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    Literatura

    Pai contra mãe (Machado de Assis): delicadeza e crueldade

    Francine RamosBy Francine Ramos4523 Mins Read
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    Em alguns contos tantas coisas acontecem que a leitura termina e a sensação é de ter lido um romance todo, como se a brevidade do conto conseguisse transgredir para um tempo e espaço muito longo, que leva o leitor para um mergulho tão profundo ao ponto de ser impossível saber se lá fora é dia ou noite. Pai contra Mãe, um conto de Machado de Assis publicado em 1906 tem todo esse poder.

    Quando terminei a leitura de “Pai contra mãe”, eu sabia que tinha acabado de ler uma obra muito importante, mas o choque final não aconteceu nesse momento. Passada algumas horas é que tive toda a soberania da literatura transformando o meu pensamento, conectando a história por um caminho que não imaginei. Foi intenso como saborear o agridoce pela primeira vez. Especial como ganhar um presente e dolorido como deve ser uma facada no peito. É preciso respirar fundo.

    pai contra mãe
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    No conto somos apresentados a um personagem que possui uma profissão terrível, ele é um caçador de escravos fugidos, o que o torna muito duvidoso. Por outro lado, ele é também um homem que se sente na obrigação de alimentar sua família, composta por Clara (esposa), Tia Mônica e uma criança que, ainda na barriga, representa uma possível redenção do personagem para uma profissão mais descente.

    O nome dele é Cândido Neves, um sujeito que não consegue se enquadrar nos empregos formais: hora para chegar, hora para sair, a rotina, etc, tudo isso é algo impossível de ser cumprido, restando então, a profissão de tirar a liberdade do outro, mesmo com os insistentes avisos de Tia Mônica sobre os perigos do trabalho informal.

    O que era esperado realmente acontece. A profissão de Candinho se torna tão comum na mesma medida que os escravos aprendem a não serem capturados com tanta facilidade. A fome atinge a família quando o bebê nasce, no mesmo período em que não há mais dinheiro para pagar o aluguel. E por conselho de Tia Mônica, fica combinado, com muita tristeza, que a criança será levada para a “Roda dos enjeitados”.

    Mas como nem tudo na vida é desespero e crueldade para Candinho, quando ele está a caminho de entregar o seu filho, o acaso lhe dá uma chance: uma escrava fugida, que vale muito dinheiro, é reconhecida por ele. Desespero e crueldade para a escrava, uma possível alegria para Candinho que assim não precisará abandonar o filho.

    E então acontece um dos momentos mais difíceis do conto, o leitor que sentia até então uma certa compaixão com o personagem principal, transforma tudo isso em desespero, dor e medo, assim como a escrava fugida.

    Delicadeza e crueldade

    Para o final, Machado de Assis embrulha para o leitor um pacote de contradições ao mesmo tempo delicadas e cruéis. Se durante o conto é possível sentir empatia por Candinho, é ele mesmo que provoca o ódio. Se ele, tenta buscar a liberdade em não aceitar os empregos tradicionais, ele possui uma profissão que tira a liberdade também. E quando o opressor tem mais regalias sociais e políticas que o oprimido é ele que vence, é ele que consegue um olhar distante para a história do outro e a própria história também.

    Se há um conto onde conseguimos ver com clareza toda a genialidade de Machado de Assis, Pai contra Mãe é um bom exemplo, pois, a história perpetua na vida do leitor, na vida da sociedade, na vida do mundo, com toda a frieza e crueldade de um espelho.

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    Contos Literatura Brasileira Machado de Assis
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    View 4 Comments

    4 Comentários

    1. Avatar
      Eduarda Sampaio on junho 2, 2015 8:40 am

      Fran, você é responsável por um considerável aumento da minha lista de futuras leituras. Risos. Mais um pra lista!

      • Avatar
        Francine Ramos on junho 6, 2015 11:11 pm

        hahaha adooorooo!!! <3
        Obrigada pela confiança 😉

    2. Avatar
      José Henrique on maio 31, 2016 2:31 pm

      Eu amei este conto. Fiquei refletinfo absurdamente sobre ele por vários dias. Amo Machado de Assis, ele realmente é um gênio!

      • Avatar
        Francine Ramos on maio 31, 2016 5:10 pm

        Olá, José!
        Machado de Assis faz isso mesmo com a gente. Tudo que leio dele me coloca em uma profunda reflexão. Maravilhoso!

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