Confissões de um jovem romancista (Umberto Eco)

Cada vez me convenço mais que a literatura, quando é bem feita, deu um trabalho danado para o escritor. Um trabalho maravilhoso, claro, mas que também não deixa de ser árduo, difícil, capaz de colocar o escritor na beira de grandes precipícios, que podem representar um personagem mal formulado, um cenário ruim, um enredo fraco, uma trama repetitiva, etc.

E quando comecei a ler “Confissões de um jovem romancista”, um livro que imaginei ser um diário de Umberto Eco sobre leves fabulações de um escritor sobre sua própria arte, um mundo novo se abriu na minha frente e muitas coisas que eu não conseguia entender sobre o ofício de ser escritor Umberto Eco revelou em detalhes, o que me deixou maravilhada. O livro contém 4 ensaios, que primeiramente Umberto Eco utilizou em palestras sobre Literatura Moderna: 1.) Escrever da esquerda para a direita 2.) Autor, texto e intérprete 3.) Alguns comentários sobre os personagens de ficção 4.) Minhas listas.

Confissões de um jovem romancista
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O livro pode ser usado para consultas literárias sobre um romance: o autor, o texto, o leitor, os personagens, a ficção, tudo explicado através dos olhos de Umberto Eco, que utiliza, além dos seus próprios romances, outros clássicos da literatura para compor a sua “confissão”, que na verdade é uma aula sobre a arte de escrever ficção.

Acredito que a qualidade indiscutível do livro está no fato de Umberto Eco ser professor de literatura, um grande teórico, além de um excelente escritor, portanto, o seu texto possui uma linguagem muito clara e simples, sem deixar a beleza de lado. Uma união entre pedagogia, literatura e arte.

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Diversas perguntas ele propõe ao leitor, como uma tarefa, um exercício para que possamos compreender e admirar mais ainda a ficção. Por que choramos? Por que acreditamos? Por que criamos ilusões? Por que a vida e a obra do autor nos causa tanta curiosidade?

Não colocarei as respostas aqui porque elas revelam tanta coisa interessante e permitem também que outras novas janelas sejam abertas. Ou seja, “Confissões de um jovem romancista” coloca ótimas caraminholas na cabeça da gente! É possível ver, após a leitura do livro e para sempre, a literatura com um novo olhar, mais criterioso, profundo e intenso.

Os “ensaios-confissões” revelam situações incríveis sobre como ele construiu os seus romances. Certas coisas que ele fez para escrever Em Nome da Rosa beiram o absurdo e tem a ver com o fato do quanto o escritor se entrega e acredita – primeiro que todo mundo – no romance que escreve. Sei que quando o livro acabou eu quis ler de novo O Nome da Rosa, e ver o filme, e ler os outros livros dele, e ler de novo esses ensaios. Sabe aquela sensação de agradecimento quando temos a certeza do aprendizado? É isso.

Assista ao vídeo no canal Livro&Café:


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Respostas de 3

  1. Cara, estou com vontade de ler “O nome da Rosa” de novo e isso já tem um tempo. rs
    Esse livro deve ser muito bom!
    Umberto é muito amor! <3

  2. adorei seus comentários sobre umberto eco e virginia woolf, acredito que você tem bom conhecimento sobre literatura.Estou lendo alguns livros sobre roteiros, vou adicionar uns títulos: stephen king, sobre a escrita, A Jornada do Escritor – Christopher Vogler,screvendo com a alma – Natalie Goldeberg, Para Ler Como um Escritor – Francine Prose, PROPP, V. – Morfologia do conto maravilhos, etc…

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