Christopher Vogler é um roteirista Hollywood. Ele estudou a obra “A jornada do herói”, de Joseph Campbell (escritor e estudioso das mitologias) e, a partir de seus estudos e práticas, escreveu “A jornada do escritor: estrutura mítica para escritores“. o livro composto por 484 páginas detalha toda a estrutura utilizada em famosas histórias do cinema. Geralmente, o autor dá exemplos de filmes como Star Wars e O mágico de Oz, porém, é possível encaixar suas ideias em romances, contos e tudo que permeia a ficção.
O que vejo como um ponto interessante é a possibilidade de aprofundamento que o autor pode provocar nos leitores de seu livro: escritores, críticos, jornalista e estudantes, terão uma oportunidade de afirmar algumas ideias já concebidas e adquirir outras novas que podem contribuir para o fortalecimento de seus ofícios.
O que vejo de ponto negativo é imaginar que tudo pode ser feito a partir de uma fórmula, pois assim, se cria uma banalização da profissão escritor e também limita a figura do leitor (ou telespectador) uma vez que, usando fórmulas, ele receberá mais do mesmo.
O autor esclarece que “o padrão da Jornada do Herói é universal, recorrente em todas as culturas e épocas (…) é um conjunto incrivelmente tenaz de elementos que brota incessantemente dos rincões mais profundos da mente humana.” (p. 42) É claro que, cada história real ou ficcional possui muitas particularidades, porém, há algo em comum, como se o ato de nascer, viver e morrer fosse uma representação da busca de cada um em se tornar um herói da própria vida.
Segundo Vogler, podemos relacionar as ideias de Campbell com Carl G. Jung que “escreveu sobre os arquétipos: personagens ou energias que se repetem constantemente e surgem nos sonhos de todas as pessoas e em mitos de todas as culturas.” (p. 42)
Quando li essa primeira parte do livro, automaticamente, me veio à cabeça diversos romances e personagens com suas ações que permeiam alguns pontos que se encaixam no padrão da “Jornada do Herói”. Ainda não sei se isso é bom ou ruim. Segundo o autor, bastante persuasivo, “as escalas da Jornada do Herói surgem naturalmente, mesmo quando o escritor não tem consciência delas.” (p. 45)
Veja a imagem abaixo (você encontra diversos modelos no Google) e imagine as grandes histórias de aventuras que você leu ou viu no cinema (Star Wars, Harry Potter…). Encaixa ou não encaixa?
Então, num primeiro momento, estou gostando do livro, pois me fez pensar em diversos pontos a respeito da criação literária. Eu já tinha lido e estudado algumas coisas sobre esses padrões literários, mas sempre é bom revisitar e repensar. A ideia, portanto, é escrever uma série de posts sobre essa história de jornadas e padrões. Semana que vem tem mais! 😉
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