Reunindo textos do diário pessoal de Virginia Woolf, ‘A casa de Carlyle e outros esboços’ é uma amostra de como a escritora inglesa organizava seus pensamentos e sua vida social. O livro é dividido em sete partes, revelando as frustrações, as angústias e alguns segredos da autora.

Foi a Gerana Damulakis, através de um comentário, que me fez escrever esse post. É sobre o livro “A Casa de Carlyle e outros esboços”, de Virginia Woolf. Mas não “tão” de Virginia Woolf.

Explico: o livro, lançado pela Nova Fronteira em 2004, contém trechos do diário da Senhora Woolf, porém, grande parte da obra é composta por textos do organizador do livro, David Bradshaw. E isso me desanimou um pouco, pois quando o comprei, achei que saborearia textos unicamente de Virginia Woolf, mas o livro tem mais textos dele do que da própria Virginia. O início é uma tortura, pois a cada página eu ficava esperando algo de Virginia Woolf, uma frase que fosse, mas nada. A cada mudança de tópico, a mesma sensação: onde está Virginia Woolf? E nada:

  • Prefácio, por Doris Lessing: da página 7 a 14
  • Agradecimentos: páginas 15 e 16
  • Introdução: da página 18 a 34
  • Nota sobre o texto: da página 35 a 38

Não considero desimportante essa estrutura inicial do livro, pois David Bradshaw faz colocações muito boas a respeito da vida e obra de Woolf, porém, não fica claro na capa ou contracapa que o livro é uma pequena biografia de Virginia Woolf. Acredito que essa informação em destaque surtiria mais efeito, inclusive, na venda desse livro. Há textos inéditos de Virginia Woolf apenas entre a página 40 e 75. O livro é composto de 128 páginas. E o que há após a página 75? Mais e mais comentários de David Bradshaw.

  • textos de David Bradshaw e outros: 69% do livro.
  • textos de Virginia Woolf: 31% do livro.

Decepcionante.

LEIA: Quero ler Virginia Woolf, mas por onde eu começo?

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