E se um país colocasse fogo nos livros?
Fahrenheit 451 – a temperatura na qual o papel do livro pega fogo e queima…
– A escolaridade é abreviada, a disciplina relaxada, as filosofias, as histórias e as línguas são abolidas, gramática e ortografia pouco a pouco negligenciadas, e, por fim, quase totalmente ignoradas. A vida é imediata, o emprego é o que conta, o prazer está por toda parte depois do trabalho. Por que aprender alguma coisa além de apertar botões, acionar interruptores, ajustar parafusos e porcas?
O livro Fahrenheit 451 é narrado em um futuro não especificado, onde as pessoas aprendem que os livros são proibidos desde o jardim de infância e são controladas pela “Família”, que é um tipo de TV interativa. O indivíduo que for encontrado portando algum livro, será preso, terá sua casa revistada e fogo nos livros!
As principais personagens
Guy Montag é bombeiro, um funcionário do Estado encarregado de queimar livros. Casado com Mildred, uma mulher que passa horas interagindo com a “Família” e excedendo às vezes a dosagem de comprimidos. Montag acha que é feliz.
Um dia, voltando do trabalho encontra Clarisse, uma jovem cheia de idéias, que vê o mundo por uma perspectiva diferente, que gosta de andar na chuva com a boca aberta, de caminhar e de conversar. Clarisse muda a realidade de Montag quando pergunta ao mesmo se já leu um dos livros que queimou. Montag encontra a menina diariamente, que o acompanha até um pedaço do caminho do trabalho. Em uma manhã, Clarisse some e Montag sente sua falta.
Montag começa a refletir sobre a sociedade em que vive, sobre as pessoas que o cercam. Demonstra uma curiosidade permanente acerca dos livros e se pergunta o quê os mesmos escondem para tantas pessoas arriscarem a própria vida para manté-los escondidos dentro de casa. Um dia, descobre o mundo mágico dos livros e faz um amigo, o professor Faber.
Montag tenta mostrar as maravilhas da leitura para algumas amigas de sua esposa e acaba sendo denunciado e perseguido pelo país como um inimigo da sociedade. Fugindo sem cessar, acaba encontrando um abrigo de refugiados que guardam livros na memória, a fim de transmitir o conhecimento para as próximas gerações.
Fahrenheit 451 (Ray Bradbury): ler é o maior ato de rebeldia
Uma obra complexa
Lendo a sinopse, pode parecer que contei o livro todo. Não vou negar que escrevi detalhes importantes do enredo. Mas quando se trata de livros bons como Fahrenheit, tudo que falamos ou escrevemos se torna vazio diante da complexidade da obra porque o livro vai além de todos os detalhes, é rico, profundo, polêmico, é perfeito! Ray Bradbury soube dosar cada palavra quando o escreveu, a ponto de qualquer resenha, sinopse ou spoiler não chegar aos pés do livro.
É um livro especial, que vai colocar caraminholas na sua cabeça! Imaginei meus livros sendo queimados. A sociedade já foi muito ignorante em relação aos livros e grandes líderes já perceberam o poder da leitura, um exemplo são as pilhas de livros que eram queimados em praças públicas na Alemanha, na época da Segunda Guerra. Então, é fácil imaginar se um dia a sociedade se tornará novamente, tão ignorante, a ponto de queimar livros para matar ideias. Eu espero que não. É a ficção científica se aproximando cada vez mais da realidade.
Respostas de 6
Um dos poucos casos que eu gostei mais do filme do que do livro, rs.
Sério? Eu gostei do filme, mas o livro é meu queridinho! Haha
Que coincidência! Comecei a ler o livro hoje e o prefácio já me conquistou <3
Espero que você aproveite a leitura! 🙂
Obrigada =P
Fahrenheit 451 é um daqueles livros que transcendem a literatura. Ao mesmo tempo, é literatura de altíssimo nível. Você não disse qual o seu livro, Aléxia. Que livro você decoraria?
Ah! E eu gostei bem mais do livro que do filme, apesar de ambos serem obras-primas.