10 livros para entender o feminismo no Brasil

O feminismo no Brasil é um movimento social que se originou no século XVIII e possui inspirações de movimentos semelhantes que aconteceram em outros países, como EUA e França. O objetivo principal do feminismo é a igualdade entre homens e mulheres em todos os níveis, como o pertencimento à cidade ao direito de ir e vir. Assim, quando falamos de feminismo no Brasil, também falamos da história do nosso povo e do silenciamento a qual as mulheres em todas as suas diversidades, vivências e classes sociais sofreram ao longo dos anos. Então, pensando em toda complexidade do tema, fizemos uma lista com 10 livros para entender o feminismo no Brasil.

1. Breve história do feminismo no Brasil e outros ensaios

O livro da A Editora Alameda foi publicado pela primeira vez em 1993. A nova edição ampliada da obra clássica sobre o movimento feminista brasileiro de Maria Amélia de Almeida Teles inclui seis novos ensaios, que analisam as pautas da luta feminista nos últimos anos, levando em conta as cicatrizes deixadas pela ditadura militar. O discurso “A defesa do aborto da Constituinte”, proferido na Assembleia Constituinte durante a elaboração da Carta de 1988, reproduzido no livro, é um importante documento sobre a construção do feminismo brasileiro. Em “A luta pela creche”, a autora discute a participação de mulheres da periferia e feministas na construção do conceito de creche como um direito das crianças pequenas à educação e da formação de um polo de resistência contra o autoritarismo e a ditadura. “Violações dos direitos humanos das mulheres na ditadura” focaliza a situação das mulheres brasileiras nos anos de 1960 e 1970, enfatizando a participação das mulheres na luta armada e na utilização da sexualidade e da maternidade pelo sistema para intensificar a tortura e o extermínio. COMPRE NA AMAZON

2. Por um feminismo afro-latino-americano

Filósofa, antropóloga, professora, escritora, militante do movimento negro e feminista precursora, Lélia Gonzalez foi uma das mais importantes intelectuais brasileiras do século XX, com atuação decisiva na luta contra o racismo estrutural e na articulação das relações entre gênero e raça em nossa sociedade.

Com organização de Flavia Rios e Márcia Lima, Por um feminismo afro-latino-americano reúne em um só volume um panorama amplo da obra desta pensadora tão múltipla quanto engajada. São textos produzidos durante um período efervescente que compreende quase duas décadas de história ― de 1979 a 1994 ― e que marca os anseios democráticos do Brasil e de outros países da América Latina e do Caribe. Além dos ensaios já consagrados, fazem parte desse legado artigos de Lélia que saíram na imprensa, entrevistas antológicas, traduções inéditas e escritos dispersos, como a carta endereçada a Chacrinha, o Velho Guerreiro.

O livro traz ainda uma introdução crítica e cronologia de vida e obra da autora. Irreverente, interseccional, decolonial, polifônica, erudita e ao mesmo tempo popular, Lélia Gonzalez transitava da filosofia às ciências sociais, da psicanálise ao samba e aos terreiros de candomblé. Deu voz ao pretuguês, cunhou a categoria de amefricanidade, universalizou-se. Tornou-se um ícone para o feminismo negro. COMPRE NA AMAZON

3. Quem tem medo do feminismo negro?

Quem tem medo do feminismo negro? reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista Carta Capital , entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de “silenciamento”, processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível.

Muitos textos reagem a situações do cotidiano — o aumento da intolerância às religiões de matriz africana; os ataques a celebridades como Maju ou Serena Williams – a partir das quais Djamila destrincha conceitos como empoderamento feminino ou interseccionalidade. Ela também aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de discutir a obra de autoras de referência para o feminismo, como Simone de Beauvoir.” COMPRE NA AMAZON

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4. Nova história das mulheres no Brasil

O que aconteceu com as mulheres no século XX e o que está acontecendo no XXI? Essas são questões que as autoras– pesquisadoras das áreas de História, Ciências Sociais, Educação e Direito, de todo o Brasil – respondem neste livro. Então, é uma obra de especialistas, feita para a universidade? Nada disso. Ou melhor, sim, mas não apenas. Destina-se a homens e mulheres que acreditam que compreender as relações sociais por meio da História contribui para melhorar o entendimento entre as pessoas.

Estudantes, professores e pesquisadores se beneficiam de uma obra abrangente e atualizada sobre o assunto. Responsáveis por políticas públicas encontram aqui material para ajudar a executá-las. Ativistas, militantes de movimentos sociais, feministas e ONGs podem, com este livro, alicerçar melhor suas demandas. Jornalistas e profissionais das áreas do Direito, Saúde e Educação ganham subsídios para desenvolver com mais qualidade o seu trabalho. Um livro para todos os públicos. COMPRE NA AMAZON

5. Os direitos das mulheres: feminismo e trabalho no Brasil (1917-1937)

A história do feminismo é também a história das lutas por direitos empunhadas pelas próprias mulheres trabalhadoras em suas relações com outros atores sociais. Essa é a contribuição fundamental deste livro, que abarca uma longa e ainda desconhecida história que se estende das greves de 1917 à instauração do Estado Novo em 1937. Pelo bairro do Brás e pelas ruas de São Paulo, em fábricas e sindicatos, milhares de mulheres construíram sonhos de liberdade e conquistaram novos direitos, como licença maternidade e igualdade salarial. Outro legado original deste livro está em articular os movimentos sociais empreendidos por essas mulheres com as redes internacionais do movimento feminista, conformando uma história transnacional que – estranhamente – permanecia oculta. COMPRE NA AMAZON

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6. Imprensa feminina e feminista no Brasil – Século XIX

Imprensa feminina e feminista no Brasil traz para o leitor contemporâneo um grandioso painel onde ressurgem nada menos que 143 jornais e revistas que circularam no país ao longo do século XIX e que tinham a mulher como público-alvo. Surpreende a multiplicidade de títulos, a amplitude que alcançaram no território nacional e o fato de refletirem as polarizações então vigentes quanto ao papel da mulher na sociedade. Enquanto alguns se empenharam em acompanhar a transformação dos tempos e defenderam seu direito de frequentar escolas e espaços públicos, outros a queriam estacionada na ignorância e na dependência, reiterando a fragilidade e se limitando a falar de moda, filhos e culinária.

Fruto de dedicada pesquisa sobre a história das mulheres e do movimento feminista no Brasil, o Dicionário apresenta uma cartografia que vai de norte a sul do país. Alimentado por fontes primárias raras ou de difícil acesso, cumpre com eficiência o papel de mapa e guia norteador de novas pesquisas, contribuindo para preencher lacunas acerca da história da mulher brasileira na busca por seus direitos e na construção de sua identidade. COMPRE NA AMAZON

7. 50 Anos de Feminismo: Argentina, Brasil e Chile

Nos últimos cinquenta anos, o movimento feminista na América Latina conduziu a uma mudança cultural visível no trabalho, na educação, na estrutura familiar, na política e no uso dos meios de comunicação. Em particular, os movimentos de mulheres brasileiras, argentinas e chilenas, historicamente articuladas em múltiplas formas de associativismo, hoje são capazes de influenciar a implementação de políticas de promoção de direitos civis e sociais. Brasil, Argentina e Chile atravessaram etapas sociopolíticas paralelas – ora de avanço, ora de recuo – e iniciaram o século XXI com a eleição de mulheres para a presidência da República.

Esta coletânea é resultado das primeiras reflexões de uma pesquisa iniciada em 2012, que tem a participação de acadêmicas, estudantes de graduação e pós-graduação, militantes feministas e promotores de políticas públicas voltadas às mulheres, com o objetivo de comparar os processos de transformação da condição de gênero nesses três países. COMPRE NA AMAZON

8. História das mulheres no Brasil

Conta a trajetória das mulheres, do Brasil colonial a nossos dias, voltando-se a todos os tipos de leitores e leitoras: adultos e jovens, especialistas e curiosos, estudantes e professores, arrastando-os numa viagem através dos tempos. Obra organizada por Mary Del Priore – da qual participam duas dezenas de historiadores além da consagrada escritora Lygia Fagundes Telles – mostra como nasciam, viviam e morriam as brasileiras no passado e o mundo material e simbólico que as cercavam. Percebendo a história das mulheres como algo que envolve também a história das famílias, do trabalho, da mídia, da literatura, da sexualidade, da violência, dos sentimentos e das representações, o livro abarca os mais diferentes espaços (campo e cidade, norte e sul do país) e extratos sociais (escravas, operárias, sinhazinhas, burguesas, donas de casa, professoras, bóias-frias). Também não se contenta em apenas de separar as vitórias e as derrotas das mulheres, mas derruba mitos, encoraja debates, estimula a reflexão e coloca a questão feminina na ordem do dia.

Sucesso de público e de crítica, HISTÓRIA DAS MULHERES NO BRASIL já chegou a 20 mil exemplares vendidos, além de ter ganho os prestigiados prêmios Jabuti e Casa Grande e Senzala. COMPRE NA AMAZON

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9. Feminismo e Consciência de Classe no Brasil

Nesta obra, Mirla Cisne apresenta um brilhante estudo dos movimentos de mulheres brasileiras. Com radicalidade e ousadia, debruça-se sobre a formação da consciência militante feminista na luta de classes. O resultado é uma obra vibrante, que aponta os desafios da construção do sujeito revolucionário, individual e coletivo. Ancorada no pensamento crítico feminista brasileiro e no feminismo materialista francófono, reivindica a categoria relações sociais de sexo (e não a de gênero) para fundamentar a materialidade da exploração e da dominação das mulheres – e a contradição, o antagonismo e o conflito que implicam. Dimensões frequentemente banidas do debate teórico pelo predomínio das análises funcionalistas liberais ou culturais da pós-modernidade.

Unindo densidade teoria e leveza na escrita, esta obra abre-se a leitoras e leitores com breves e longos percursos de formação. É uma leitura indispensável para o Serviço Social e para todos e todas engajados na transformação do mundo pelo feminismo e pelo socialismo. COMPRE NA AMAZON

10. Algumas histórias sobre o feminismo no Brasil: Lutas políticas e teóricas (Pensamento feminista brasileiro)

Primeira parte do livro “Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto”, organizado por Heloisa Buarque de Hollanda, que busca abordagens e perspectivas diversas no sentido de oferecer às leitoras e leitores um conjunto multifacetado das tentativas iniciais de pensar a constituição de u pensamento feminista no Brasil.

O livro traz uma amostragem de pesquisas que pretenderam organizar a história do feminismo brasileiro, ou momentos importantes dessa história. O artigo de Constância Lima Duarte oferece um cruzamento importante entre história e literatura como forma de relatar a trajetória do feminismo em seus primeiros tempos. O de Branca Moreira Alvez apresenta um resumo histórico do movimento sufragista, baseado em seu livro Ideologia e feminismo: a luta da mulher pelo voto no Brasil (1980). O artigo de Rita Teresinha Schmidt procura recuperar a força de duas escritoras pouco conhecidas, mas que intervêm corajosamente no movimento de criação de narrativas para a constituição de uma genealogia da nação brasileira, reclamando a inclusão, nessas narrativas, das questões da diferença e da exclusão social. Jaqueline Pintaguy, por sua vez, relata as conquistas feministas na constituinte de 1987 – ela mesma personagem dessa luta conhecida como “lobby do batom” –, enquanto Bila Sorj faz uma reflexão sobre as formas de inserção dos estudos feministas no quadro das teorias modernas sobre os movimentos sociais no advento das quebras paradigmáticas da filosofia pós-moderna. 

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