A literatura sempre trata sobre as questões humanas de uma época. Ao mesmo tempo, ela permite reflexões sobre a humanidade em épocas distintas. Considerando o atual cenário de pandemia pelo coronavírus, decidi compartilhar algumas reflexões extraídas da obra A Peste, de Albert Camus (1913-1960).
No livro, tudo começa com a aparição de um rato morto na porta do consultório do Dr. Bernard Rieux. A história se passa em uma cidade da Argélia, Oran, na década de 1940. Essa cidade em muito se parece com as grandes metrópoles dos nossos dias, em que as pessoas vivem para trabalhar e trabalham para sobreviver. O maior interesse dos habitantes é pelo comércio e nada mais. “Sem dúvida, nada há de mais natural, hoje em dia, do que ver as pessoas trabalharem de manhã à noite e optarem, em seguida, por perder nas cartas, no café e em tagarelices o tempo que lhes resta para viver.”[1]. Ao perder o tempo vivido, até amar tornou-se uma atividade que se fazia sem saber. O que você acha, nós amamos ou involuntariamente somos conduzidos a amar? Hoje, com a lógica de tempo capitalista, constantemente deixamos de viver, de amar, de sentir, porque, como em Oran, somos tomados pelo trabalho.
Antes de seguirmos, o narrador é um aspecto curioso de toda a história. Já no começo, ele apresenta seu ofício comparando-o com o do historiador, afirmando que, como este, também possui seus documentos: “[…] em primeiro lugar, o seu testemunho; em seguida, o dos outros, […] e, finalmente, os textos que acabaram caindo em suas mãos.”[2]. O narrador se apresenta apenas ao final, por achar ali o momento oportuno. Segundo ele, a maior parte da narrativa se baseia nos cadernos de Tarrou[3].
Voltando à história. Após aparecer um rato morto na porta do consultório do nosso doutor, no dia 16 de abril, um turbilhão de roedores mortos surge por toda Oran. A municipalidade, sem muitas distinções de alguns governos atuais, não toma nenhuma medida. Somente depois do noticiário expor números assustadores, contratam uma empresa para eliminação dos cadáveres – o que me faz indagar o motivo de se esperar o caos para que medidas sejam tomadas. No dia 25, contabilizam-se seis mil e duzentos e trinta ratos e, no dia 28, aproximadamente oito mil ratos[4]. Foi nessa última data que, ao chegar em casa, Rieux se depara com o padre Paneloux carregando o porteiro, que apresenta alguns sintomas estranhos. Esse porteiro, anteriormente, busca livrar o prédio dos vários ratos mortos. Sua morte marca o fim de um conjunto de acontecimentos desconcertantes e o início de uma fase pior.
Pessoas começam a adoecer e a apresentar esses sintomas estranhos. Os boatos sobre as enfermidades e sobre os ratos, assim como as reminiscências da peste de tempos remotos, correm pela boca da população. Conforme os cadernos de Tarrou, a febre começa a atingir toda a cidade. A partir desse momento, o Sindicato dos Médicos pede o isolamento dos novos doentes, porque na impressão do Dr. Rieux toda a cidade está febril. A imprensa, que explicita com afinco o caso dos ratos, já não menciona mais nada. Em contrapartida, a municipalidade começa a se questionar. Rieux diz, pela primeira vez, a palavra “peste” enquanto reflete, olhando pela janela, sobre aquilo que ocorria na cidade e, com isso, o narrador começa a falar sobre o termo relacionando-o com as guerras, afinal, “[…] as pestes, como as guerras, encontram sempre as pessoas igualmente desprevenidas.”[5]. Afirmativa muito coerente, já que de uma semana para a outra nos isolamos em nossas casas… Aqui, cabem muitas interrogações, porém gostaria de deixar duas que me parecem centrais. Como estávamos desprevenidos se já passamos por situações históricas semelhantes e os estudos epidemiológicos constantemente apontam para a possibilidade de pandemias[6]? Não seria o modo de vida capitalista, na lógica que a narrativa inicia, que favoreceu a “desatenção” com a saúde pública e com as questões sociais? Não podemos nos esquecer que a economia é sempre pauta do debate, mesmo diante de todas as mortes que temos vivenciado.
