Publicado em 1719, “Robinson Crusoé” de Daniel Defoe é uma das obras mais icônicas da literatura inglesa. Considerado por muitos como o primeiro romance moderno em língua inglesa, esta obra-prima narra a história de um náufrago solitário e suas lutas para sobreviver em uma ilha deserta. No entanto, além de uma simples narrativa de aventura, “Robinson Crusoé” aborda temas complexos como isolamento, fé, colonialismo e civilização.

    Robinson Crusoé
    Edição comentada e ilustrada. Editora Zahar

    A Jornada do Indivíduo Isolado

    O cerne da narrativa de “Robinson Crusoé” é a experiência do indivíduo isolado. Após um naufrágio, Crusoe se vê sozinho em uma ilha deserta, forçado a depender apenas de sua própria inteligência e habilidades para sobreviver. Essa jornada de sobrevivência e autodescoberta é uma metáfora poderosa para a condição humana: a luta solitária contra as adversidades da vida.

    Um dos aspectos da obra é a exploração da relação entre fé e razão. Inicialmente um homem movido pela razão e pelo desejo de aventura, Crusoe enfrenta uma transformação espiritual ao longo de sua estadia na ilha. Sua jornada de solidão o leva a uma profunda reflexão sobre o propósito da vida e sua religiosidade. A descoberta de uma Bíblia na praia e sua subsequente conversão ao Cristianismo marcam um ponto crucial na narrativa, onde a fé se torna um elemento central em sua jornada.

    Colonialismo e Representação do Outro

    Outro aspecto importante de “Robinson Crusoé” é sua representação do “Outro”. Crusoé encontra nativos da ilha, que ele chama de “selvagens”, e posteriormente escraviza um deles, chamado de Sexta-Feira. Essa relação entre Crusoe e Sexta-Feira é complexa e controversa, servindo como um reflexo das atitudes coloniais da época. Enquanto Crusoe assume o papel de “civilizador”, ensinando Sexta-Feira a sua visão de mundo, a obra levanta questões sobre poder, autoridade e a ética do colonialismo.

    Civilização versus Natureza

    “Robinson Crusoé” também explora a dicotomia entre civilização e natureza. Enquanto Crusoé inicialmente vê a ilha como um lugar hostil a ser dominado, ele eventualmente desenvolve uma profunda conexão com a natureza ao seu redor. Sua habilidade de sobreviver na ilha e prosperar sem os confortos da civilização tradicional desafia as noções convencionais de progresso e desenvolvimento.

    Os personagens da história

    Em “Robinson Crusoé”, os personagens principais são:

    1. Robinson Crusoe: O protagonista da história, um jovem inglês que embarca em uma série de aventuras marítimas. Após sobreviver a um naufrágio, ele se encontra preso em uma ilha deserta, onde passa anos lutando pela sobrevivência e enfrentando desafios físicos e emocionais.
    2. Sexta-Feira: Um nativo da ilha que Crusoe encontra e eventualmente resgata de um grupo de canibais. Sexta-Feira se torna um aliado leal e companheiro de Crusoe, ajudando-o em suas atividades diárias e participando de suas aventuras.
    3. O Pai de Sexta-Feira: Embora não seja um personagem tão proeminente quanto seu filho, o pai de Sexta-Feira desempenha um papel importante na história como um dos nativos da ilha.

    Além desses personagens principais, há outros que desempenham papéis menores ao longo da narrativa, como os marinheiros que viajam com Crusoe antes do naufrágio e os canibais que representam uma ameaça ocasional para Crusoe e Sexta-Feira.

    O que esperar durante a leitura de “Robinson Crusoé”?

    Os leitores podem esperar uma jornada emocionante e reflexiva através dos seguintes elementos:

    1. Aventura e Sobrevivência: Desde o momento do naufrágio de Crusoé até sua jornada de adaptação e sobrevivência na ilha deserta, os leitores são levados a uma emocionante aventura repleta de desafios e perigos.
    2. Exploração Psicológica: A solidão extrema de Crusoé na ilha oferece uma oportunidade para uma exploração profunda da psique humana. Os leitores testemunham sua evolução emocional e psicológica enquanto ele enfrenta desafios, supera obstáculos e confronta suas próprias fraquezas.
    3. Conflito Moral e Ético: A relação de Crusoé com Sexta-Feira e outros personagens introduz questões complexas sobre moralidade e ética. Os leitores são confrontados com dilemas morais enquanto acompanham as decisões e ações de Crusoé em relação aos outros habitantes da ilha.
    4. Exploração de Temas Universais: “Robinson Crusoé” aborda temas universais como solidão, fé, sobrevivência, identidade, civilização versus natureza e a natureza do homem. Os leitores podem esperar uma reflexão profunda sobre esses temas à medida que acompanham a jornada de Crusoé.

    No geral, os leitores podem esperar uma experiência de leitura emocionante e edificante que os levará a refletir sobre os aspectos mais profundos da condição humana e o significado da vida.

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