12 frases de Sartre sobre linguagem que te deixarão maravilhado

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Sartre é uma coisa muito louca. Assim como toda a filosofia. E isso também é maravilhoso, pois no coloca em um estado de confusão e aprendizado constante. Sempre penso que preciso acessar mais os filósofos, mas acho que tenho mais medo deles a Virginia Woolf. Mas eu li um pouco de Sartre e selecionei algumas frases sobre linguagem que te deixarão maravilhado e, talvez, com uma confusão mental deliciosa. Prepare-se para 12 frases de Sartre sobre linguagem:

1.

“Se a palavra parece sujeito quando falo, é porque me insinuo na palavra. (…) A palavra é este ser estranho: uma ideia-coisa.”

2.

“[A palavra] possui ao mesmo tempo a impenetrabilidade da coisa e a transparência da ideia, da inércia da coisa e a força atuante da ideia; podemos tomá-la como uma coisa entre os dedos, levá-la ali ou acolá, mas ela escapa, nos trai, retoma subitamente sua independência e se ordena por sí só com outras palavras, segundo afinidades que nos escapam.”

3.

“Tem a arte de responder rápida e duramente, de sair pela tangente, de romper, de interromper com uma palavra a discussão quando ela o embaraça. Mas se ele se ouve falar, com uma espécie de divertimento escandalizado. Ouve-se falar do fundo do silêncio. Daí um primeiro recuo em relação à linguagem.”

4.

“As palavras são ideias. Isso significa que o homem não cria ideias: ele as reúne. Há muito nos vinham repetindo que o homem não é Deus e que não pode criar nada no universo. Ele compõe, ele ordena. Mas o carvão, o petróleo, o mármore estão aí.”

5.

“Há palavras descabeladas, palavras ébrias, palavras fantasiosas das quais devemos nos resguardar com cuidado. E há também palavras simples: trabalho, amor, família; (…) Elas são a medida do homem.”

6.

“É por meio [das palavras]que devo deixar-me definir, sendo que essa definição, bem entendido, não é a consagração de um estado de fato, mas o anúncio de um novo dever. Se cumpro minhas promessas, se efetuo meus compromissos, se, tendo afirmado que amo, levo a bom termo esse empreendimento, então serei o que digo.”

7.

“Quando nos exprimimos, sempre dizemos mais do que queremos, já que pensamos expressar o individual e dizemos o universal.”

8.

“Limitamos nossa ambição a nos adaptar progressivamente a palavras que não criamos. Ora, elas se deslocam. Há tremores de palavras mais perigosos que tremores de terra. (…) Se as palavras vêm da sociedade, nascem e morrem com ela e somos ludibriados.”

9.

“Quem é o primeiro? O Outro ou a linguagem? Se é linguagem, o Outro se esvai. Se o Outro deve aparecer somente quando é nomeado, então é a palavra que gera o Outro…”

10.

“(…) tenho a angustiante certeza de que ao falar as palavras imediatamente me escapam e vão adquirir acolá, fora de mim, aspectos insuspeitáveis, significações imprevistas, não será porque é próprio à estrutura mesma da linguagem dever ser compreendida por uma liberdade que não é a minha?”

11.

“O que seriam uma alegria, um sofrimento, um desejo sexual que necessitassem da linguagem para se assegurar do que existem?”

12.

“A linguagem se situa entre objetos estáveis e concretos que não a esperaram para se desvendar (desejos intencionais, formas da percepção exterior) e realidades humanas que são falantes por natureza e, por isso mesmo, se situam fora da fala, pois se alcançam diretamente e são jogadas umas diante das outras sem intermediário. Então ela pode mentir, enganar, alterar, universalizar inoportunamente: as questões que ela levanta são técnicas, políticas, estéticas, morais.”

Todas as frases foram retiradas do livro “Situações I – críticas literárias”, de Jean Paul Sartre. A edição é da extinta editora Cosac Naify. Outros livros do autor você encontra na Amazon. Confira as dicas:

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