Falando em burocracia, quando a municipalidade é avisada sobre a peste, orienta que agissem em “silêncio”, porque lhes parece um alarme falso – por aqui, ouvimos muito o discurso da “histeria coletiva”. Junto ao governo, o conselho médico diverge entre si. Alguns médicos contrariam a ideia de “peste” – na mesma linha da “gripezinha -, enquanto outros não. Dr. Rieux defende sensatamente, frente ao conselho, que independente do termo utilizado – peste ou febre -, era necessário tomar medidas para salvar a população. Porque “Pela rapidez com que a doença se propaga, se não for detida, pode matar metade da população em menos de dois meses.”[7]. Ele afirma, ainda, que não deveriam agir “silenciosamente”, como se as pessoas não corressem risco de morte, porque elas morreriam caso nada fosse feito. A partir daí, o prefeito toma medidas preventivas: todos deveriam ficar em casa e os infectados seriam isolados. Rieux admite que sente medo, pois os bares continuam cheios de gente; ao mesmo tempo, ele compreende a necessidade do calor humano[8]. Será que depois de tudo que estamos passando, seremos menos individualistas e buscaremos mais a coletividade? Valorizaremos os momentos coletivos? Daremos importância ao que estávamos abandonando? Não sei… Como bem apontado no texto do professor Rafael Ruiz, publicado na Livro & Café, há uma dificuldade das pessoas se entenderem em tempos de pandemia.
Essas questões, que afetam os adultos, também atingem a infância. Ao dirigir pelo bairro, uma criança questiona o doutor sobre a epidemia que todos comentam. Ele simplesmente responde que as pessoas sempre falam demais e a criança retribui dizendo: “ – Tem razão. E depois, quando tivermos uma dezena de mortos, vai ser o fim do mundo. Não era disso que precisávamos.”[9]. O medo cobre Dr. Rieux. Ele sabe que as medidas decretadas não são suficientes e as salas “especialmente equipadas”, não passam de dois pavilhões, que, como temia o médico, em dois dias estão cheios. Sobre a doença, o doutor conclui algo, que nessa altura, já parece claro para o leitor:
“ Os ratos morreram da peste ou de qualquer coisa muito parecida – concluía ele. – Puseram em circulação dezenas de milhares de pulgas que irão transmitir a infecção segundo uma progressão geométrica, se não conseguirmos detê-la a tempo.” [10]
Começa a curva exponencial, como é comum nesse tipo de doença infecciosa. Em quatro dias, o número de mortos sobe de dezesseis para trinta e dois. A prefeitura solicita um relatório para enviar à capital da colônia (Paris) pedindo auxílio. Mesmo com todas essas mudanças que deixam as coisas fora do lugar, nada muda. Os bondes continuam cheios no horário de afluência, à noite a multidão enche as ruas e há filas extensas na porta dos cinemas. O número de mortos segue aumentando, o que leva o prefeito a fechar a cidade e declarar a peste[11] – assustador como primeiro se espera o caos para, depois, tomar as medidas necessárias, não consigo entender isso direito, você consegue?
A sociedade desmoronando
Quando toda essa mudança decorrente do coronavírus começou, fiquei imaginando o que ler. De início, pensei em reler o brilhante Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago, mas imaginei que talvez fosse melhor um autor que ainda não conhecia, daí a escolha pela obra de Camus. Provavelmente, a decisão de ler essas obras que tratam sobre doenças e suas consequências, a priori, foi uma busca por alguma explicação ou algo que me ajudasse a entender melhor o momento atual. Entretanto, encontrei mais questões do que respostas, o que não é ruim. Neste trecho, inicio pedindo desculpa aos leitores e às leitoras, pois sei que já ouvimos diariamente sobre o caos e certamente falar mais sobre isso não seja atraente, mas é necessário na busca de compreensão sobre esse momento que vivenciamos. O termo pandemia etimologicamente se refere a algo que afeta todos, questão muito clara no livro e na atualidade.
O fechamento da cidade, isolando-a do resto do mundo, foi o começo do alarde, porque enclausura seres que não estão preparados para isso. É algo bem parecido com o que passamos, pois de uma hora para outra as pessoas irremediavelmente estavam afastadas. “Era realmente o sentimento do exílio esse vazio que trazíamos constantemente em nós, essa emoção precisa, o desejo irracional de voltar atrás ou, pelo contrário, de acelerar a marcha do tempo, essas flechas ardentes da ‘memória’”[12].
