Poesia concreta, pelo nome, parece algo fixo, determinado e simples, porém, a sua produção, ligada à escola literária Concretismo, trouxe uma novidade nas artes brasileiras. Por meio de Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, essa arte traz adeptos até hoje, justamente por sua flexibilidade e possibilidade.
Tudo começou em 1952, com a publicação da revista “Noigrandes”, fundada pelos poetas mencionados acima. Porém, apenas em 1956 que esses estilo poético se consolidou, na Exposição Nacional de Arte Concreta em São Paulo.
As principais características da poesia concreta
Geralmente, as escolas literárias são marcadas por oposições às regras vigentes. Com a poesia concreta, os autores queriam demonstrar o fim dos padrões e também traz um questionamento que nos intriga até hoje; o que é poesia e o que não é? Assim, as principais características são:
- não há versos (ou pelo menos o seu conceito clássicos aplicado);
- o aproveitamento do papel – no sentido que até mesmos os espaços em branco fazem parte da poesia;
- a exploração da sonoridade das palavras, dos sons e de interpretá-las a partir da imagem das palavras;
- apresentar aspectos culturais vigentes, como o neologismo e até o estrangeirismo;
- desmontar, decompor, recriar
- fazer uso de composições geométricas, desenhos e sons – tudo junto com a intenção de criar o efeito poético.
O surgimento da poesia concreta foi tão importante que até hoje ela é usada em diversos campos da linguagem, além da poesia, como a propaganda.
Contexto histórico – século XX – Brasil dos anos 50
A arte sempre é um campo em que de alguma forma, o artista, em seu meio social, cultural e político, reflete a época em que vive. O Brasil dos anos 50 estava na onda artística da arquitetura de Oscar Niemeyer, que desenhou Brasília, a nova capital do país. Em sua obra, podemos perceber o quanto é importante as curvas e as linhas, algo que também ocorre na poesia concreta. Quem presidia o Brasil era Juscelino Kubitschek. A música brasileira também deixou sua marca, pois surgiu, por exemplo, a Bossa Nova, os Novos Baianos e o Tropicalismo.
Confira abaixo algumas produções de poesia concreta dos anos 50 aos dias de hoje!
Haroldo de Campos, 1962.
Décio Pignatari, Cloaca, 1957
Arnaldo Antunes, 1997.
Denis Zanin. A goteira. 2013.
Paulo Leminski, sem data.
Ao final desta pesquisa fiquei muito incomodada por não encontrar mulheres que produziram (ou produzem) poesia concreta. Caso encontre ou conheça alguma artista, informe nos comentários!