Virginia Woolf escreveu em seu diário que não sabia se vestir bem, que não se sentia bem com o seu corpo, com o seu tamanho e tudo mais. Porém, não é a primeira vez que o mundo da Moda vê em Virginia a inspiração para criar roupas, acessórios e maquiagens. Se ela iria gostar dessa inspiração, nunca saberemos.

    Nessas coleções sempre aparecem as cores e cortes que combinam com o imaginário woolfiano, que também refletem as cores da cidade de Londres: tons opacos, a vida cinzenta, porém confortável.

    A leitura que os maquiadores (MAC e L’Oreal) fizeram sobre Virginia Woolf foi de uma mulher frágil, poética e um pouco louca. Não me agradou muito o quesito fragilidade, mas se pensarmos na menina Virginia Woolf, pode ser. E tenho minhas dúvidas sobre o quanto eles pesquisaram, pois as características que eles escolheram podem ser aplicadas em diversas artistas, de diversas épocas.

    Sobre as roupas elaboradas por Christopher Bailey (da grife Burberry), o que mais achei interessante foi que, além de Virginia Woolf, ele usou outros “ingredientes” importantes para ela, como Vanessa Bell (irmã dela e artista plástica), o grupo Bloomsbury e Monk’s House. As palavras dele sobre a inspiração também me agradaram: “It was a romantic vision of nature and flowers in an English country garden. The clothes had a looseness, a free-flowing gentility that took the collection far from the rain-soaked world of Britain today to a magical place.”

    Confira o vídeo do desfile:

    Referências: Telegraph | WWD | NY Times | Blogging Woolf | London Fashion Week

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