Experimentar o sentimento de prisão não é algo bom. Nele restam apenas as memórias. Ao mesmo tempo, parece que ele nos coloca diante de questões que ignoramos. Em O mal-estar na civilização, o psicanalista Sigmund Freud (1856-1939) fala sobre o mal-estar acarretado pela supressão do indivíduo e sua abdicação dos instintos primitivos para viver em sociedade. Essas relações entre o externo e o interno, assim como do Eu com aquilo que não conhecemos de nós mesmos (Id), que, ao meu ver, nos momentos de aprisionamento são intensificadas – pela ausência do externo e pelas inquietações do interno -, podem nos mostrar caminhos para a questão deixada por Freud: “[…] se, e em que medida, a evolução cultural poderá controlar as perturbações trazidas à vida em comum pelos instintos de agressão e autodestruição.”[13].
Parece-me que quando aquilo tido como normal (“civilizado”) vai se desfazendo, a sociedade vai desmoronando, tanto no plano literário como na realidade. Em meio ao caos da peste, mesmo com a preocupação e com o medo, os concidadãos de Oran continuam a colocar as preocupações pessoais em primeiro plano – nada diferente do que temos presenciado em nosso país com as “carreatas da morte”[14].
O desmoronamento também nos faz buscar algum suporte para fugir do inevitável transtorno. Voltando a Freud, os caminhos para a felicidade são diversos e cabe a cada indivíduo buscar sua maneira particular de ser feliz. A religião é um desses escapes, tanto que, no livro, o sermão do padre Paneloux torna clara a ideia de que eles estão condenados, por um crime desconhecido, a uma prisão inimaginável[15]. Estamos nós na mesma situação? Outra questão é necessária: com o avanço religioso que temos presenciado na política brasileira, como tais doutrinas estão e serão usadas nesta pandemia?
No livro, o governo utiliza os meios de divulgação para ameaçar. É assustador como o poder autoritário aparece em situações de fragilidade e ainda tem apoio de alguns. “Os jornais publicaram decretos que renovavam a proibição de sair e ameaçavam com penas de prisão os infratores. Patrulhas percorriam a cidade.”[16]: temos acompanhado nas mídias sociais pedidos de enrijecimento para que as pessoas fiquem em casa, sendo que isso deveria partir de nós; ao mesmo tempo há oposição a esses pedidos, com solicitações de relaxamento do isolamento. Isso revela-nos a ignorância que também tem destaque no desmoronamento da sociedade, tanto apoiando ações indefensáveis, como defendendo o vício; “[…] é a isso que se chama virtude ou vício, sendo o vício mais desesperado o da ignorância, que julga saber tudo e se autoriza, então, a matar.”[17].
Quando a morte, pelo vício da ignorância, intensifica-se em nosso horizonte, nossa vulnerabilidade é aflorada. Como alguns conseguem defender princípios que vão ao encontro dela, menosprezando a existência do outro? É tão desumano, que fica até difícil de escrever. E como lutar com a peste que evidencia nossas fragilidades e de nossa sociedade? Em um diálogo com Rambert, Rieux diz que a única maneira de lutar contra a peste é usando a honestidade, sem heroísmo.
Enquanto os médicos enfrentam a dificuldade de serem honestos frente à morte, a doença continua avançando. Até esse momento ela tinha afetado os bairros periféricos, porém começa a chegar ao centro da cidade, afetando todas as zonas. As pessoas que estavam de quarentena, enlouquecidas pelo luto e pela desgraça, ateiam fogo em suas casas, com a esperança de dizimar a peste. Dois ladrões são fuzilados, mas em meio a tantos mortos, “[…] as duas execuções passaram despercebidas: eram uma gota de água no oceano”[18]. Isso provoca um sopro de revolução e intensifica a violência. Ainda que se procurasse não vê-la, ignorá-la, a força da evidência vence.
