Balzac e a Costureirinha Chinesa (Dai Sijie) conta a história de três jovens que têm suas vidas transformadas pelo poder da Literatura.
A narrativa é centrada na China, durante a Revolução Cultural de 1966, na qual o líder do Partido Comunista Chinês, Mao Tsé-tung implantou uma nova reforma, fechando universidades e encaminhando os jovens revolucionários e intelectuais para serem reeducados pelos camponeses.
Ma, o narrador e Luo são dois jovens filhos de revolucionários que foram encaminhados à reeducação nas montanhas. Quando chegam à aldeia que deverão cumprir a reeducação, têm suas bagagens revistadas pelo chefe que se surpreende ao encontrar um violino na bagagem de Ma.
Os aldeões desconhecem o instrumento, e acham que é um brinquedo burguês que deve ser queimado. Luo abre os olhos dos aldeões para a realidade, convencendo-os de que é um instrumento musical e pedindo a Ma para tocar uma sonata para o chefe.
Na reeducação, os jovens são encarregados de tarefas difíceis, como transportar excrementos de humanos e animais até a lavoura e trabalhar em minas de carvão.
Em outra aldeia, vive um alfaiate que é famoso por toda a região. Ele e sua filha fazem as roupas de todos os aldeões. A filha, chamada de Costureirinha é conhecida por sua beleza. Luo e Ma se tornam amigos da jovem e quando conhecem Quatro-Olhos, outro jovem que está sendo reeducado e descobrem que o mesmo possui uma valise de livros, resolvem roubá-lo para conhecer a chamada Literatura Proibida e cuidar da formação intelectual da Costureirinha, ensinando-a ler e mostrando a cultura ocidental.
Quando abrem a valise, Ma e Luo descobrem que a mesma guardava livros de grandes nomes da Literatura, como Balzac, Dostoievski, Zola, Dumas, Flaubert, Baudelaire, e Stendhal. A partir disso, suas vidas dão uma reviravolta, com as leituras aumentam suas visões de mundo, descobrem novas culturas, novos sentimentos e novos desejos.
Balzac e a Costureirinha Chinesa, não é um livro sobre a Revolução Cultural Chinesa em si e sim, sobre três vidas entrelaçadas que são transformadas radicalmente pelo poder da palavra. É um livro singelo e cativante. Suas poucas páginas fornecem prazer ao leitor e continuam na memória mesmo após o término da leitura.
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Respostas de 2
Acho que já assisti um filme de mesmo título e sinopse. Deve ser o mesmo, pois o filme é chinês e se não me falha a memória, autobiográfico. O filme fala sobre descobertas e pegou minha atenção por ter o Balzac como fagulha dessas descobertas e mudanças. Vou ter que ler este!
Isso mesmo! Foi o próprio autor que ajudou a dirigir. É diferente do livro, como toda adaptação. 🙂