Perfeição é a palavra que define Habibi, de Craig Thompson, com uma edição caprichada da Companhia das Letras. Uma história rica em detalhes da cultura árabe, rica em recursos literários, e ainda mais rica no traço simples e refinado de Thompson. Um futuro clássico dos quadrinhos que demorou oito anos para ser concluído.
Habibi se passa no Oriente Médio e conta a história de Zam e Dodola, duas crianças órfãs que se conhecem por acaso.
Dodola, uma criança, é vendida para se casar com um escriba. O escriba se revela um bom marido, conta histórias para Dodola e a ensina a ler. Depois de algum tempo, um grupo de meliantes mata o marido de Dodola e ela é vendida para um mercado de escravos. Lá ela conhece Zam, um bebê negro abandonado. Juntos, eles fogem do mercado e fazem de um barco abandonado no meio do deserto seu lar.
Dodola cria Zam com amor, ensina virtudes e lições de moral para o menino através de histórias do Corão. As histórias contadas por Dodola também servem de refúgio para apaziguar o sofrimento e esquecer a fome.
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Os anos passam e os dois crescem. Dodola se torna a cortesã do deserto, se deitando com homens em troca de comida. Enquanto isso, Zam não é mais um menino. Ele passa a ver Dodola com outros olhos. Descobre o que é desejo e se castiga por isso. Após alguns anos juntos, por um infortúnio do destino, os dois são separados e passam por diversas dificuldades, sempre tentando se reencontrar.
O livro mostra as diversas facetas do amor. Amor maternal transformado em amor carnal. A trajetória dos personagens é sofrida, entrelaçada por histórias do Corão retratadas em quadrinhos fantásticos. Uma história triste, mas imperdível. Mais que um livro: uma obra de arte.