Nos agradecimentos do primeiro vol. de As Crônicas de Gelo e Fogo (Guerra dos Tronos), George R. R. Martin menciona os demônios que vivem em livros de tamanha extensão como foi Guerra de Tronos. Explica que esses demônios consistem em pequenas discrepâncias de ínfimos fios da narrativa, e que se o livro não for bem revisado, um leitor mais acurado perceberá tais falhas que lhe tirarão a atenção do romance em si.

    As Crônicas de Gelo e Fogo - Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)
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    Mas ao ler o volume um da série após primeiramente ter visto a produção da HBO (o que achei de grande ajuda para me situar entre os diversos núcleos e personagens existentes no livro, além do intricado emaranhado em que consiste a história) e sabendo com antecedência o que aconteceria mais adiante no enredo, pude notar que cada capítulo, mesmo que mais sutil que seja, tem sua importância global com o restante da obra.

    Os pontos marcantes na história

    Um livro de tal magnitude, com ausência de demônios e ainda com o bônus duma disciplina imensa entre a passagem dos capítulos e a dosagem milimetricamente planejada faz com que a leitura seja uma dança do espadachim Syrio Forel.

    Outro ponto marcante são os personagens escolhidos para dar prosseguimento na história. Na maioria das vezes são personagens secundários aos acontecimentos, e o que se tem é a visão de quem não participa diretamente do desenrolar da trama. Ou seja, isso agrega um ar sutil e marginalizado a tudo que acontece no decorrer das páginas, e instiga a curiosidade do leitor, e faz com que se espremam as palavras em busca de mais informação – não que seja um livro super truncado, nada disso.

    Entretanto, ainda sobre a sutileza da escrita, há de se comentar a forma como o autor lança passagens de suma importância – aquelas que dão uma guinada no desfecho de algum núcleo ou nessa mesma linha –, cito aqui alguns exemplos, e, consequentemente, spoilers do livro 1.

    Os Stark

    A morte de Eddard Stark, se dá pelos capítulos de Arya e Sansa. Em ambos não há explicitamente a palavra decapitação ou outro termo que o valha, apenas no capítulo de Arya o “silvo” da espada cortando o ar. Como também o único parágrafo que descreve os dragões ao redor de Daenerys, que deixa o leitor super apreensivo e se perguntando que raios está acontecendo.

    As doses com que as reviravoltas nos são apresentadas e forma brusca em que se muda de capítulo ou até mesmo a demora de certo personagem voltar a aparecer para saber o que lhe aconteceu contribuem muito para a tensão e a fluidez da narrativa.

    Por fim, em minha opinião, o estilo da escrita vale muito mais que a história em si, mesmo que essa seja excelente, porque o modo de despertar a curiosidade do leitor usado por Martin é uma receita infalível para o sucesso.

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