De forma despretensiosa, cheguei ao filme Maudie (2017) na Netflix e tive o prazer de acompanhar a vida de uma mulher admirável. O filme, com Sally Hawkins e Ethan Hawke, é sobre a história de Maud Lewis (1903 – 1970), uma artista canadense muito conhecida em seu país.
O filme começa apresentando Maudie e o que “sobrou” de sua família: uma tia que não se importa verdadeiramente com ela e um irmão que só pensa em dinheiro. E, assim, sentindo-se ignorada pelo mundo (as pessoas tiram sarro dela por conta de seu jeito de andar, olhar e falar…) ela decide procurar um trabalho.
A sua fragilidade está em seu corpo, apesar de sua mente tão forte. Maudie tem artrite reumatoide, uma doença vista com olhos preconceituosos, por deixá-la arqueada, com dificuldade de se locomover. Entretanto, nesse momento, já será possível perceber o quanto Maudie possui uma mente artística. A beleza que ela vê em seu mundo é transmitida em desenhos coloridos e feitos sem nenhuma aprendizagem técnica.
Decidida a construir o seu próprio caminho, ela consegue um emprego de doméstica e passa a morar nessa mesma casa. O dono da casa é um vendedor de peixes na região e, a partir deste ponto, a artista Maudie começa o seu trabalho artístico, porém, antes de ser reconhecida, ela sofre com a forma de vida que leva com o peixeiro que, a princípio, a trata de forma violenta.
A relação de Maudie com o peixeiro muda ao longo da narrativa e também elementos do passado da artística serão mostrados. Uma vizinha, reconhece a beleza do trabalho de Maudie e decide comprar seus pequenos trabalhos e apresentá-los a outros artistas.
Por fim, Maudie é sobre o lugar mais puro da arte porque, para ela, apenas desenhar e pintar era importante e, apesar das dificuldades de sua vida tão simples, ela mostra o poder da artista em superar suas fraquezas em nome da arte e, principalmente em devolver todas as agruras que a vida lhe deu em arte.