Escrito no século XIX, “A volta do parafuso” (The turn of the screw), do norte-americano naturalizado britânico Henry James (1943-1916), é considerado um clássico do terror. O livro vem sendo redescoberto por muitos por causa da série “A Maldição da Mansão Bly”, lançada recentemente pela Netflix, e sua leitura é uma experiência de interpretação. Afinal, a escrita de James rompe com tradições narrativas e entrega um suspense psicológico de tirar o fôlego e o sono!
E este episódio discute não apenas os principais aspectos da obra, mas também a sua contextualização no cenário vitoriano, as transformações sociais e culturais que ocorreram nos Oitocentos e que influenciaram a escrita de “A volta do parafuso”, e o possível diálogo do livro com outras produções da época.
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Sinopse da obra: “A volta do parafuso” [The turn of the screw], de Henry James, enquadra-se bem no gênero novela, em que o autor foi particularmente bem-sucedido, constituindo um paradigma desse formato. Em seu aparecimento – em quatro partes, nos primeiros meses de 1898 – foi considerado um dos maiores triunfos literários do autor, mas foi também tido como seu trabalho mais enigmático e controvertido. Fez enorme sucesso e tornou-se um dos trabalhos mais populares do autor. Mas, “A volta do parafuso” provocou polêmica, porque nunca ficou claro se a preceptora, que narra a história de um casal de crianças possuído pelos espíritos de um criado de quarto e uma antecessora de sua função num casarão antigo em Bly, interior da Inglaterra, eram reais ou apenas fruto de uma imaginação obsessiva. Pelo viés da análise freudiana da reprimida sexualidade da era vitoriana, a preceptora, cheia de romantismo exaltado e sem experiência sexual alguma, podia ser vista como narradora altamente “suspeita”. A nova edição bilíngue, em sua segunda edição, conta com a apurada tradução do jornalista, escritor e crítico de cinema Chico Lopes, que resgatou a história poderosamente sugestiva e que pode ir sendo descascada, camada por camada, sem que um miolo unívoco seja atingido. Entre as intenções de James e as interpretações que a novela suscitou, há um abismo curiosamente “jamesiano”. (Landmark/Amazon)