Uma viagem à Londres: o BigBen e a London Eye

    Londres é uma cidade que foi me conquistando aos poucos. Não senti por ela aquela paixão imediata, como foi em Lisboa e Amsterdam. E isso foi um pouco estranho, afinal, eu achei que iria morrer de amores pela cidade que Virginia Woolf tanto amou.

    Mas então, no primeiro dia de minha viagem à Londres, eu estava caminhando pela cidade e vi o Big Ben. E tirei mais de 100 fotos dele (pior que turista japonês). Não sei o que aquele relógio me causou, mas fiquei encantada e, claro, lembrei muito de Mrs Dalloway…

    Londres é muito charmosa, organizada, gigante e funciona perfeitamente: o metrô, os carros, os ônibus vermelhos, os taxis (que agora são pretos) e as pessoas parecem viver numa boa harmonia, onde nada atrapalha ou incomoda. Turistas por todos os lados, de todas as partes do mundo. Que cidade incrível!

    A London Eye, que eu achava tão comum nas fotos, ao vivo é tão bonita e o seu formato dá mesmo aquela impressão de estarmos sendo vigiados. Mas são olhos tão belos…

    Na minha viagem à Londres, eu também vi o Big Ben à noite. O curioso é que ele me deu as 12 badaladas, a primeira quando era meio dia e a outra quando era meia noite. É uma sensação de viagem cumprida estar naquelas ruas e ouvir o relógio.

    Eram precisamente doze horas; doze horas, pelo Big Ben; cujo toque irradiava-se pela zona norte de Londres; fundia-se com o dos outros relógios, misturava-se, de forma tênue e etérea, com as nuvens e as espirais de névoa, e morriam lá no alto, entre as gaivotas – batia as doze horas enquanto Clarissa Dalloway estendia o vestido verde sobre a cama, e os Warren Smith desciam a Harley Street. Doze horas era o horário da consulta. Provavelmente, pensou Rezia, aquela era a casa de Sir William Bradshaw, com o carro cinza na frete. Os círculos de chumbo dissolviam-se no ar.

    Mrs Dalloway, tradução de Tomaz Tadeu. Editora Autêntica. p. 95

    Bares (os famosos pubs) tem aos montes. E tudo parecia ser um bom motivo para apreciar uma cerveja inglesa, entrar nos locais antigos e bem conservados. Apreciar, curtir, se sentir um pouco parte daquilo. Perceber que “opa, estou numa cidade muito importante para o mundo”. Despertei: estou sonhando? Amei minha viagem à Londres.

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