Os Companheiros do Crepúsculo foi escrito pelo francês François Bourgeon em três volumes esgotados há tempos: O sortilégio do bosque das brumas, Os olhos de estanho da Cidade Glauca e O último canto das Malaterre.

    A Editora Nemo publicou em 2013, a edição especial de luxo, que reúne os três volumes em uma bela encadernação de capa dura.

    Considerado por muitos uma obra-prima, a história se passa no século XIV, durante a Guerra dos Cem Anos e acompanha a vida de três personagens principais: O Cavaleiro, um homem misterioso com o rosto deformado que busca redenção por se sentir culpado pela morte de sua amada; Mariotte, uma garota que vivia com a avó feiticeira longe do vilarejo e era alvo de piadas e gozações dos moradores da região e Anicet, um garoto covarde que atormentava a vida de Mariotte.

    Na primeira parte do livro, “O Sortilégio do bosque das brumas”, ocorre um massacre no vilarejo, Anicet e Mariotte sobrevivem e são resgatados pelo Cavaleiro, de quem se tornam servos. Assim, os dois passam a trilhar o mesmo caminho do Cavaleiro, um caminho em busca de redenção e vingança contra as três forças do mal. Nessa mesma parte do livro, há um trecho em que os eventos ocorrem nos sonhos dos personagens, mesclando a fantasia com a realidade, como quando eles atravessam o Bosque das Brumas e são capturados por uma raça de duendes que obriga o Cavaleiro a destruir um monstro que assombra o local.

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    A segunda parte, “Os olhos de estanho da Cidade Glauca”, também ocorre durante os sonhos dos personagens principais. Os três companheiros são afastados e Mariotte conhece Yuna, uma jovem que também foi criado por sua avó feiticeira. Yuna se reúne ao grupo dos três companheiros, junto com dois duendes do primeiro arco da história e um menestrel que encontram pelo caminho. A partir daí, o grupo parte em direção à cidade dos Dhuards, uma espécie de criaturas horripilantes, que ameaça a todos.

    Os fatos que ocorrem durante os sonhos dos personagens, nas duas primeiras partes, são como presságios para os acontecimentos da terceira parte do livro: O último canto das Malaterre.

    Na terceira e última parte do livro, a história transcorre na cidade de Montroy e o contexto histórico do século XIV tem mais destaque, mostrando a imposição do catolicismo na fé da população. Em Montroy, o Cavaleiro descobre a verdade sobre a origem de sua amada que faleceu. Outros personagens aparecem em cena, e Mariotte se vê envolvida em um caminho diferente de seu mestre.

    A tradução de Fernando Scheibe contribui para que a edição brasileira da Editora Nemo fosse um grande feito, porque apesar da linguagem culta da época ser utilizada, a leitura flui tranquilamente.

    Clima céltico

    O clima céltico permeia a narrativa, se embrenhando com a tradição cristã na última parte do livro. A história é repleta de símbolos, seja na trindade de poderes que governa o mundo ou através das personagens femininas que refletem essa mesma trindade em diversos aspectos.
    Os quadrinhos desenhados por Bourgeon são uma obra de arte, cheios de detalhes e cenas surpreendentes. A Idade Média é bem retratada na indumentária e nas paisagens.

    Toda a trama da história é meticulosamente desenvolvida. A narrativa, por si só, já bastaria para que “Os Companheiros do Crepúsculo” fosse um grande livro, somando os quadrinhos e o traço impactante de Bourgeon temos realmente, uma obra-prima.

    Se você gosta de HQ´s, aventuras e da Idade Média tem a obrigação de ler “Os Companheiros do Crepúsculo”.

    Assista abaixo ao vídeo feito pela Editora Nemo no lançamento do livro.

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