Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll): além do vestibular…

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‘Alice no País das Maravilhas’, escrito por Lewis Carroll, é amplamente considerado uma obra prima da literatura infantil. Publicado pela primeira vez em 1865, o livro introduz os leitores ao mundo mágico e surreal de Alice…

O livro remonta à era vitoriana, uma época marcada por profundas mudanças sociais e culturais. A publicação de ‘Alice no País das Maravilhas’ trouxe um frescor à literatura inglesa da época, pois desafiou as normas com sua narrativa dinâmica e personagens excêntricos.

Alice no país das maravilhas fez sucesso imediato e, ao longo dos anos, tornou-se um clássico da literatura!

Para Virginia Woolf, escritora inglesa fã de Lewis Carroll, o escritor é um gênio por conseguir capiturar o universo infantil:

No intuito de nos fazer criança de novo, ele primeiro nos faz dormir. ‘Caindo, caindo, caindo, será que essa queda nunca terá fim?’ Caindo, caindo, caímos naquele mundo aterrorizante, loucamente inconsequente, e no entanto perfeitamente lógico, onde o tempo corre, depois para; onde o espaço estica, depois se contrai. É o mundo do sono; é também o mundo dos sonhos. Sem nenhum esforço consciente, o sonhos vêm; o coelho branco, a morsa e o carpinteiro, um atrás do outro, virando e se transformando uns nos outros, eles vêm ricocheteantes e saltitantes, passando através da nossa mente. É por esses motivos que as duas Alices não são livros para crianças; mas os únicos livros em que nós nos tornamos crianças.

Virginia Woolf. Excerto de um artigo da escritora publicado em 1939 em uma revista londrina.

A trama principal do livro gira em torno das aventuras de Alice em um mundo onde lógica e realidade são subvertidas.

A narrativa começa quando Alice, fascinada por um coelho branco apressado, decide segui-lo e acaba caindo em um buraco que a transporta para um mundo fantástico.

Durante sua jornada, Alice encontra uma variedade de figuras memoráveis, incluindo:

  • o inquieto Coelho Branco,
  • o enigmático Gato de Cheshire,
  • o excêntrico Chapeleiro Maluco,
  • e a tirânica Rainha de Copas.

Cada personagem e encontro de Alice é repleto de simbolismo e subtexto, convidando o leitor a refletir sobre as muitas camadas de significado na obra.

A peculiaridade de seu enredo e o fascínio de seus personagens contribuíram para a longevidade e relevância contínua da obra. Portanto, a capacidade do autor em capturar imaginações ilustra por que “Alice…” é uma leitura essencial e uma peça significativa no vestibular da Unicamp.

Uma análise simbólica de Alice no país das maravilhas

Alice no País das Maravilhas é uma obra rica em temas e símbolos que têm sido amplamente estudados ao longo dos anos, tanto em contextos literários quanto filosóficos.

Portanto, a narrativa é permeada por uma série de questões que, embora apresentadas de maneira lúdica e muitas vezes absurda, provocam reflexões profundas sobre identidade, crescimento pessoal e a natureza da realidade.

Quem é personagem Alice?

A jornada de Alice é, em essência, uma busca constante pela compreensão de si mesma e do mundo ao seu redor.

Um dos temas centrais do livro é a questão da identidade, pois Alice questiona repetidamente quem ela é, refletindo o processo pelo qual todos passam ao crescer e enfrentar novos desafios.

A fluidez de sua identidade é simbolizada pelas frequentes mudanças de tamanho, que forçam Alice a se adaptar continuamente a novas situações e percepções.

Além disso, a obra explora a lógica e a ilogicidade de maneira única. Carroll, apaixonado por Matemática, incorpora paradoxos e charadas que desafiam a lógica tradicional. Dessa forma, o mundo de ‘Alice no País das Maravilhas’ é um lugar onde as normas convencionais são subvertidas, refletindo a irracionalidade e a imprevisibilidade da vida real. Esse elemento é claro em cenas como o Chá Maluco, onde regras aparentemente arbitrárias governam o comportamento dos personagens.

O absurdo é outra faceta predominante na obra de Carroll. Criaturas bizarras e eventos inexplicáveis não apenas contribuem para um ambiente surreal, mas também servem para questionar a percepção da realidade.

