A vida é um ciclo que se repete, raramente acontece algo novo, autêntico, digno de ser nomeado, de poder usar um nome novo, que nunca antes fora usado, que não existia. É sobre isso e mais um pouco que Leila de Souza Teixeira escreveu em seu primeiro livro “Em que coincidentemente se reincide”, lançado pela editora Dublinense em 2012.

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    Os contos, todos narrados em primeira pessoa e num fluxo de consciência, caminham para o lugar comum sem serem simplistas. Explico melhor: os contos de Leila falam sobre o que já existe, ou que já existiu, porém com a sua particularidade, com a sua própria voz, aquela que Virginia Woolf dizia ser difícil conseguir.

    Ela usou grandes nomes da literatura e filosofia em algumas histórias: de Jorge Luis Borges a Nietsche, tudo contextualizado dentro de seus contos urbanos que têm como personagens escritores frustrados, grandes atrizes, professores e prostitutas.

    Destaco aqui os contos Corte Seco, Doutrina dos Ciclos e Noctiluca, que, pela profundidade nas poucas linhas, me deixaram com vontade de enxergar os personagens nos contos seguintes, como se eu procurasse o que coincidentemente se reincide em minha própria leitura.

    Escrevo deste modo convulso para tentar mostrar a sucessiva e ininterrupta troca entre deslumbramento e decepção de que sou feito. Acendo e apago incessantemente diante do que há. Poderia descrever para sempre a ambiguidade da minha essência, só que a palavra é vã e não consegue exercer sua função.
    Não estou acabando por aqui. Apenas desisto da palavra. Desisto dela, mesmo que, sem ela, eu não exista. (p. 52)

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