Em Norte, Edmundo Paz Soldán se mostrou um escritor sensacional ao conseguir trabalhar tramas paralelas, que em algum momento se cruzam, enquanto conta a história de um assassino em série e ainda aproveita para debater a questão da imigração ilegal no EUA e o preconceito contra hispânicos no país. Senti vontade de bater palmas de pé quando terminei de ler.
Narrativa intensa e acelerada
Com uma narrativa acelerada e intensa, Edmundo nos conta sobre as vidas e os dramas de um excêntrico professor de Literatura, um policial do Texas descendente de mexicanos, um pintor com diagnóstico de demência catatônica e uma jovem estudante universitária, que sonha ser uma escritora de histórias de terror em quadrinhos. Todas estas narrativas vão se desenrolando paralelemente à trama principal, sobre os assassinatos cometidos por Railroad Killer.
Investigações policiais e descrições violentas dos crimes fazem parte deste romance inconstante, que em alguns momentos tem como pano de fundo cidadezinhas do México, que fazem fronteira com os EUA e subitamente nos coloca em meio a Califórnia, que em algumas horas retrata pobreza, loucura e brutalidade e em outras insere debates intelectuais entre personagens que vivem o “sonho americano”, em alguns momentos está nos anos 30, em outros nos anos 80. Norte é um livro incrível, para colocar na lista de leituras, sem dúvida!
