Explore o conceito de tempo psicológico na literatura e aprenda a identificá-lo nas obras literárias. Descubra como diferentes autores utilizam o tempo psicológico para aprofundar a compreensão das experiências e emoções dos personagens, enriquecendo a narrativa.
O tempo psicológico pode ser um terror para o jovem leitor, no entanto, conhecer esse modo de escrita literária é um caminho delicioso e sem volta! Afirmo isso por minha própria experiência: no início, tive dificuldade. Mas depois, quando vi a sua beleza e suas possibilidades de compreensão da narrativa e das personagens, se tornou parte essencial do que considero um bom texto. Como mergulhar nas rupturas e amarras das personagens senão por seus pensamentos em relação a uma pequena fatia da vida?
Definição de tempo psicológico
Há muitas definições, mas, basicamente, possui um sentido subjetivo, pois o que predomina não é a ação da personagem, mas sim os seus pensamentos, lembranças, reflexões e sentimentos dentro de um determinado contexto. Ou seja, sabemos que o nosso próprio pensamento não é linear, ele vai e vem no passado, no presente e até mesmo no futuro. Portanto, quando se fala de uma obra com tempo psicológico, estamos querendo dizer que a produção literária foi realizada com foco no interior da personagem e é o oposto do tempo cronológico.
Por que usar?
Uma das principais funções é a oportunidade do autor explorar a ambiguidade das personagens e da própria história, pois os pensamentos podem sofrer alterações constantes e, principalmente, pode caminhar para situações contraditórias. Dessa forma, o autor, ao querer construir personagens complexos e surpreendentes, fazer o uso do tempo psicológico pode contribuir muito para o efeito.
Carrascoza, um belo exemplo
O conto Aquela Água Toda, de João Anzanello Carrascoza, é um excelente exemplo do uso do tempo psicológico na literatura. O autor apresenta uma história simples, mas carregada de significados profundos, ideal para quem está aprendendo sobre esse tipo de narrativa.
Sobre o livro:
Equilibrado e repleto de realismo e sensibilidade, Aquela Água Toda destaca-se como um dos principais exemplos da força emotiva da prosa de João Anzanello Carrascoza.
No conto que dá nome à coletânea, um simples domingo de verão na praia é transformado em um exemplo singelo de beleza.
Alguns clássicos com tempo psicológico – para ler urgente!
- Mrs. Dalloway – Virginia Woolf
- A paixão segundo GH – Clarice Lispector
- Ulysses – James Joyce
- As horas nuas – Lygia Fagundes Telles