O Homem que caiu na Terra é um livro de ficção científica da editora Dark Side, escrito por Walter Tevis (1928 – 1984), escritor americano de romances e contos. Nesse livro, vamos conhecer a história de Thomas Jerome Newton, que faz uma viagem intergaláctica, de seu planeta para a Terra.
A narrativa leva o leitor a questionar muito mais o sentido de viver em um lugar diferente do que as possibilidades de destruição ou transformação do mundo quando a tecnologia alcança níveis inimagináveis.
Newton precisa se adaptar a tudo e, embora possua uma aparência parecida com a humana, o seu corpo difere em diversos aspectos. Ele é alto, magro, cabelos brancos, olhos diferentes dos padrões humanos, não possui unha, não possui pelos e a sua inteligência é muito superior à nossa. O seu corpo, internamente, também é peculiar, apesar de todo o tamanho do personagem, o livro relata também a sua leveza e a aparente fragilidade.
A história começa com Newton aqui na Terra, em um lugar isolado e se adaptando às condições climáticas. Durante a sua tragetória, vamos perceber que ele se adapta à convivência com humanos, de modo que, mesmo sendo uma figura diferente e reclusa, consegue sentir empatia por nós. Assim, ele faz amizade com duas pessoas, um homem e uma mulher. O homem acaba se tornando parte do seu projeto audacioso; a mulher é alguém que, quando Newton sofre um pequeno acidente, cuida dele com muita dedicação.
Por meio de seu conhecimento tecnológico, o personagem se torna uma figura importante para o país, envolvido com as principais empresas de tecnologia, o que disperta a curiosidade nos políticos e também nos serviços secretos.
Interessante que a história, apesar de constar em seu enredo a tecnologia e o poder, o que há de mais belo é que dentro desse universo de adaptação do personagem, há algo mais sutil, porém muito mais importante, que é a transformação que pode acontecer quando alguém (deste planeta ou de outro) precisa se adaptar a um grupo, uma cultura, uma religião, etc. Tudo porque não conseguimos viver isolados, porque precisamos uns dos outros e também porque queremos ser aceitos e amados. Assim, quando o titulo sugere que “o homem caiu na Terra”, devemos levar em conta que o ato de cair, não é apenas uma referência à sua chegada no planeta, mas sim uma metáfora sobre alguém que vê os seus sonhos caindo e também cai em si mesmo.
O livro menciona a história da mitologia grega sobre o anjo Ícaro que, quando o pai lhe presenteia com asas, ele recebe o aviso que não deve voar muito alto, porque o sol pode derreter a cera que une as asas, porém, Ícaro, impulsinado pelo prazer de voar, chega muito próximo ao sol, cai no mar e se afoga. A história de Newton e de Ícaro, assim como outras histórias da literatura, é como uma exploração do que é a vida humana (ou não-humana, no caso), na mesma armadilha em que se transformou o mundo.