Close Menu

    Receba as novidades em seu e-mail!

    Novidades

    Classicismo: uma jornada pelas formas e ideais da antiguidade

    Narração: o ato de contar histórias e suas mil possibilidades

    Facebook X (Twitter) Instagram
    • Home
    • Literatura
    • Listas
    • Artes
    • Resenhas

      A Letra Escarlate (Nathaniel Hawthorne): um julgamento social implacável

      O Poderoso Chefão (Mario Puzo): um clássico sobre crime e redenção

      Cinderela chinesa (Adeline Yen Mah): o poder transformador da arte

      Toda luz que não podemos ver (Anthony Doerr): conexões humanas vencem guerras!

      O Ateneu (Raul Pompeia): um microcosmo da sociedade da época

    • Séries
    • Educação
    • Sobre
    YouTube Facebook X (Twitter) Instagram Pinterest
    Livro&Café
    INSCREVA-SE
    HOT TOPICS
    • Virginia Woolf
    • Literatura Brasileira
    • Livros
    • Dicas
    • Feminismo
    Livro&Café
    Você está aqui:Início » Pulp, o último Bukowski, meu primeiro
    Resenhas

    Pulp, o último Bukowski, meu primeiro

    Francine RamosBy Francine Ramos1343 Mins Read
    Compartilhe Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Viagens curtas pedem livros curtos. Tirei meu primeiro Bukowski da prateleira e fui pegar o próximo ônibus para São Paulo. O que eu sabia sobre ele? Bukowski foi um cara que bebia demais e produziu a boa literatura. A terceira folha do livro dizia “Dedicado a subliteratura”. Sentei no ônibus.

    Pulp é o último livro escrito por Charles Bukowski e conta a história do detetive Nick Belane que não faz absolutamente nada para glamourizar sua profissão: não há aparelhos de escutas, carros em alta velocidade ou disfarces e mesmo assim sua vida é uma enxurrada de acontecimentos absurdos: ele conversa com a morte, com alienígenas etc e tal.

    Qual o significado de Pulp?

    Pulp, que significa histórias duvidosas em papel de baixa qualidade, é uma novela para se divertir. Gargalhei sozinha no ônibus. O que será que os passageiros pensaram de mim? Leram a contracapa “o último suspiro do velho safado”?. Viram a capa: a mão segurando uma arma? Pensaram o quê? E o que eu penso agora que conheço Charles Bukowski? O escritor alemão criado na América que fez da literatura seu principal entorpecente.

    Saiba mais sobre o autor aqui

    Por fim: debochador, engraçado, genial, confundido com um beat, sem nunca ter sido. Será que tento desvendar esse escritor? Em sua lápide está escrito “Don’t try”. Vou respeitar e continuar a ler suas obras que, no mínimo, provocam estranhos sentidos.

    Um trecho de Pulp (Charles Bukowski):

    Acordei deprimido. Fiquei olhando para o teto, as rachaduras do teto. Vi um búfalo saltando alguma coisa. Acho que era eu. Aí vi uma serpente com um rato na boca. O sol aparecia nas frestas da persiana e formava uma suástica em minha barriga. A bunda coçava. Estariam voltando as hemorróidas? O pescoço duro, a boca com gosto de leite talhado.
    Levantei-me e fui ao banheiro. Me dava raiva olhar o espelho, mas olhei assim mesmo. Vi depressão e derrota. Bolsas escuras caídas sobre os olhos. Olhinhos covardes, os olhos do rato acuado pelo puto do gato. A pele parecia que nem tentava. Que odiava fazer parte de mim. As sobrancelhas caíam retorcidas, pareciam dementes, dementes pêlos de sobrancelhas. Horrível. Uma aparência repugnante. E eu não estava nem querendo evacuar. Todo entupido. Fui à privada mijar. Fiz pontaria corretamente, mas saiu de lado e molhou o chão. Tentei mudar a pontaria, mas acabei molhando a tampa da privada, que esquecera de levantar. Puxei um pouco de papel higiênico e passei no lugar. Limpei a tampa. Joguei o papel dentro e dei descarga. Fui até a janela e vi um gato cagando no telhado ao lado. Aí voltei ao banheiro, peguei a escova de dentes, apertei a bisnaga. Saiu demais. Oscilou sobre a escova e caiu na pia. Era verde. Parecia uma lombriga verde. Meti o dedo nela, pus na escova e comecei a escovar. Dentes. Que coisa da porra. Tínhamos de comer. E comer e comer de novo. Éramos todos repugnantes, condenados aos nossos trabalhinhos sujos. Comer e peidar e se coçar e sorrir e festejar nos feriados.
    (Pulp, Charles Bukowski, tradução de Marcos Santarrita, L&PM Pockets, p. 76/77)

    Sinopse oficial: A saga de Nick Belane poderia até ser igual a de tantos outros detetives de segunda categoria que perambulam pelas largas ruas de Los Angeles. Mas aqui, mulheres inacreditáveis cruzam pernas compridas e falam aos sussurros, principalmente uma que atende pelo nome de Dona Morte.

