A famosa história do menino loiro e suas reflexões profundas junto de um aviador perdido no deserto ganha uma nova versão: “O Pequeno Príncipe Preto“. Escrito pelo brasileiro Rodrigo França e lançado neste ano pela editora Nova Fronteira, a obra é sobre afeto, ancestralidade e igualdade.
Rodrigo França é ator, diretor, cientista social e artista plástico. O seu trabalho já esteve presente em diversos cantos do mundo e, por meio d’O Pequeno Príncipe Preto, que a princípio era uma peça de teatro, o autor mostra o que aprendeu com seus familiares sobre amor e afeto.
Obras como essa são importantes para repensarmos nossas referências em todas as esferas. Já sabemos da importância da representatividade para aqueles que nunca se viram nos meios midiáticos e, sendo assim, um novo jeito de recontar a clássica história francesa é uma forma de diálogo essencial para as crianças e para os adultos também.
A literatura agradece
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Trazer novos significados aos clássicos da literatura é uma tarefa mais que necessária, uma vez que eles representam uma época que já passou, mas que ainda concretizam o silenciamento das pessoas que não foram representadas nos livros de nosso passado.
Portanto, que a literatura cada vez mais possa entrar no campo da diversidade. É nesse jogo de contar e recontar nossas histórias com a intenção de quebrar as barreiras do preconceito e do silenciamento que conseguiremos viver com mais harmonia e respeito.
As palavras, uma vez dita, uma vez escrita, uma vez compartilhada, tem um poder transformador que escapa de toda e qualquer forma de repressão.
DICAS:
- “Pequeno Príncipe Preto”: livro de Rodrigo França reforça autoestima das crianças negras
- Ensaio fotográfico “O pequeno príncipe” em Florianópolis
Respostas de 2
Eu até entendo que você ache isso maneiro, e talz. “O Pequeno Príncipe Negro” essa ideia sugere contraste — no entanto, um contraste absurdo para o que propõe ser. A obra é sobre “afeto, ancestralidade e igualdade”, li a obra de Saint-Exupéry e esses, além de outros mil elementos, estão presentes. Que tipo de contraste é este que o sr. Rodrigo França propõe? Você escreve que “obras como essa são importantes para repensarmos nossas referências em todas as esferas. Já sabemos da importância da representatividade para aqueles que nunca se viram nos meios midiáticos e, sendo assim, um novo jeito de recontar a clássica história francesa.” Hm… o Pequeno Príncipe é um livro racista e por isso deve ser superado por outro? Hm… creio que não. A ideia do autor em escrever um novo Pequeno ´Príncipe pode até ser boa, mas é forçada demais, é colocar ideia de racismo onde não tem. E, além disso, me parece desonesto. O personagem de Exupéry não rejeita a flor por ser ela uma flor, mas por ter ferido seus sentimentos; no entanto, ao viajar pelo mundo, consegue enxergar individualidade nela e constatar que apesar das outras milhares de flores que viu, ela era única. Olha, que idéia europeia maligna é esta de dizer que todos, apesar de um pouco parecidos, temos nossas individualidades, ultrapassando qualquer sugestão de raça, cor, ser e espécie? O Sr. França ou é um mal leitor, ou uma pessoa desonesta. Crianças que nunca tiveram contato com a obra original, em que este espécime foi baseando, vão acabar achando que Exupéry era um autor racista. Mas, calma aí… Racismo não é o preconceito de uma raça com outra? O que o Sr. França faz, que aliás tem o nome França no nome, é utilizar um preconceito para escrever uma obra. Enfim, vale a pena refletir sobre isso.
Diego, reveja, por favor, a sua colocação, pois ela está baseada em algo que não foi falado no texto. Em nenhum momento foi dito que o livro de Exupéry é racista. E sua colocação ao final do texto, baseada em racismo reverso, é um grande absurdo.