A História de amor de Fernando e Isaura (escrita em 1956, mas publicada somente em 1994), segundo o próprio escritor, é uma história “fora de moda”, pois os jovens, impedidos de se amarem por causa de uma tragédia familiar, sofrem desesperadamente por culpa, dor, amor e paixão.
Ler Ariano Suassuna é fundamental na vida de qualquer pessoa. Cada palavra, frase, parágrafo e capítulo do livro possuem uma beleza singular e simples, remetendo rapidamente ao nordeste do Brasil. O cenário é claro como a areia, e a brisa suave desliza na linguagem do autor, que é erudito e popular, romântico, divertido e crítico.
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Tudo começa quando o tio de Fernando pede para ele ir a outra cidade casar, por procuração, em seu nome. O tio tem negócios importantes que o impedem de ir ao próprio casamento. Fernando, que ama o tio, aceita o pedido. Porém, ao conhecer Isaura, ele se apaixona loucamente, antes mesmo de saber que ela é a noiva de seu tio.
A partir deste ponto, os capítulos continuam como uma história contada por alguém sentado na calçada em um dia de verão nordestino, lembrando a literatura de cordel. Eles levam o leitor para um caminho de simplicidade e acontecimentos tristes, duros, sofridos e melancólicos, mas com uma beleza singular de paixão. A diferença e originalidade da história surgem com o arrependimento e sacrifício dos personagens apaixonados. Após viverem uma relação sórdida que aumenta o amor e o desejo, mas destrói a saúde física, a trama explora as relações entre amor, honestidade e consciência pesada. Até onde o amor resiste?
Tristão e Isolda
A História de amor de Fernando e Isaura foi inspirada na lenda “Tristão e Isolda”, de origem medieval, contada e recontada infinitas e diferentes vezes. Na versão de Suassuna, a força de um grande amor se faz presente, porém, a tragédia nacional é mais convincente e possível, o que acaba indo de encontro com as palavras do escritor, que trouxe ao público uma história que está sim muito na moda… só lendo para descobrir por quê.
Respostas de 2
Adorei!! Sua escrita tá tão poética que fiquei morrendo de vontade de adentar nesse universo do livro!!
Acho que foi Suassuna que me deixou poética! 🙂
bjooo