    Onde Comprar o livro de Charles Bukowski: Amazon

    Charles Bukowski L&PM Literatura Americana Livros
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email

    Você também irá gostar:

    A Letra Escarlate (Nathaniel Hawthorne): um julgamento social implacável

    O Poderoso Chefão (Mario Puzo): um clássico sobre crime e redenção

    Cinderela chinesa (Adeline Yen Mah): o poder transformador da arte

    View 13 Comments

    13 Comentários

    1. Avatar
      Turismo e Paradigma on abril 4, 2011 9:18 am

      Nossa!!! adorei a referência. Talvez este seja o livro que preencha o meu tipo de gosto. Eventualmente uma literatura rápida faz muito bem.
      Abraços
      Gustavo MB
      Blog Turismo e Paradigma

    2. Avatar
      Lu on abril 10, 2011 2:56 pm

      Sou fã do velho safado!

    3. Avatar
      Erika on abril 10, 2011 8:36 pm

      Fran, onde você foi achar esse livro? kkkkkkk Esculhambação pouca é bobagem rs

    4. Avatar
      Wagner Bezerra Pontes on abril 24, 2011 1:24 am

      Também conheci “o Velho safado” por este livro e na verdade não li todo ainda por conta das atribulações da faculdade… Realmente as poucas paginas que li me fizeram rir muito…hehehe XD Adorei o post visitarei mais, abraço! XD

    5. Avatar
      Guilherme on abril 30, 2011 11:54 am

      você expressou bem “…Vou respeitar e continuar a ler suas obras que, no mínimo, provocam estranhos sentidos.” alguns livros e contos dele, fazem você fazer careta ou revirar o estomago, mas ainda assim te prendem

    6. Avatar
      Fellipe on setembro 29, 2011 10:15 pm

      Nunca li, mas já tinha ouvido falar. Embora não soubesse que fosse tão engraçado! Com certeza vou ler!

    7. Avatar
      Joseana on janeiro 5, 2012 10:42 am

      Nunca li as obras dele, mas me desperta um grande interesse! Gostei do Blog ^^

    8. Avatar
      Joseana on janeiro 5, 2012 10:43 am

      Nunca li as obras dele, mas me despertam um grande interesse! Gostei do seu blog ^^

    9. Avatar
      Evandro Florscuk on março 21, 2014 2:05 am

      Garota, eu adoro Bukowski e adorei o que você escreveu. No momento eu estou lendo “A mulher mais linda da cidade e outras histórias”.

    10. Avatar
      Débora on agosto 29, 2014 8:09 pm

      Olá, conheci Bukowski a pouco tempo através de seus poemas, Pulp é o primeiro livro que leio do autor, também ri muito com ele. Adorei sua forma de escrever, cínica, debochada, politicamente incorreta, original. Ja estou me preparando para a próxima leitura: “Misto quente”.

      • Avatar
        francineramos on agosto 29, 2014 8:16 pm

        Misto quente, para mim, é o melhor dele. Vc vai amar! Bjos

    11. Avatar
      Flavia Nasck on novembro 13, 2014 8:30 pm

      Olá Francine. O velho Buk é realmente inigualável. O Sarcasmo inteligente dele talvez assuste a quem não está acostumado com o tipo de literatura cotidiana “suja” que ele faz. Mas nada mais real, nada mais humano que esse tipo de escrita que é muito natural. Cada escritor tem seu estilo, mas sinto muita falta deste tipo escrita nos dias de hoje, em que a ficção parece progredir muito mais. O único livro que li dele foi Numa fria, o que foi suficiente para considerá-lo um ótimo escritor . Pretendo ler mais livros dele. Só não li ainda porque este ano estou lendo mais nacionais.

      • Avatar
        francineramos on novembro 24, 2014 6:26 pm

        Oi, Flavia
        infelizmente há um preconceito com a leitura de Buk, o que é uma grande bobagem. Eu já li vários dele e sempre é uma leitura muito legal, divertida e tb profunda. Adoro!

    Mais acessados

    22 frases do livro “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo”, de Charlie Mackesy

    20.425 Views

    14 frases do livro “A biblioteca da meia-noite” para te fazer pensar

    16.991 Views

    As 10 melhores poesias de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

    15.918 Views

    10 poesias de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)

    14.511 Views

    20 trechos do Livro do Desassossego (Fernando Pessoa)

    13.435 Views
    Redes Sociais
    • Facebook
    • YouTube
    • Twitter
    • Instagram
    • Pinterest
    Conheça

    Classicismo: uma jornada pelas formas e ideais da antiguidade

    Literatura 9 Mins Read

    Narração: o ato de contar histórias e suas mil possibilidades

    Literatura 9 Mins Read

    O que são fábulas? E como usá-las hoje em dia

    Literatura 4 Mins Read

    7 livros de Moacyr Scliar: cultura judaica, vida urbana e questões sociais

    Listas 6 Mins Read

    5 livros de Walcyr Carrasco: além das novelas brasileiras

    Listas 4 Mins Read

    Receba as novidades em seu e-mail

    Mais lidos

    22 frases do livro “O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo”, de Charlie Mackesy

    20.425 Views

    14 frases do livro “A biblioteca da meia-noite” para te fazer pensar

    16.991 Views

    As 10 melhores poesias de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

    15.918 Views
    Últimos posts

    Classicismo: uma jornada pelas formas e ideais da antiguidade

    Narração: o ato de contar histórias e suas mil possibilidades

    O que são fábulas? E como usá-las hoje em dia

    Inscreva-se na Newsletter

    Receba um resumo semanal em seu e-mail!

    © 2023 Livro&Café - por amor à literatura, desde 2011.
    • Home
    • Literatura
    • Educação
    • Opinião
    • Sobre

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.