Para preservar o elemento surpresa do conto “O resíduo da felicidade”, as singularidades e todos os seus mínimos detalhes só me resta dizer que é um dos mais belos textos que já li.

– Você já chorou com algum livro?
– Claro que já chorei.
– Mas qual foi o último que fez você chorar?
– Hm… Não lembro. Faz um bom tempo que eu não me emociono assim…
– Eu chorei com A Dama das Camélias.

Engraçados os detalhes da vida. Tive essa conversa com uma amiga minha umas semanas antes de ler um dos textos que mais me tocou. De repente me aparece esse conto, que me deixou sem palavras.

o resíduo da felicidade

O Resíduo da Felicidade está incluso no livro Seis Contos da Era do Jazz e outras Histórias do F. Scott Fitzgerald. E ele começa seus contos conversando conosco, contando com a maior casualidade do universo uma história simples que se desdobra em algo maravilhoso.

Há uma espécie de pesadelo acordado que, às vezes, se manifesta depois que a gente passa um ou duas noites em claro – uma sensação que surge com a extrema fadiga e com o nascer de um novo sol, sensação de que a vida em torno da gente se modificou. Instala-se a plena convicção de que, de certo modo, a existência que está se vivendo é apenas um galho nascido da vida e que relaciona-se a ela somente como um filme de cinema ou um espelho: que as ruas, as casas, não passam de projeções de um passado muito vago e caótico.

no conto “O resíduo da felicidade”, acompanhamos um pouco a vida de um casal praticamente em lua de mel que, entre visitas sociais e refeições com biscoitos, transmitem um subtexto curioso. De uma forma interessante Fitzgerald consegue relatar acontecimentos da sua vida e sociedade refletidos diretos em seu texto, este misto de impressões e a beleza dos personagens resultam em: emoção.

Toda vez que algo me toca de uma forma tão forte assim não consigo explicar tão bem, ainda mais por ser um conto; cada elemento ali é importante. Então para preservar o elemento surpresa, as singularidades e todos os seus mínimos detalhes só me resta dizer que é um dos mais belos textos que já li. Sua sensibilidade me tocou de tal forma que pude chegar a minha amiga e dizer:

– Lembrei de você ontem.

– Ah é? Por que?

– Eu chorei lendo um conto.

O resíduo da felicidade está incluso no livro Seis Contos da Era do Jazz e Outras Histórias. F. Scott Fitzgerald. Editora José Olympio

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