Uma outra evidência de tempos de calamidade são os enterros. As fotografias da abertura de valas e expansão dos cemitérios, como em Manaus, nos fazem tremer e temer. Em Oran, não há mais a possibilidade de cerimônias fúnebres, eles priorizam a rapidez, a eficácia. Faltam caixões, faltam panos para as mortalhas e faltam lugares nos cemitérios[19] – algo que, infelizmente, já vimos em outros países neste ano. Abrem valas e, com o passar do tempo e o aumento das mortes, não conseguem mais separar os corpos femininos dos corpos masculinos. Morrem muitos enfermeiros e coveiros – isso me lembra uma reportagem que vi recentemente a respeito dos coveiros falando sobre o preconceito contra eles pelo uso de EPI[20]. Mas, no livro de Camus, como a peste é devastadora, os corpos precisam ser cremados, a tal ponto que o cheiro perturba as pessoas e a cremação é levada para uma parte afastada da cidade. Mesmo assim, a população ouve os carros passando com os corpos ao longo da noite, e o vento, algumas vezes, carrega o odor lembrando este fato aos sobreviventes. Tudo isso nos deixa mais inquietos e preocupados, desejando uma saída que quiçá exista agora.
Há saída?
Quando pensei nesse texto, não queria que fosse tão pragmático, mas acredito que o impacto dessas questões que estão mais próximas a nós pode nos ajudar a buscar caminhos. Em A Peste, o caos piora com o aumento das mortes, o confinamento e até com a ausência do amor, porque este necessita de uma pontada de futuro, enquanto que a ordem da peste faz com que todos vivam na lógica de momentos. Tudo parece sem saída, como as luzes apagadas da cidade. O Dr. Rieux vê sua atividade reduzida a diagnosticar, já que a cura é difícil – e você já pensou sobre como está sendo para os profissionais da saúde a atual pandemia? A perda é inevitável, assim como é complicado lidar com ela. Na história, vemos personagens falecendo; na vida real não tem sido diferente…
Em todo esse desmoronamento da sociedade, em um outro sermão, o padre propõe que sigam não com negações das preocupações ou da ordem inteligente do mundo, mas buscando praticar o bem. Ao meu ver, trata-se de empatia e pensar no outro. Mas não é o que o egoísmo humano faz; a desigualdade continua:
“As famílias pobres viam-se, assim, numa situação muito difícil, enquanto às ricas não assim, faltava praticamente nada. A peste, que, pela imparcialidade eficaz com que exercia seu ministério, deveria ter reforçado a igualdade entre nossos concidadãos pelo jogo normal dos egoísmos, tornava, ao contrário, mais acentuado no coração dos homens o sentimento da injustiça.”[21]
Há uma outra ideia de peste que nos atinge tanto quanto a primeira. De acordo com Rieux, na vida, cada um traz em si a peste, sendo necessário auto vigiar-se, pois “[…] num minuto de distração, a respirar-lhe na cara de outro e transmitir-lhe a infecção”[22]. Assim, o homem direito é o que tem menos distrações. De todo modo, não conseguimos evitá-las sempre. Em um diálogo com Tarrou, o doutor fala que está mais próximo aos vencidos do que dos santos e que sua atração não é pelo heroísmo nem pela santidade; seu interesse é menos ambicioso: ele deseja ser um homem. Essa peste que cada homem e cada mulher traz em si é manifesta em momentos caóticos, como também em situações mais estáveis. Há séculos vemos a desigualdade, a injustiça, o egoísmo e todas as questões que prejudicam muitas pessoas em nossa sociedade. Essa observação é um dos pontos chave da narrativa de Camus e do atual cenário. Precisamos urgentemente retornar à humanidade, ao coletivismo, à empatia, ao amor para com o outro, à igualdade, para acabarmos com essa outra peste.
Se existe saída? Acho que sempre podemos buscar caminhos e soluções, mas para isso é preciso considerar nossa condição. Por hora, temos que ter paciência, manter a esperança, mesmo que já ofuscada, porque ela nos afasta da morte. Quando surge a possibilidade do fim da epidemia em Oran, os homens da cidade aprendem a prudência; por isso, ainda que desejando a liberdade, aguardam com os corações em chamas. Como será a nossa vida depois da peste? Não sabemos. Como narrado: “Todos estavam de acordo em pensar que as comodidades da vida passada não voltariam de repente e que era mais fácil destruir que reconstruir”[23].