A narrativa desestabiliza continuamente a fronteira entre o sonho e a vigília, levando o leitor a ponderar sobre a natureza da existência e o papel da imaginação.

Por fim, ‘Alice no País das Maravilhas’ é uma crítica sutil à sociedade vitoriana. Através de alegorias e personagens como a Rainha de Copas e a Duquesa, Carroll satiriza a rigidez moral e a hierarquia de sua época. Esse subtexto social adiciona uma camada de profundidade à obra, torná-la relevante mesmo após mais de um século de sua publicação.

Ressonância em diferentes gerações

A capacidade de ‘Alice no País das Maravilhas’ de ressoar com diferentes gerações é um testemunho de sua durabilidade e universalidade. Ao longo dos anos, a história foi reinventada e adaptada em diversas culturas e contextos, provando sua maleabilidade e relevância contínua.

Um dos fatores que contribuem para essa perpetuidade é o estilo de escrita de Carroll, que, com suas frases enigmáticas e repletas de jogos de palavras, desafia e fascina leitores de todas as idades.

Assim, o livro não é apenas uma leitura obrigatória para estudantes, mas também um fundamento na formação da imaginação e pensamento crítico, elementos essenciais na preparação acadêmica e pessoal.

“(…) essa água-viva sem um pingo de tinta continha dentro de si um cristal de perfeita dureza. Que continha infância. O que é algo estranho, pois a infância normalmente se apaga lentamente. (…) Por algum motivo, não sabemos qual, sua infância foi interrompida abruptamente. Ele a alojava inteira como um todo dentro de si.”

Virginia Woolf. Excerto de um artigo da escritora publicado em 1939 em uma revista londrina.

Inclusão no Vestibular da Unicamp: Relevância e Expectativas

A inclusão de ‘Alice no País das Maravilhas’ na lista de leituras obrigatórias do vestibular da Unicamp é um movimento significativo que demonstra o reconhecimento do valor literário e cultural da obra.

Este clássico da literatura infantojuvenil escrito por Lewis Carroll transcende faixas etárias, proporcionando uma rica fonte de estudo devido à sua complexidade temática e aos elementos fantásticos que o compõem.

Assim, essa escolha sublinha a importância de diversificar o repertório explorado pelos estudantes, incentivando a análise de textos que oferecem múltiplas camadas de interpretação.

Os motivos para a seleção de ‘Alice no País das Maravilhas’ podem ser variados:

  • Em primeiro lugar, a relevância temática da obra é indiscutível.
    • A narrativa aborda questões como identidade, lógica, e a subversão de normas sociais e culturais, temas que são pertinentes aos contextos contemporâneos e às reflexões críticas que se esperam dos candidatos.
  • Em segundo lugar, o valor literário do texto é notável.
    • A escrita engenhosa e a estrutura não-linear apresentam desafios interpretativos que exigem uma leitura atenta e analítica, habilidades essenciais para um ambiente acadêmico.
  • Além disso, o impacto cultural de ‘Alice no País das Maravilhas’ é inegável.
    • O livro influenciou diversas formas de arte e cultura ao longo das décadas e continua a ser uma referência em debates literários e culturais.
    • Essa inclusão permite aos alunos compreenderem melhor a maneira como a literatura pode refletir e moldar realidades sociais e culturais.

Dicas para estudantes

Para os estudantes que se preparam para o vestibular é:

  • essencial abordar a leitura de ‘Alice no País das Maravilhas’ com uma perspectiva analítica.
  • Recomenda-se foco em aspectos como a construção dos personagens, o simbolismo presente na narrativa, e as técnicas literárias empregadas por Carroll.
  • Analisar como a obra dialoga com outros textos e contextos históricos também pode proporcionar uma leitura mais enriquecedora.
  • A academia demanda uma compreensão crítica dos textos, e a inclusão de ‘Alice no País das Maravilhas’ na Unicamp enfatiza a importância de ler além da superfície.
  • Por fim, esta obra não é apenas uma fonte de prazer estético, mas também uma oportunidade para desenvolver habilidades críticas e reflexivas que são valorizadas no ambiente universitário.

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