversas perguntas sobre a vida humana e seus limites, uma enorme satisfação por ter conhecido um livro assim, capaz de mexer com nossos alicerces sociais, culturais e ideológicos.

Cadê a minha nave espacial?


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