Mesmo com a queda das estatísticas, a população segue dividida. Alguns, continuam a viver como durante a peste; outros, que estavam separados daqueles que amavam, são acesos pela esperança que lhes tira qualquer autodomínio. Acho que uma das poucas certezas que temos neste momento e, mesmo no começo do retorno a algo parecido com o que chamamos de “normal”, é o imprevisto. Para Cottard[24], a peste não mudaria nada na cidade e tudo voltaria a ser como era antes; para Tarrou, a peste mudaria e não mudaria a cidade. Digo que o imprevisto é a certeza, porque precisamos entender que são muitas as possibilidades, não sendo possível prever qual irá predominar após essa pandemia. E, ainda que uma predomine, haverão outras. Como em Camus, enquanto alguns correm para aqueles que temiam ter perdido e buscam acabar com o momento doloroso; para outros “[…] que tinham perdido toda a alegria com o ser agora abandonado numa cova anônima ou fundido num monte de cinza — era ainda a peste”[25]. Para alguns, o tempo do sofrimento era passado e já era hora de festejar, para outros, o tempo do esquecimento sequer tinha começado.
O que a peste deixou? O aprendizado de uma coisa que podemos sempre desejar e, às vezes, alcançar: a ternura humana. Nas palavras do Dr. Rieux,
“[…] esta narrativa, que termina aqui, para não ser daqueles que se calam, para depor a favor dessas vítimas da peste, para deixar ao menos uma lembrança da injustiça e da violência que lhes tinham sido feitas e para dizer simplesmente o que se aprende no meio dos flagelos: que há nos homens mais coisas a admirar que coisas a desprezar.”[26]
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[1] CAMUS, Albert. A peste. Versão Kindle, posição 38.
[2] Ibidem, posição 65.
[3] Na obra de Camus, Jean Tarrou chega à cidade pouco antes da ascensão da peste. Ele é descrito como um homem de boa natureza, que está sempre sorrindo. Antes da peste, gostava de ser associado a dançarinos e músicos espanhóis da cidade. Tarrou mantém a escrita de um diário, a partir da observação da vida em Oran, que é incorporado à narrativa.
[4] CAMUS, Albert. op. cit., posição 192.
[5] Ibidem, posição 441.
[6] O relatório A World At Risk, elaborado pelo Global Preparedness Monitoring Board – GPMB, de setembro do ano passado, alertava os líderes mundiais sobre a circulação de vírus letais favorecida por conflitos prolongados, estados frágeis, migrações forçadas, mudanças climáticas, crescente urbanização, falta de água potável e de saneamento básico.
[7] CAMUS, Albert. op. cit., posição 589.
[8] Ibidem, posição 685.
[9] Ibidem, posição 705.
[10] Ibidem, posição 737.
[11] Ibidem, posição 768.
[12] Ibidem, posição 828-829.
[13] FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 93.
[14] Carreatas pelo país têm Bolsonaro, pedidos de reabertura do comércio e avenida Paulista Fechada. Folha de S. Paulo, São Paulo, 19 abr. de 2020 [atualizado em 20 de abr. de 2020]. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/amp/poder/2020/04/carreatas-pelo-pais-pedem-fim-do-isolamento-apos-206-novas-mortes-por-coronavirus.shtml. Acesso em: 16 maio 2020.
[15] CAMUS, Albert. op. cit., posição 1138.
[16] Ibidem, posição 1316-1317.
[17] Ibidem, posição 1557-1560.
[18] Ibidem, posição 2038-2039.
[19] Ibidem, posição 2077-2078.
[20] “No começo, tinha muito medo. Medo de pegar a doença, pois estamos muitos expostos. Agora estamos acostumados. O pessoal ainda estranha e tem preconceito por usarmos os equipamentos de proteção”, falou coveiro Leonardo Santos Mendes, de 27 anos, que trabalha na profissão há nove anos. Retirado de RAMIREZ, Alenita. Coronavírus provoca nova realidade nos cemitérios. Correio, Campinas, 22 abr. de 2020. Disponível em: https://correio.rac.com.br/_conteudo/2020/04/campinas_e_rmc/929814-coronavirus-provoca-nova-realidade-nos-cemiterios.html. Acesso em: 16 maio 2020.
[21] Ibidem, posição 2808-2811.
[22] Ibidem, posição 3007.
[23] Ibidem, posição 3169-1370.
[24] Cottard não parece ter um emprego, mas descreve-se como vendedor ambulante de vinhos. É uma figura silenciosa e discreta, que tenta se suicidar em seu apartamento.
[25] CAMUS, Albert. op. cit., posição 3508-3509.
[26] Ibidem, posição 3660-3663.