Facebook
Threads
Pinterest
WhatsApp
Email

Seis Contos da Era do Jazz e Outras Histórias (F. Scott Fitzgerald)

Em seus contos de A Era do Jazz, F. Scott Fitzgerald sempre conversa um pouco com o leitor, quase perguntando como você está nessa tarde antes de começar a contar a história que realmente importa. Depois de “cumprimentar” os leitores, nos conta o que está havendo na sociedade: um término de casal, uma jovem ruiva passeando pelas livrarias, uma festa à fantasia, um casal com problemas, e até uma criança que já nasceu velha.

“Tinha justamente esses traços que fazem a gente pensar em beijos – essa espécie de traços que a gente julga pertenciam ao nosso primeiro amor, mas, ao deparar com uma velha fotografia, vê que estava enganado.”

Posso dizer que gostei de todos os contos. Mas, claro, para o livro se tornar tão especial, ele tem que ter algo que toque seu coração, além de seu intelecto. O primeiro que se destacou foi O Boa-Vida, mas o que são boas-vidas?

Seis Contos da Era do Jazz e Outras Histórias (F. Scott Fitzgerald)

“Boas vidas é como são conhecidos, em toda a indivisa Confederação, todos aqueles que passam a vida a conjugar o verbo vadiar na primeira pessoa do singular: eu estou vadiando, eu vadiei, eu vadiarei”

Quase um conto para se ler em um domingo à tarde e deixar se entreter com aquela vida boa. Em sequencia temos O Curioso Caso de Benjamin Button, que, ao descrever aquele filho estranho vemos o preconceito de toda uma sociedade contra um amor de pai, a inocência da criança em corpo de velho. O conto todo se baseia em contradições, que todos nós temos, mas em uma criança jovem/velha fica evidente para o leitor.

O terceiro conto é O Resíduo da Felicidade, talvez uma das mais belas coisas que eu já tenha lido! Por isso fiz questão de resenha-lo particularmente.

Os contos de Fitzgerald são longos, porém, muito bem estruturados separados em capítulos que dão um tempo para “respirar” e talvez  como Machado de Assis, ele sabe muito bem usar todos aqueles elementos que estão sendo colocados em suas narrativas. Me parece que todos os detalhes ali estão bem definidos e possuem um porquê.

Alguns contos possuem uma característica claramente biográfica, como doenças, bebidas e loucuras. Evidenciadas pelo autor e registrado em seus contos.

A sequência do livro ajuda a embarcar nesse universo quase como colocando o pé na piscina antes de se jogar de cabeça, ao decorrer os contos se tornam mais emotivos, mais fortes e os três finais arrebatadores.

E ao final do livro, posso confessar que acabei me apaixonando por mais um autor e suas lindas palavras.

“Lia quando estava a beber, lia na cama,
Lia em voz alta, quando tinha fôlego,
Todos os seus pensamentos estavam com os mortos,
E, assim, leu até morrer.”

Leia também: Todo Aquele Jazz (Geoff Dyer)

Compre “Seis contos da era do jazz” na Amazon

Se você gostou, compartilhe!
Facebook
Threads
Pinterest
WhatsApp
LinkedIn

Continue por aqui...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *