Alice Walker é uma figura de destaque na literatura contemporânea e é amplamente reconhecida por sua importância no cenário literário e social. Ela emergiu como uma voz poderosa que aborda questões profundas de raça, gênero e justiça social em sua obra. Seu romance mais conhecido, “A Cor Púrpura,” é um marco na literatura, não apenas por sua narrativa envolvente, mas também por sua exploração corajosa das experiências das mulheres afro-americanas no sul dos Estados Unidos no início do século XX. O livro recebeu o Prêmio Pulitzer em 1983, um testemunho de sua influência e relevância duradoura na literatura.
O estilo de Alice Walker
O estilo literário de Alice Walker é caracterizado por sua prosa poética, rica em imagens e metáforas. Ela tece histórias profundamente emotivas e complexas, com personagens bem desenvolvidos que frequentemente passam por jornadas de autodescoberta e crescimento. Seu compromisso com a representação autêntica da cultura afro-americana e das lutas das mulheres é evidente em sua escrita. Walker utiliza uma linguagem vibrante e lírica para abordar questões de opressão, discriminação e resistência, tornando suas obras tanto acessíveis quanto poderosas para uma ampla gama de leitores.
Além de suas contribuições literárias, Alice Walker é uma ativista social e defensora dos direitos civis e das causas das mulheres. Ela usa sua escrita e sua voz para promover a igualdade e a justiça social, tornando-a uma figura inspiradora que transcende o mundo da literatura. Sua capacidade de entrelaçar as complexidades da vida cotidiana com temas profundos e universalmente relevantes a torna uma autora de importância duradoura e uma voz essencial na luta pela igualdade e justiça.
Conheça abaixo 5 livros de Alice Walker
A cor púrpura
A cor púrpura é a história de Celie – por volta do período de 1900 a 1940 -, pobre, negra e praticamente analfabeta, no Sul dos Estados Unidos. Brutalizada desde a infância, a jovem foi estuprada pelo padrasto e depois forçada a se casar com Albert, um viúvo violento, pai de quatro filhos, que enxergava a esposa como empregada e lhe impunha sofrimentos físicos e morais rotineiramente. Celie escreve cartas para Deus e para a irmã, missionária na África, com uma linguagem peculiar que assume ritmo e cadência próprios e líricos, à medida que a adolescente cresce e começa a arregimentar experiências e amigos. Entre eles, a inesquecível Shug Avery, cantora, amante de Albert e responsável por uma sensível melhora na rotina de Celie. Apesar da dramaticidade de seu enredo, A cor púrpura não se resume às lágrimas derramadas pelo leitor diante das perversidades aqui relatadas – e longe de serem apenas fruto da imaginação de Alice Walker. Por trás de triste história de Celie, há uma crítica à relação entre homens e mulheres, ao poder dado ao homem em uma sociedade que ainda hoje luta por igualdade entre gêneros, etnias e classes sociais. Um livro que retrata um pedaço do mundo no início do século XX, mas que nos mostra a atualidade de determinadas questões. COMPRE NA AMAZON
2. Colhendo flores sob incêndios: Os diários de Alice Walker: 1965–2000
Sinopse: “A necessidade de escrever é como a sede, diz Walker, que começou a registrar ideias, percepções e sentimentos em diários aos 18 anos de idade e nunca mais parou. De lá para cá, suas confissões diarísticas somam mais de 65 volumes e traçam aquilo que faz uma mulher se tornar ela mesma ― como observa Valerie Boyd, professora, escritora e crítica literária que passou quase uma década organizando as entradas dos diversos cadernos. O resultado é um registro apaixonado, íntimo e poético da construção de uma artista única e irretocável.” COMPRE NA AMAZON
“Alice Walker sabia que suas palavras, mesmo as mais diarística, poderiam muito bem ser destinadas ao público, e ela sabia disso antes mesmo de ter qualquer texto publicado. […] As páginas desses diários registram de epifanias a irritações da vida cotidiana, e mapeiam, para um leitor íntimo já vagamente percebido, o progresso de uma peregrina literária. Dor, alegria, ondas de depressão, inquietação, compromisso, até mesmo desafetos ― tudo é material. E isso é o que alimenta a escrita e sustenta a leitura.” ― The New Yorker
3. A terceira vida de Grange Copeland
O primeiro livro de Alice Walker revela o cotidiano de uma família negra no Sul dos Estados Unidos, por três gerações. Oprimido pela estrutura racista do condado de Baker, o trabalhador rural Grange Copeland abandona família e amante para ganhar a vida no Norte, mas retorna, após passar por experiências transformadoras, decidido a nunca mais conviver com pessoas brancas. Grange refaz sua vida, torna-se fazendeiro, mas tem que lidar com as consequências de suas escolhas no passado. Escrito com linguagem poderosa e precisa, o livro trata de violência — racial, social, familiar, contra a mulher —, mas também da força humana, capaz de mudar uma realidade inóspita por meio do amor e da ação no mundo. COMPRE NA AMAZON
4. Em busca dos jardins de nossas mães: Prosa mulherista
Primeira mulher afro-americana a receber o prestigioso prêmio Pulitzer de ficção, Alice Walker também foi pioneira ao tratar de diversos temas da cultura negra dos Estados Unidos. Ainda nos anos 1970, abordou pela primeira vez questões raciais como o colorismo, e passou a defender um ponto de vista mulherista, termo reivindicado pelo feminismo negro para expressar as particularidades de suas lutas. Filha de trabalhadores rurais, Alice Walker experimentou a violência da segregação racial e as dificuldades de ser uma mulher negra no Sul do país, contexto que incorporou em seu romance A cor púrpura e que está presente em vários ensaios deste livro. Entre perspectivas pessoais e políticas, a autora nos convida a acompanhá-la na busca da própria identidade e das referências afro-americanas, muitas delas apagadas pela história. COMPRE NA AMAZON
5. O segredo da alegria (Alice Walker)
Tashi tem sua primeira aparição em A cor púrpura, representando o povo (ficcional) Olinka. A força da personagem foi tão intensa que impeliu a autora a explorar seu universo em outro livro. Aqui, a história de Tashi não é uma continuação do primeiro romance, mas uma novela própria. Criada nas profundezas da África e posteriormente levada para os Estados Unidos, seu desejo de honrar as tradições faz com que busque a prática da mutilação genital feminina. A escolha corajosa, no entanto, revela o início de um doloroso processo físico e psíquico que irá envolver todos aqueles tocados por sua trajetória – até mesmo o célebre psicanalista Carl G. Jung. Os caminhos tortuosos da mente de Tashi serão responsáveis por levar as personagens e seus leitores e leitoras por uma batalha representativa até o mito de origem da opressão das mulheres. + AMAZON